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Construindo Bons Relacionamentos na Sociedade de Redes

colunista_ebentoTer, 18/10/2016 por

“Os Relacionamentos descartáveis são frutos de uma sociedade que coisifica o outro e o instrumentaliza com propósitos fúteis, materiais e inumanos.”

Alguns especialistas sentimentais falam das interações humanas como se fosse um território mapeado e plenamente explorado. Eles fornecem receitas para todos os tipos de relacionamentos, e os explicam com base na biologia, na psicologia e na sociologia como se o encontro entre duas pessoas fosse exato e fixo como uma equação matemática. Essas ciências ajudam a entender vários elementos ligados aos relacionamentos e não é sábio negar suas pesquisas e resultados, no entanto, não eliminam o mistério que circunda o amor, a vida, o encontro entre um homem e uma mulher e amizade entre as pessoas (1Sm 20.17; Pv 30.19; Ct 8.6).

I- Os relacionamentos nas redes sociais

  1. Da sociedade da informação à de redes (Ec 1.4). O mundo globalizado passou de uma sociedade da informação para uma sociedade de redes. Na primeira, a informação era seu produto principal, na segunda, é a comunicação (Dn 12.4; Ap 1.7). Ambas, porém, tem o mesmo ícone: o computador ligado à rede. Essa radical mudança fez ruir as fronteiras entre os países e trouxe novas formas de relacionamentos e identidades culturais. O mundo já não é mais o monobloco maciço de antigamente, mas um espaço multicultural e plural. Esta sociedade possui novas, interessantes e também perigosas formas de relacionamentos (virtuais), que devem ser discernidos de acordo com a perspectiva bíblica e cristã (1Co 2.14-15).
  2. Proximidade virtual (Ec 3.14-15). As novas tecnologias (smartphones, tabletes) permitiram o acesso aos centros de comunicação criados para relacionamentos (facebook, chats). Esses instrumentos permitem “permanecer em contato” com alguém ao mesmo tempo que mantém o usuário à parte dos relacionamentos concretos: familiares e amigos próximos. Por meios de tais redes, o indivíduo substitui um relacionamento sério por um recreativo, concreto por um abstrato, real por um virtual (Pv 14.21). Deste modo, são mais descartáveis (Pv 18.19). É mais fácil e menos constrangedor “deletar” um relacionamento virtual do que um no mundo real, de pessoas reais (Pv 26.18-19). A proximidade virtual tornou as relações humanas banais e breves, contrários ao que ensina a Bíblia (Pv 25.21-22).
  3. Coisificação do sujeito (2Tm 3.1-4).  Um dos grandes males provocados pela modernidade e que está muito presente nas redes de relacionamentos virtuais é a coisificação da pessoa humana – o equivocado conceito de que a pessoa é um objeto como qualquer outro. Nesta sociedade desumana, que prioriza o espetáculo e a instrumentalização do homem, o sujeito é desumanizado e transformado em simples mercadoria (v.3). O valor da pessoa é tido pela sua utilidade e, por isso, “deletada” ou descartada quando não é mais útil à instrumentalização do outro (1Tm 4.1-2).
  4. Redes sociais e interação humana. Não é novidade alguma o fato de que as redes sociais procuram conectar as pessoas e, no entanto, a solidão dos que estão plugados à rede não diminui, mas avança. Elas foram criadas com a intenção de unir e fortalecer as interações humanas, mas segue trajetória oposta. Primeiramente, pelo fato de que na vida real não é possível se relacionar com tantos “amigos” como se propõe a rede virtual. Segundo porque os relacionamentos virtuais permitem “editar” a conversa e por meio das ferramentas apresentar o “melhor de si” numa artificialidade impossível no mundo concreto. Terceiro, os instrumentos de acesso às redes virtuais cancelam o mistério do encontro do olhar e das expressões faciais que carregam sentido às palavras e os sentimentos que elas comunicam, de modo que a hipocrisia é latente. Quarto, o tempo que as pessoas dedicam aos seus aparelhos conectados a web a distanciam daquelas que estão mais próximas. Cada vez mais especialistas e pessoas maduras constatam essas verdades. A rede social está mudando tanto os relacionamentos quanto as pessoas. A solidão assim está sendo reinventada na artificialidade das interações.
  5. Interações sociais – relações efêmeras. Várias pessoas abandonaram as interações humanas reais e concretas pelas virtuais e fantasiosas na esperança de não se ferirem como é comum nas relações reais. Todavia, pesquisas revelam que uma em cada três pessoas conectadas ao Facebook sentem-se solitárias e frustradas com as experiências negativas na rede. Vivemos a era do “amor liquido”, de laços afetivos instáveis, fluidos e fáceis para deletar, na qual a rede social está na vanguarda. É óbvio que isto não é consequência das redes sociais, mas da Modernidade. A rede é apenas um espelho daquilo que nos transforma no contexto social.
  6. Equilíbrio e discernimento (Pv 18.8). Se o vazio e a fluidez dos relacionamentos são características das redes sociais, deve-se então abolir as interações sociais mediadas pelos sites de relacionamentos? Não são poucas pessoas que assim fazem. Todavia, usando-a, haja equilíbrio na frequência de sua utilização e discernimentos nas interações sociais. O problema não é o instrumento (a rede), mas o mal uso que fazemos dele.

 A rede social está mudando tanto os relacionamentos quanto as pessoas. A solidão assim está sendo reinventada na artificialidade das interações. Seja verdadeiro na vida real, inspire confiança na concretude da vida, valorize a pessoa humana pelo que ela é, e tudo isso será manifesto na web, como também o oposto.

 II-Relacionamentos duradouros x relacionamentos descartáveis

  1. Relacionamentos de consumo (Ec 3.16). Entre os males causados pelas novas formas de relacionamentos virtuais, estão a afetividade e as interações humanas como mais uma mercadoria de consumo. Pela (i)lógica consumista, toda mercadoria deve ser descartada ao ser tonar obsoleta ou trocada quando outra melhor surge no mercado. Se estabelece a troca ou a substituição causada pela perda de valor intrínseco do produto. Esse mesmo desvio é aplicado aos relacionamentos (Pv 27.10). Eles são descartados quando não oferecem mais vantagens, trocados quando uma nova oferta de interação humana se apresenta mais “lucrativa” (Pv 28.21). Os laços humanos tornaram-se frágeis no mundo virtual e facilmente substituíveis, sem qualquer remorso (Pv 18.19). Os relacionamentos são frágeis porque a moral, a virtude e os princípios divinos estão se tornando obsoletos para o homem moderno (Lv 19.11-18; Pv 30.5-6).
  2. Relacionamentos sólidos (Ec 11.9-10). Cada vez mais raro, mas não completamente desaparecido, estão as interações humanas construídas com base no respeito, na confiança e no valor intrínseco da pessoa e de seu caráter. Um relacionamento sólido nega-se a coisificar o outro, mas valoriza-o pelo que ele é, não pelo que tem, ou vantagens as quais possa oferecer (Pv 17.17; Ct 1.3). Há reciprocidade e satisfação pela realização do outro.
  3. Padrões morais constroem relacionamentos sólidos. A base dos relacionamentos descartáveis é a moralidade relativa e pecaminosa da geração pós-moderna. Frouxidão moral resulta em interações humanas descartáveis (Mt 5 – 7). Sem padrão moral nas interações pessoais o humano se dissolve no relativismo e a humanidade no humano desaparece. Todavia, as interações humanas fundamentadas na virtude, ética e moral das Sagradas Escrituras, dignificam o homem e o insere na completa e perfeita humanidade vivida e ensinada por Jesus (Ef 4.22-24; 2Co 3.18).

III-Establecendo relacionamentos duradouros

  1. Uma vida, muitos amigos (Ec 3.1-22). A vida humana é constituída de ciclos: infância, adolescência, juventude, velhice (Ec 1.4). Em cada uma dessas fases construímos relacionamentos na família, igreja, escola e trabalho. Alguns desses são laços consanguíneos (Gn 21.1-7), outros de afinidades (Rt 1.16; Dt 34.9) e alguns apenas circunstanciais (Gn 40). Nesses períodos, relacionamentos são construídos, desfeitos e fortalecidos. Alguns sobrevivem ao tempo e as circunstâncias, enquanto outros são breves e frágeis. Disto todos precisam estar conscientes.
  2. Relacionamentos duradores (Ec 4.9-12). Esses tipos de relacionamentos não surgem por acaso. Mesmo sem a percepção dos sujeitos envolvidos, estão imbricados diversos elementos ligados à personalidade, psique, afinidades entre outras características. Todavia é possível traçar as bases das interações humanas duradouras: a) respeito – tratar com apreço e polidez (1Tm 2.2; 3.8,11; Rm 13.7); b) confiança – certeza íntima do procedimento correto de outem (2Ts 3.4; 1Sm 23.16; Sl 56.4); c) reciprocidade – responder positivamente a uma outra ação positiva (1Sm 20.12-17; 2Sm 19.26-28); d) afinidade – sintonia com o outro (2Sm 23.14-17). Se apenas uma dessas quatro colunas ruírem, o relacionamento entrará em crise (Pv 18.19; Ec 10.4). Deste modo, relacionamentos duradouros são construídos ao longo do processo das interações humanas e da maturidade afetiva dos indivíduos. Os relacionamentos humanos não são perfeitos, no entanto, podem e devem ser estabelecidos em fundamentos sólidos como o respeito, a verdade, a confiança, a reciprocidade, a afinidade e acima de tudo o amor fraterno. Sem essas bases, o relacionamento não subsiste as intempéries e desafios que a própria vida e a experiência impõem sobre ele. É necessário que cada indivíduo esteja plenamente cônscio de que relacionamentos maduros e sólidos são construídos em conjunto. Cada uma das partes precisa contribuir para o progresso e maturidade do relacionamento. A responsabilidade não pode ser atribuída apenas a um indivíduo, ambos são sujeitos responsáveis pela maturidade e firmeza do relacionamento.
  3. Quantidade e qualidade nas amizades. Alguns têm grande quantidade de contatos no smartphone e “amigos” no Facebook, mas continuam sozinhos. Quantidade de “curtidas” e de “amigos” não significa qualidade nas amizades. Às vezes, quando a qualidade na amizade falha, busca-se a solução do problema com a quantidade. Quando essa quantidade afeta a individualidade ou torna-se incômoda, descarta-se com um simples “delete”. A proximidade virtual torna as interações humanas mais rápidas, intensas e frequentes, contudo, mais banais, descartáveis e breves. O indivíduo está conectado virtualmente, mas não está engajado com o outro ou socialmente. Os relacionamentos costumam ser efêmeros em vez de substantivos.
  4. Além da aparência fugaz. As amizades devem resistir aos modismos tecnológicos modernos, muito embora estes também possam contribuir positivamente à manutenção dos amigos e o encontro de outros. Amigos devem ser cultivados por meio de relacionamentos sólidos. Quantos amigos já foram “perdidos” na mudança do Orkut para o Facebook? Quantos se perderão quando surgirem novas plataformas de relacionamentos virtuais?
  5. Igreja como centro de amizades saudáveis. Construa relacionamentos sólidos a partir de sua convivência na igreja. A igreja é uma comunidade propícia ao desenvolvimento de amizades sadias e sólidas que perdurarão por toda vida. Nela encontramos os tipos de pessoas as quais desejamos conviver e nos relacionar. Ela é o corpo de Cristo e centro de comunhão dos santos (1Co 12.12-27).

Os relacionamentos devem ser construídos tendo a Sagrada Escritura como fundamento e inspiração. Ela instrui a respeito dos relacionamentos do homem com Deus, consigo, com o próximo e com a criação. Atentai para sua instrução (Sl 119.9).

Esdras Costa Bentho

Mestre e doutorando em Teologia – PUC, RJ

Extraído do site: http://www.cpadnews.com.br/blog/esdrasbentho/cultura-crista/107/construindo-bons-relacionamentos-na-sociedade-de-redes.html

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