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Lição 7 – Jesus — Sumo Sacerdote de uma Ordem Superior – 1º trimestre de 2018

ESBOÇO DA LIÇÃO

 
INTRODUÇÃO
I – QUANTO AO ASPECTO DE SUA TIPOLOGIA
II – QUANTO AO ASPECTO DE SUA NATUREZA
III – QUANTO AO ASPECTO DE SEUS ATRIBUTOS
CONCLUSÃO
 
PONTO CENTRAL
O sacerdócio de Cristo é imutável, perfeito e eterno.
 
OBJETIVO GERAL
Apresentar a tipologia do sacerdócio de Melquisedeque com relação a Jesus Cristo, expressando a verdade de que nosso Senhor possui um sacerdócio imutável, perfeito e eterno.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Explicar o aspecto tipológico de Melquisedeque;
II. Destacar a natureza do sacerdócio de Cristo;
III. Expor os atributos do sacerdócio de Cristo.

1. Recapitulando conteúdos anteriores
Na lição passada estudamos acerca da seriedade com que devemos considerar a possibilidade da apostasia. Vimos que a apostasia é uma possibilidade real e, que, por isso, o crente em Jesus deve ter ânimo e perseverança de fé para seguir a jornada até o fim.
Na lição desta semana, veremos a ênfase uma vez mais da imutabilidade, perfeição e eternidade do sacerdócio de Jesus Cristo, agora, segundo a ordem de Melquisedeque. Por isso, abaixo, reproduzimos o texto do comentarista José Gonçalvez em que ele mostra os aspecto tipológico de Cristo com muita clareza e habilidade hermenêutica. 

2. Texto de subsídio para a Lição 7
     “Tendo terminado a sua seção parentética no capítulo 6, que havia introduzido no final do capítulo 5, o autor volta a tratar do assunto que ele acha central em sua argumentação – a doutrina do sacerdócio de Cristo. Para tal, ele principia resgatando sua fundamentação histórica e profética.

      ‘Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava damatança dos reis, e o abençoou’ (v.1).O autor já havia afirmado (Hb 5.4-6) que Jesus havia sido constituído por Deus como sumo sacerdote de uma ordem superior -a de Melquisedeque. Aqui ele vai mostrar a importância que teve essa figura enigmática dentro do plano divino. Ele chama a atenção para o fato de que Melquisedeque fora rei e sacerdote. Melquisedeque, portanto, é o único personagem na história do Velho Testamento que fora rei e sacerdote ao mesmo tempo. Donald Hegner observa que prevalecia no judaísmo primitivo a crença de que o Messias acumularia essas duas funções.1A intenção do autor é mostrar, não pelo simples fato de que essa era uma expectativa judaica, mas sobretudo porque era um fato profético,que Jesus era sumo sacerdote dessa mesma ordem. Foi esse sacerdote-rei que abençoou o patriarca Abraão.

      ‘A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz’ (v.2).De acordo com a Enciclopaedia Judaica, o nome Melquisedeque é interpretado pelo autor de Hebreus como sendo “rei de justiça” e “paz” com o propósito de associá-lo à pessoa de Jesus. “Na epístola aos Hebreus (7.1-7), Melquisedeque (rei de justiça – Zedek; de paz – Salém) é descrito como único, sendo ambos um sacerdote e rei, e porque ele é ‘sem pai, sem mãe, sem genealogia’; ele é eterno, ‘não tendo começo de dias e nem fim da vida’. Neste sentido Melquisedeque assemelha-se a Jesus, o Filho de Deus, e assim é um tipo do Salvador”.2

      ‘Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre’ (v.3).Esse versículo forneceu combustível para muitos debates em torno da figura enigmática de Melquisedeque.3 Todavia, a interpretação mais natural, como descreveu a Enciclopédia Judaica, é aquela que a tradição cristã lhe tem atribuído – um tipo de Cristo.4 O vocábulo grego aphomoioo, traduzido como semelhante,só aparece aqui no Novo Testamento. A.T. Roberston destaca “que essa semelhança está na figura tirada do Gênesis e não na própria pessoa”.Melquisedeque é um tipo do qual Jesus é o antítipo. A ordem sacerdotal e não simplesmente a pessoa de Melquisedeque está no foco da argumentação do autor. De forma análoga, Richard Taylor observa que as “descrições dadas sobre a pessoa de Melquisedeque no versículo 3 (Sem pai, sem mãe e sem genealogia) devem se referir à sua ordem sacerdotal e não à sua pessoa”.6 Esse entendimento é confirmado no fato de que para um judeu conhecedor do sistema levítico, era totalmente inconcebível alguém reivindicar o sacerdócio sem que seus pais fosse sacerdote. John N. Darby destaca que “como sacerdote, Cristo era sem genealogia, não como homem. Sua mãe era conhecida. Uma vez feito sacerdote, não podia ser descartado ao chegar a uma certa idade, como aqueles sacerdotes. Ele permanece para sempre. ‘Feito semelhante ao filho de Deus” – somente como sacerdote. A realeza está vinculada com o sacerdócio’.Melquisedeque foi uma pessoa física, histórica, mas o seu sistema sacerdotal era atemporal, eterno.8

      Muito barulho tem sido feito em torno da figura enigmática de Melquisedeque porque se desconhece como a hermenêutica judaica interpretava o silêncio de determinado texto. Na interpretação rabínica dos textos sagrados até o silencio falava alto. Filo, um judeu de Alexandria, por exemplo, se utilizou muito desse recurso.Donald Hegner destaca que ‘Do ponto de vista rabínico, o silencio é tido como verdadeiramente significativo, em vez de apenas fortuito, de modo especial em se tratando de uma pessoa tão importante, rei e sacerdote ao mesmo tempo. Visto não ter registro da morte de Melquisedeque, nem do término do seu sacerdócio pode se concluir que ele permanece sacerdote para sempre. Considerando-se, pois, o que as Escrituras dizem e o que silenciam a respeito de Melquisedeque, torna-se evidente que ele é semelhante ao filho de Deus, que também jamais teve início de dias, nem fim de vida, com um sacerdócio de validade eterna’.10

(Texto extraído da obra “Ânimo, Esperança e Fé em Tempos de Apostasia:Um estudo na carta aos Hebreus versículo por versículo”, editada pela CPAD)


1 HEGNER, Donald. Hebreus – comentário bíblico contemporâneo. Editora Vida, São Paulo.

2SCOLNICK, Fred & BERENBAU, Michael. Enciclopaedia Judaica, second edtion, volume 14. Pp.11. Macmillan Reference. New York, USA, 2007.

3 O profícuo escritor, teólogo Pedro Cardoso Lindoso em seu livro Melquisedeque, o Sacerdote Cristofânico, desenvolveu uma tese muito interessante, mas diametralmente oposta daquela defendida aqui, sobre o sacerdócio de Melquisedeque. Nisto está a beleza da vida cristã, em pensarmos diferentes sem, contudo, nos tornarmos adversários. 

4“E que reside a semelhança? Naquilo que não conhecemos nem o princípio nem o fim de nenhum dos dois; de Melquisedeque, porque não foi registrado, e de Cristo, porque não tem [nem princípio nem fim]. Essa é a semelhança! Se a semelhança fosse estabelecida em absolutamente tudo, não haveria figura nem realidade, senão que ambas seriam figuras” (CRISÓSTOMO, João. Sobre La Carta a Los Hebreos, 12, 1-2); “Portanto temos aprendido que aquele famoso Melquisedeque é sacerdote de Deus na figura de Cristo; pelo que aquele era a figura, este é a realidade (a figura é a sombra da realidade); aquele era em nome de uma só cidade, este é rei na reconciliação de todo o mundo, como está escrito: “Porque em Cristo, Deus estava reconciliando consigo o mundo” (AMBRÓSIO. Sobre La Fé, 3,11, 88-89); “Também comentou a expressão “sem genealogia”. Afirmou que Melquisedeque não pertencia a sua árvore genealógica, pelo qual é evidente que não estava privado de uma árvore genealógica, senão que se trata de uma figura” (DE CIRO, Teodoreto. Interpretacion Sobre La Carta a Los Hebreos,7); “Enquanto a Escritura que diz: “ Tu és sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque”, nosso mistério está revelado na palavra “ordem” (JERÔNIMO, Libro de Cuestiones Hebreas Sobre el Gênesis, 14,18-19).

5 ROBERTSON, A.T. Comentario Al Texto Griego Del Nuevo Testamento. Editorial CLIE.

6 TAYLOR, Richard. Comentário Bíblico Beacon. CPAD. Ao longo da história não tem faltado interpretações fantasiosas sobre a pessoa de Melquisedeque. De acordo com a Enciclopaedia Judaica, Melquisedeque é identificado nos textos de Qumran como sendo um “anjo de luz” e também “o arcanjo Miguel”. Na tradição rabínica é identificado como sendo Sem, filho de Noé. Por outro lado, o livro apócrifo de Enoque faz Melquisedeque se tornar filho de Nir, irmão de Noé (Enciclopaedia Judaica, second edtion, volume 14. Macmillan Reference. New York, USA, 2007).

7 DARBY, John N. La Espistola a los Hebreus. Verdades Bíblicas. Addison, IL, EUA.

8Donald Carson observa que há quem pense que Jesus de Nazaré, o Filho eterno, apareceu em forma corpórea em (Gênesis 14.18-20) – uma encarnação antes da Encarnação. Carson argumenta acertadamente que dois textos bíblicos depõem contra essa interpretação. O primeiro é o Salmo 110, usado pelo autor de Hebreus. O Salmo 110 diz: “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”. Carson pergunta: “Por que não diz simplesmente que o “Senhor” é Melquisedeque? Por que não diz: “Tu és sacerdote para sempre. Tu és Melquisedeque”? Isso resolveria o problema. Mas ele é um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Melquisedeque é um modelo”.  O segundo texto é Hebreus 7.2b-3. Nesse texto o autor de Hebreus repete o Salmo 110, mostrando a relação profética de Melquisedeque com Jesus, onde aquele é “feito semelhante ao filho de Deus” (Hb 7.3). “Se Melquisedeque fosse o Filho de Deus”, argumenta Carson, “a razão pela qual “permanece sacerdote para sempre” é que ele é o filho eterno de Deus. Mas o autor de Hebreus diz outra coisa. Ele afirma que Melquisedeque se parece com o Filho de Deus, é semelhante ao filho de Deus”. CARSON, Donald. As Escrituras Dão Testemunho de Mim – Jesus e o evangelho no Antigo Testamento, pp. 190-193. Editora Vida Nova, São Paulo. Um outro fato relevante, não abordado por Carson, que mostra que Melquisedeque não é Jesus pré-encarnado está no texto de João 8.56: “ Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; viu-o, e alegrou-se”. Se Melquisedeque fosse de fato uma manifestação cristofânica, o texto seria: “Abraão, vosso pai, exultou por me ver quando eu era ainda Melquisedeque; me viu, e se alegrou”. Mas não é isso o que o texto diz nem dar a entender.

9 ROBERTSON, A.T. Comentario Al Texto Griego Del Nuevo Testamento. Editorial CLIE.

10 HEGNER, Donald. Hebreus – Novo Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida, São Paulo.


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Videoaula – Pr. José Gonçalves.

 

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