Professoras e professores, para esta lição, apresento as seguintes sugestões:
– Para iniciar a aula, destinem pelo menos 05 minutos para manter um contato com os alunos, antes de introduzir o tema da aula. Para isso, vocês devem perguntar como eles passaram a semana; observem atentamente o que eles estão falando, pois vocês podem detectar se há alguém precisando de oração, de uma conversa etc. Apresentem os visitantes.
Vejam também qual o melhor horário para vocês apresentarem os alunos aniversariantes da semana, se houver.
Com esta atitude, somada aquela do início da aula, vocês estão formando vínculos afetivos com os alunos.
– Falem que o tema da aula será sobre limites, normas, disciplina que deve haver no relacionamento familiar.
– Para iniciar o estudo do tema, utilizem a dinâmica “Regra não é brincadeira!”
– Depois, trabalhem os pontos levantados na lição.
Observação:
1 – Indico a leitura do texto “Disciplina, limite na medida certa”(vejam postagem abaixo), quando vocês estiverem preparando a aula.
2 – Sugiro, ainda, um encontro com os pais dos alunos para uma conversa sobre disciplina, regras etc. Se desejarem podem utilizar o texto já citado ou outro de sua preferência.
Tenham uma excelente e produtiva aula!
Dinâmica: Regra não é brincadeira!
Objetivo: Enfatizar a necessidade das regras.
Papel e lápis
Procedimento:
– Dividam a turma em dois grupos.
– Orientem cada grupo para pensar numa brincadeira ou jogo de infância. As regras deverão ser lembradas e explicadas para o outro grupo.
Estipulem um tempo de no máximo 05 minutos.
– Falem: Agora, cada grupo deverá expor para os colegas qual a brincadeira, as regras e se possível fazer uma demonstração.
– Depois, perguntem:
Havia alguém que fugia das regras? Caso positivo, havia punição? Por quê?
Havia também alguém que queria mudar as regras para ser favorecido, isto é, ganhar o jogo ou a brincadeira? Qual a atitude do grupo com relação a isto?
– Depois, falem que como nas brincadeiras e jogos, que há regras e punições, também em todo lugar há necessidade de normas para que haja melhor convivência e que nesta lição será estudado sobre os limites e regras no relacionamento familiar, ou melhor, entre pais e filhos.
– Depois, leiam Pv 29.15: “É bom corrigir e disciplinar a criança. Quando todas as suas vontades são feitas, ela acaba fazendo a sua mãe passar vergonha”. (NTLH).
Por Sulamita Macedo
Indicação de Leitura
Faço a indicação de leitura do livro “Disciplina, Limite na Medida Certa”, mas também sugiro a leitura do texto com o mesmo título.
Disciplina, limite na medida certa
Içami Tiba
Há uma história que sempre desperta o interesse de pais e educadores porque é ao mesmo tempo muito bem humorada e realista:
Dois meninos de cinco anos estão numa espaçosa área de lazer. Não há brinquedos por perto. Um deles é magro e alto. O outro é gordo e baixo. Naturalmente, resolvem brincar.
O magro propõe:
-É pega- pega, e você é o pegador!
E já sai em tal disparada que o gordo, com seus passos lentos e pesados, tem dificuldades de acompanhar. Quando este percebe a distância entre os dois aumentando cada vez mais, toma consciência de que não conseguirá alcançar o outro tão cedo. Então para, estica o braço e, apontando com o indicador, grita:
– Aí não vale!
O magro imediatamente para, mesmo sabendo que não tinha sido combinado que ali não valeria.
Nesse momento da palestra, pergunto ao público:
– Por que o magro parou?
Percebo que cada um busca dentro de si uma boa resposta. Para facilitar, eu mesmo respondo:
– Para continuar brincando! Se o magro continuar correndo, a brincadeira acaba, não é?
O magro volta até o gordo c om os ombros meio caídos, pois sabe que agora é a vez daquele propor outra brincadeira. O gordo, vendo o magro bem próximo, diz:
– É luta livre!
E já avança no magro, dá- lhe uma “gravata”, derruba-o e aperta o pescoço do menino, que, à beira do desmaio, dá umas palmadinhas no braço do gordo em sinal de que está se rendendo.
Nesse momento, pergunto de novo ao público:
– Por que o gordo para de enforcar o magro?
– Para continuar a brincadeira!, responde o público.
E eu arremato:
– E também porque com morto não se brinca!
Após a gargalhada geral, volto ao tema: as crianças sabem, intuitivamente, que a brincadeira é um tipo de relacionamento em que um depende do outro. Para continuar a brincar é necessário que aceitem, nessa experiência de sociedade que elas mesmas criaram uma série de regras:
Se as crianças aceitam os limites intrínsecos à convivência em uma brincadeira, é porque sabem que não podem brincar fazendo tudo o que têm vontade. Precisam aceitar uma composição, uma sociedade com o outro.
As crianças aprendem a comportar- se em sociedade ao conviver c om outras pessoas, principalmente com os próprios pais. A maioria dos comportamentos infantis é aprendida por meio de imitação, da experimentação e da invenção.
Quando os pais permitem que os filhos, por menores que sejam, façam tudo o que desejam, não estão lhes ensinando noções do que podem ou não podem fazer. Os pais usam diversos argumentos para isso: “eles não sabem o que estão fazendo”; “são muito pequenos para aprender”; “vamos ensinar quando forem maiores”; “sabemos que não devemos deixar… mas é tão engraçadinho” etc .
É preciso lembrar que uma criança, quando faz algo pela primeira vez, sempre olha em volta para ver se agradou alguém. Se agradou, repete o comportamento, pois entende que agrado é aprovação, e ela não tem condições de avaliar a adequação do seu gesto.
Portanto, cada vez que os pais aceitam uma contrariedade, um desrespeito e uma quebra de limites estão fazendo com que seus filhos não compreendam, e rompam o limite natural para seu comportamento em família e em sociedade. Deixar que as situações transcorram sem uma intervenção clara é como se, na brincadeira entre o gordo e o magro, o filho, mesmo ouvindo “aí não vale!” , continuasse correndo; ou como se os pais pedissem para o filho parar, mas este continuasse a enforcá-los. Apesar de ser fisicamente mais fortes, os pais que não reagem à quebra de limites dos filhos acabam permitindo que estes, muito mais fracos, os maltratem, invertendo a ordem natural de que o mais fraco deve respeitar o mais forte.
Postado por Sulamita Macêdo