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Parte do livro “Mais erros que os pregadores devem evitar”

O PREGADOR E A HERMELÉTICA
E leram o livro, na Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse. Neemias 8.8Não se assuste com a palavra “hermelética”. Criei-a, em 2005, para enfatizar a necessidade de os pregadores se lançarem aos estudos da Hermenêutica e da Homilética, considerando ambas as matérias imprescindíveis. É comum dizermos que é obrigatório ao pregador conhecer a arte e a ciência de preparar e pregar sermões. No entanto, igualmente compulsório deve ser o domínio das técnicas de interpretação da Bíblia. Daí o neologismo “Hermelética”.Certo pregador me indagou: “O irmão gosta muito de Hermenêutica, não é mesmo?” Respondi-lhe que sim e aproveitei para lhe fazer outra pergunta: “E o irmão, também gosta dessa matéria?” Ao que ele me disse, para minha surpresa: “Não, não me interesso nem um pouco pela interpretação da Bíblia; o meu negócio é pregar”. Fiquei preocupado com essa afirmação, pois, se um mensageiro de Deus não se interessa pela exegese bíblica, como poderá expor a verdade aos seus ouvintes?
POR QUE A HERMENÊUTICA É NECESSÁRIA?
John F. MacArthur Jr. afirmou: “Um recente best-seller evangélico alerta os leitores a se colocarem de prontidão contra pregadores cuja ênfase está no interpretar as Escrituras e não no aplicá-las. Espere um pouco. Isto é um conselho sábio? Não, de modo algum. Não existe o perigo da doutrina ser

irrelevante; a verdadeira ameaça é a abordagem não-doutrinária em busca de relevância sem doutrina. O cerne detudo que é verdadeiramente prático encontra-se no ensino das Escrituras” (Com Vergonha do Evangelho, Editora Fiel, p.91).Escrevi este capítulo com o objetivo de enfatizar que existem quatro coisas imprescindíveis a todo pregador, nesta ordem: fidelidade a Deus, que nos dá a mensagem (Jo 7.16; 1 Co 11.23); interpretação correta das Escrituras (2 Tm 2.15), levando-se em conta os princípios da Hermenêutica; exposição bíblica de acordo com a Homilética (Is 50.4); e comportamento ético diante dos ouvintes (At 2.22a; 7.2a).O que é Hermenêutica? Robert H. Stein, em sua obra Guia Básico para Interpretação da Bíblia, editado pela CPAD (p.19), definiu:Normalmente, o termo “hermenêutica” assusta as pessoas. Mas isso não deveria acontecer. A palavra se origina do termo grego “hermeneuein”, o qual significa “explicar” ou “interpretar”. Na Bíblia, é usado em João 1.42 e 9.7, Hebreus 7.2 e Lucas 24.27. Na versão Revista e Corrigida, o último texto traz o seguinte: “E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras… “A palavra traduzida em uma versão por “explicar” e em outra por “expor” é “[di]hermeneuein”.Como eu já disse no livro Erros que os Pregadores Devem Evitar, editado pela CPAD, essa matéria é a arte e a ciência de interpretar textos. O termo está associado à mitologia greco-romana. Hermes (Mercúrio), filho de Zeus (Júpiter), era o deus do comércio, das lutas, dos exercícios olímpicos e de tudo que demandasse habilidade e destreza. Era também o intérprete da mensagem de Zeus. Daí Hermenêutica.Como matéria teológica, a Hermenêutica serve à Exegese.Juntas, formam a chamada Teologia Exegética, que enfatiza o emprego das regras hermenêuticas, aliadas à aplicação de matérias como Filologia Sagrada, Introdução Bíblica, Teologia Histórica, Teologia Bíblica e Teologia Sistemática, na interpretação das Escrituras.

PARA QUE SERVE A HOMILÉTICA?
Todo pregador deve saber que há dois lados na exposição da Palavra de Deus: o divino e o humano (1 Co 11.23; 2 Tm 2.15). Uma parte não substitui a outra — ambas são necessárias —, mas a divina é a mais importante (1 Co 2.1-5). Em Isaías 50.4, vemos esses dois aspectos. O profeta disse que Deus lhe deu uma língua erudita, enfatizando o lado divino. E também afirmou: “… para que eu saiba dizer, a seu tempo, uma boa palavra ao que está cansado”.A Homilética é uma ciência que ajuda os pregadores a conhecerem as regras essenciais à exposição da Palavra do Senhor, principalmente no lado humano. É uma matéria definida como a arte e a ciência de preparar e pregar sermões religiosos. Trata-se do estudo das maneiras de se confeccionar esboços de mensagens cristãs e apresentá-las de modo adequado aos ouvintes.Por meio dessa matéria, o pregador orienta-se quanto à postura ética diante do público e aprende a lidar com os mais diversos tipos de ouvinte: indiferentes, egoístas, ignorantes, eruditos, curiosos, sinceros, etc. No entanto, ainda que a platéia deva ser respeitada pelo pregador, isso não é um impedimento para a transmissão da verdade, pois a prioridade do pregador deve ser agradar aquEle que lhe deu a mensagem (At 7.54-56; Ez 2.3-8).O estudo da Homilética ajuda o pregador a falar de forma elegante, precisa e fluente, de modo a convencer ou comover o ouvinte. Porém, isso não deve invalidar o aspecto espiritual; é a Palavra de Deus que atinge o coração dos ouvintes (Hb 4.12).Da mesma forma, o fato de essa matéria levar em conta aspectos como evolução da língua, ambiente cultural e recursos tecnológicos não altera o conteúdo da mensagem (1 Pe 1.24,25).
HERMENÊUTICA + HOMILÉTICA = CASAMENTO PERFEITO
Dominar as técnicas de oratória e conhecer bem a Homilética não é o suficiente para ser um pregador bem-sucedido. Todas essas ferramentas só têm eficácia quando postas em prática por um pregador expositivo piedoso e fiel à fonte primacial de autoridade, a Palavra do Senhor. Além disso, é necessário atentar com diligência para os preceitos de interpretação constantes da Hermenêutica Bíblica.O pregador expositivo precisa conhecer e saber aplicar com perícia os tais princípios de interpretação das Escrituras. Ele não deve escolher entre Homilética e Hermenêutica, como se essas ciências fossem antagônicas ou opcionais. Não! Sem interpretação correta das Escrituras não há pregação expositiva!Ralph Pviggs, em seu Guia do Pastor (Editora Vida, p.49), disse o seguinte sobre a “Hermelética”:A Hermenêutica é a ciência da interpretação. Existem certas leis básicas e fundamentais que governam a interpretação, e que se tornam evidentes por si mesmas. O conhecimento dessas regras e o uso cuidadoso delas evitam ao estudante da Bíblia cair em interpretações tolas e extravagantes da Palavra de Deus. Vale a pena, ao futuro ministro, empregar tempo nesse estudo das leis da Hermenêutica Sagrada, até dominá-las convenientemente (…)Intimamente ligado ao estudo da teologia pastoral é o estudo da Homilética. O pastor deve pregar, e a Homilética lhe ensina como fazê-lo. Há vários tipos de sermões, assim como a maneira correta e a errada de pregar. Essa é uma ciência indispensável ao pregador.
UFA! QUASE ME TORNEI UM ANIMADOR DE PLATÉIA!
Quando comecei a pregar, ainda em minha adolescência, preocupava-me em excesso com as reações do público. Queria que houvesse manifestação positiva dos ouvintes durante a preleção, e elogios depois dela. Eu estava certo de que a minha missão era pregar a Palavra de Deus, mas, ao mesmo tempo, agia como se essa tarefa consistisse em deixar o povo satisfeito. Por isso, debruçava-me sobre vários livros de Homilética, a fim de saber como agradar o auditório.Só percebi o meu desvio quanto à motivação para pregar quando ingressei no seminário teológico. Apesar disso, não foram as aulas que me fizeram ver a pregação com outros olhos, pois os professores de Homilética também costumam priorizar o lado humano, salientando a importância de o pregador saber falar bem e dentro do tempo, respeitando os ouvintes. Dois fatores foram decisivos para a minha “transformação”: ter conhecido o pastor Valdir Bícego, de saudosa memória, e, por providência divina, ter lido alguns livros de verdadeiros homens de Deus.Certo dia, quando eu retornava do seminário, um colega de sala — infelizmente, não me lembro do seu nome — me indicou a clássica obra O Guia do Pastor, de Ralph Riggs (citada acima). Este foi um dos livros pelos quais o Senhor levou-me a uma mudança radical de atitude quanto à pregação. Creio que foi nessa mesma época que li também O Homem que Deus Usa, de Oswald Smith.Mediante a leitura desses livros e o contato quase semanal com o saudoso pastor Valdir Bícego, despertei-me para o estudo de outra ciência igualmente necessária ao ministério do pregador vocacionado por Deus: a Hermenêutica. Além disso, e principalmente, convenci-me de que o compromisso do pregador da Palavra de Deus é, acima de tudo, com o Deus da Palavra. E, desde então, conquanto eu respeite o povo do Senhor e os ouvintes em geral, me empenho em ser fiel àquEle que dá a Palavra.
O QUE NÃO É PREGAÇÃO EXPOSITIVA?
É preciso ter em mente o que é pregação expositiva, segundo o modelo bíblico. Mas, antes disso, discorrerei sobre o que não é pregação expositiva. Afinal, quando conhecemos o lado negativo das coisas, passamos a valorizar ainda mais o positivo.Não é palestra motivacional. Muitas falações tidas como pregações priorizam a motivação das pessoas. São mensagens como “Você já nasceu vencedor” ou “Quando você levantar da cama, olhe para o espelho e diga ‘Eu sou vencedor’ por três vezes”. Um dia desses ouvi certo pregador dizendo ao povo: “Entre milhões de espermatozóides, somente um fecundou o óvulo de sua mãe. Você já nasceu vencedor”.É claro que o fator motivacional está embutido na pregação do evangelho, mas não devemos confundir a exposição das verdades da fé cristã com a apresentação de conceitos que melhoram a auto-estima. Será que a mensagem de Jesus ao pastor de Laodicéia, contida em Apocalipse 3.17,18, visava à melhora de sua auto-estima, ou ao seu arrependimento? O Senhor o motivou a abandonar o pecado.Não é palestra de psicologia. Torna-se comum, a cada dia, nas igrejas, a exposição de conceitos da psicologia como se fossem verdades bíblicas. Ora, a psicologia estuda a alma, com as suas faculdades. Mas o único livro que trata da parte mais profunda do ser humano, o seu espírito, é a Bíblia. A despeito de a mencionada ciência ter a sua importância, a tentativa de mesclar os seus conceitos aos princípios das Escrituras gera um jugo desigual. A pregação expositiva, como veremos, consiste mesmo em exposição da Palavra de Deus (1 Ts 2.13).Não é exposição para promover entretenimento. Tenho assistido com tristeza a espetáculos promovidos por super-pregadores, cuja “pregação” resume-se a mandar o povo fazer isso e aquilo. O arsenal de manipulação de auditórios de que eles dispõem é impressionante. Um deles, depois de empregar todo o seu repertório de olhe-para-o-seu-irmão-e-diga-isso-e-aquilo, disse à ingênua platéia: “Encoste a sua testa na testa do seu irmão e olhe bem dentro dos olhos dele e diga…”Onde nós vamos parar? Imagine o que aconteceria se um marido descrente chegasse a um “culto” e visse a sua esposa com a testa encostada à testa de um irmão? O que pensaria esse marido? E… como ele reagiria? Por isso, é melhor expor as Escrituras, ainda que não haja reação imediata do público. Aliás, se a Palavra é a semente, por que sempre queremos uma resposta rápida do auditório? Cabe aos pregadores espalhar a semente, e ao Espírito Santo — conforme o tipo de terreno — fazê-la prosperar (Mt 13.18-23; Jo 16.8-11).Não é exposição de sabedoria humana. Pregar não é uma demonstração de sabedoria ou conhecimento. Há pregadores que, ao microfone, esquecem-se de que devem ministrar a Palavra de Deus e discorrem sobre os seus conhecimentos de filosofia, cultura, arte, cinema, etc. Todos ficam admirados… mas, qual foi a mensagem de Deus? Embora Paulo tivesse um vasto cabedal, as suas palavras aos coríntios não foram “… persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4).Há expoentes que falam de tudo; menos da Palavra de Deus. Sabem de cor letras de canções, roteiros de filmes… Ah, e já leram livros e mais livros! Nada tenho contra quem possui um grande interesse cultural, mas o maior conhecimento do pregador deve ser bíblico, a menos que faça parte do grupo mencionado em Jeremias 6.10: “A quem falarei e testemunharei, para que ouça? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos e não podem ouvir; eis que a palavra do SENHOR é para eles coisa vergonhosa; não gostam dela”.E você, caro leitor, aprecia a Palavra de Deus? Tem prazer em lê-la e nela meditar de dia e de noite? E as suas pregações, são exposições das Escrituras ou de sabedoria humana? Que façamos nossas as palavras de Paulo, em 1 Coríntios 1.17,18: “Porque Cristo enviou-me… não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”.Não é exposição impecável à luz da Homilética. Certo pregador, que seguia à risca aos princípios homiléticos, porém era incapaz de fazer uma prédica de improviso, passou por grande dificuldade. Ele não teve o cuidado de fixar seuarcabouço à Bíblia, e o vento gerado por um ventilador junto ao púlpito levou para longe a sua “inspiração”… Felizmente, um atencioso irmão apanhou o papel e o entregou discretamente ao mensageiro. Antes, curioso, deu uma olhadinha no esboço e deparou-se com a frase: “Aqui, chorar”.Conquanto a Homilética seja uma ferramenta imprescindível ao pregador, este não deve se tornar um escravo dela. Pregadores há que a valorizam além da conta, esquecendo-se de depender do Senhor. Em Atos 4.33, está escrito: “E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça”.A pregação pode ser homileticamente impecável, com introdução, desenvolvimento e conclusão humanamente perfeitos. Contudo, se não houver graça de Deus no pregador, teremos apenas um belo discurso — sem graça —, como o de Herodes, o qual levou o povo a exclamar: “Voz de Deus, e não de homem!” (At 12.22). A nossa mensagem precisa ter graça e vida provenientes do Espírito Santo (Jo 1.14; 1 Co 2.1-5).
O QUE É PREGAÇÃO EXPOSITIVA?
Sei que as definições que apresentarei não satisfarão aos super-pregadores, haja vista apreciarem os itens negativos acima. Para eles, o que importa é agradar o povo e se tornarem cada vez mais famosos e populares. Agem como se fossem humoristas, grandes comunicadores e palestrantes de auto-ajuda. No entanto, as definições que mencionarei agora são baseadas inteiramente na Palavra de Deus.E exposição da Palavra de Deus. Não deve haver rodeios ou quaisquer artifícios para agradar o público. O pregador deve expor a Palavra, pois é isso que traz o conhecimento da vontade do Senhor (Sl 119.130), gerando no coração dos ouvintes a fé (Rm 10.17; At 16.14). Infelizmente, expoentes há que ignoram o fato de a Palavra de Deus ser proveitosa para ensinar, redargüir, corrigir e instruir em justiça (2 Tm 3.16,17).Em 1 Pedro 4.11, está escrito: “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus…” Não existe outra alternativa. É inadmissível um obreiro não pregar as Escrituras e ainda desculpar-se, dizendo: “Cada um tem uma ferramenta. Eu não fui chamado para pregar citando a Bíblia. Eu sou um contador de histórias, um avivalista”. Ora, como foram as pregações contidas no livro de Atos? Pedro não explanou a Palavra, na primeira pregação pentecostal? Estêvão e Filipe não expuseram o que está escrito? E Paulo, o que fez?Não é o mensageiro que decide sobre o que falar. A mensagem não é dele, e sim de Deus. Quanto a isso, o Senhor Jesus afirmou: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (Jo 7.16). E, por isso, pôde dirigir-se ao Pai com estas palavras: “porque lhes dei as palavras que me deste…” (Jo 17.8).O Mestre não pregou nada além do que recebeu do Pai celestial. E é isso que devem fazer os pregadores: não expor nada além do que está escrito na Palavra da verdade (Mt 4.4; Jo 17.17).É explanação cristocêntrica. Pregar a Palavra de Deus não significa citar versículos sem correlação. Tudo o que pregamos em relação à Bíblia deve estar atrelado ao seu Personagem central: o Senhor Jesus Cristo: “Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos” (1 Co 1.22,23).John F. MacArthur Jr. afirmou: “… pregar a Palavra nem sempre é fácil. A mensagem que somos convocados a pregar é ofensiva. O próprio Cristo é uma pedra de tropeço e rocha de escândalo (Rm 9.33; 1 Pe 2.8). A mensagem da cruz é uma pedra de tropeço para alguns (1 Co 1.23; Gl 5.11) e loucura para outros (1 Co 1.23) (…)Por que você acha que Paulo escreveu ‘não me envergonho do evangelho’ (Rm 1.16)? Certamente porque há muitos cristãos que estão envergonhados da própria mensagem que são ordenados a proclamar” (Com Vergonha do Evangelho, Editora Fiel, pp.28,29).Muitas mensagens, em nossos dias, aparentemente bíblicas, não são cristocêntricas. Há faladores — e não pregadores — que citam passagens isoladas, porém não mencionam Cristo e sua obra. Suas mensagens são humanistas, motivacionais, psicologizantes. Dizem-se pentecostais, ignorando que a verdadeira pregação pentecostal é a que enfatiza o nome de Jesus e sua obra (Mc 16.15-18; At 2.22-36; 8.30-37; 9.15; 17.18).É exposição da verdade, ainda que o povo não goste. Como vimos acima, há quem não goste da Palavra (Jr 6.10; Rm 10.16), embora isso não a invalide nem enfraqueça a sua influência sobre aqueles que lhe abrem o coração. Por isso, caro pregador, jamais abra mão da Palavra da verdade (2 Tm 2.15-18; Jr 1.17). Deus não está nada satisfeito com esses faladores que ocupam os púlpitos, em grandes festividades, para dizer tudo o que o povo quer ouvir.Leiamos Jeremias 14.13-15:Então disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ, eis que os profetas lhes dizem: Não vereis espada e não tereis fome; antes, vos darei paz verdadeira neste lugar. E disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente em meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração são o que eles profetizam. Portanto, assim diz o SENHOR acerca dos profetas que profetizam em meu nome, sem que eu os tenha mandado, e dizem que nem espada, nem fome haverá nesta terra: À espada e à fome serão consumidos esses profetas.Não é isso que temos visto em nossos dias também? Aliás, há até pregadores que se intitulam profetas! Entregam os seus belos cartões, oferecendo-se para pregar, e dizem de modo jocoso: “Profeta fulano ao seu dispor”. A semelhança dos “profetas” que viveram nos dias de Jeremias, falam falsamente em nome do Senhor, pois nunca foram enviados por Ele. A visão deles é falsa. E, conquanto o povo pense que Deus a elesrevela isso ou aquilo, são adivinhos, vaidosos, enganadores e candidatos ao Juízo Final (Mt 7.21-23; Ap 20.12).
COMEÇO, MEIO E FIM
Se por um lado a Homilética pode ser prejudicial ao pregador, caso ele se torne escravo dela, por outro ela é imprescindível. E o que mais se vê, hoje em dia, são pregadores que sequer sabem a diferença entre as partes de uma pregação.Alguns já iniciam como se estivessem concluindo. Outros falam, falam, falam… E, quando pensamos que vão concluir, dizem: “Bem, feitas essas considerações iniciais, vamos agora à mensagem”.Qualquer pregação expositiva, por mais simples que seja, deve possuir começo, meio e fim. Ou, em outras palavras: introdução, desenvolvimento e conclusão. A leitura bíblica, o anúncio do tema e uma rápida explicação dos objetivos da pregação fazem parte da introdução. O desenvolvimento é a exposição da Palavra de maneira lógica e seqüencial. E a conclusão é a aplicação de tudo o que foi falado, a qual pode incluir o chamado apelo e uma oração.Na introdução, o pregador deve anunciar o tema, que é o pensamento central da mensagem, baseado no texto lido. O tema está para uma pregação assim como um título está para um livro. Uma obra literária pode ser muito boa, mas, e se o seu o título não chamar a atenção? Da mesma forma, se o tema for criativo, o auditório se sentirá motivado a ouvir a exposição.Após a introdução, que é uma exposição rápida e objetiva da mensagem, com o anúncio do seu tema, o mensageiro começa a desenvolver o assunto. Ele deve fazer uma explanação detalhada do assunto proposto, em tópicos e subtópicos, como veremos abaixo, até chegar à conclusão, isto é, à aplicação prática aos corações dos ouvintes. O pregador deve estar em sintonia com o Espírito Santo do começo ao fim da exposição, pois Ele pode revelar-lhe necessidades específicas da platéia.Lembro-me de que, há alguns anos, no fim de uma pregação, veio ao meu coração o texto de Provérbios 29.1. E, antes que eu terminasse de falar, disse: “Ainda tenho uma última palavra” e citei o versículo. Eu não havia pensado em mencioná-lo; não estava no meu roteiro. Mas, alguns dias depois, recebi uma ligação em que, certa pessoa, com a voz embargada, me disse: “Eu estou desviado e, até àquele culto, encontrava-me insensível, mas o último versículo citado não sai da minha mente. Ore por mim. Estou incomodado. Sinto-me como se estivesse próximo do Inferno”.
A PREGAÇÃO EXPOSITIVA REQUER UM ESBOÇO
O mestre Antonio Gilberto afirmou: “O construtor precisa de uma planta ou croqui para construir; assim também o pregador, o preletor, o conferencista, o professor, etc. O esboço é para esses comunicadores uma espécie de croqui para construírem o sermão, o estudo bíblico, o devocional ou a aula da Escola Dominical” (Manual do Obreiro, ano 26, número 27, CPAD, p.73).Como preparar um esboço? Primeiro, o que é um esboço e por que é importante? Trata-se de um roteiro bem ordenado do que se pretende falar ao público. Nele, as informações devem ser expostas em ordem descendente, respeitando-se a unidade relativa de pensamento entre as divisões do assunto. Deve haver coerência e correlação entre essas divisões e as suas subdivisões. Notas avulsas, soltas, por conseguinte, são simples anotações, e não um esboço, podendo até dificultar a exposição bíblica.O esboço é muito importante para ajudar o pregador na sua exposição progressiva da mensagem. Deve-se dedicar tempo na sua preparação. Não é algo para se fazer com pressa, como se fosse um rascunho qualquer. Um esboço bem feito permite ao expoente pregar a mesma mensagem várias vezes, além de possibilitar um bom arquivamento. Para isso, é preciso que essa composição literária seja feita com profunda meditação na Bíblia e oração.Apesar de a sua substância vir da Palavra de Deus e sua vida do Espírito Santo, a forma do esboço vem de quem oproduz. Apesar disso, não se deve desprezar as normas fixadas por autoridades no assunto para o seu bom preparo. Há vários tipos de divisão ou desdobramento para um esboço. Um bom exemplo é o empregado nas Lições Bíblicas da CPAD, na qual empregam-se algarismos romanos para os tópicos (I, II, III, etc), números para os subtópicos (1,2,3, etc.) e letras para o desdobramento destes (a, b, c, etc).
ONDE ESTÃO OS PREGADORES EXPOSITIVOS?
Bryan Chapell disse: “Nestas duas últimas gerações, o sermão expositivo tem sido estigmatizado (nem sempre injustamente) como representante de um estilo de pregação que se degenera em recitações estéreis de trivialidades bíblicas ou que indevidamente faz defesas dogmáticas de características doutrinárias distantes da vida comum” (Pregação Cristocêntrica, Editora Cultura Cristã, p.9).Numa época em que os animadores de auditório têm roubado a cena, por que alguém escreveria sobre a pregação expositiva? Afinal, se para os super-pregadores da atualidade não se aplica o princípio do começo-meio-e-fim, o que se dirá das pregações expositivo-temático-textuais? Que sentido têm as três modalidades gerais de exposição para quem, depois de ler uma passagem bíblica, faz uns gracejos, berra, conta casos e testemunhos duvidosos, além de mandar as pessoas dizerem isso e aquilo?Bem, mesmo sabendo que o meu trabalho pode ser o de tirar água do oceano com uma canequinha, vou continuar fazendo a minha parte. Não aceito os referenciais de pregadores e pregações que ora prevalecem em nosso meio. Prefiro seguir aos exemplos das Escrituras. Olhando para eles, ainda consigo ver uma luz no fim do túnel. Sim, ainda há e haverá pregadores que expõem a Palavra de Deus. E, para esses, com certeza, é útil o conhecimento dos tipos gerais de exposição da Palavra de Deus.
A PREGAÇÃO EXPOSITIVA HONRA AS ESCRITURAS
Pregação expositiva é aquela que interpreta de maneira precisa o que as Escrituras dizem. Ela tem como fonte e voz de autoridade a própria Bíblia, e não as filosofias ou argumentações humanas. A figura central, nesse caso, não é o pregador e suas habilidades. Mas os objetivos são alcançados por causa da Escritura proclamada (Is 55.10,11).Bryan Chapell disse que, na pregação expositiva, “Não estamos interessados em propagar nossas opiniões, filosofias alheias ou reflexões especulativas. O interesse do pregador expositivo deve ser a verdade de Deus proclamada de tal maneira que as pessoas possam ver que os conceitos emanam da Escritura e aplicam-se à vida pessoal de cada um. Tal pregação põe as pessoas em contato imediato com o poder da Palavra” (Pregação Cristocêntrica, Editora Cultura Cristã, pp.22,23).Na pregação expositiva, faz-se a explanação de versículos de um capítulo, ou de um livro, ou ainda de várias partes de toda a Bíblia. Ela possui um tema geral, mas o pregador não precisa se reportar a ele a todo tempo. Um conhecido exemplo é a famosa pregação “As 7 palavras da cruz”. Cada tópico desta é uma mensagem à parte, atrelada ao tema geral e à Pessoa central, isto é, Cristo.I – Palavra de perdão (Lc 23.34);II – Palavra de salvação (Lc 23.43,44);III – Palavra de afeição (Jo 19.26,27);IV – Palavra que expressa solidão (Mt 27.46);V – Palavra que expressa sofrimento (Jo 19.28);VI – Palavra de vitória (Jo 19.30);VII – Palavra de Contentamento (Lc 23.46).Pregação expositivo-temático. É a pregação expositiva que está ligada diretamente a um tema, extraído do assunto oferecido pelo texto. Tomemos como base Isaías 9.6, passagem em que o Senhor recebe quatro títulos compostos: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz. A título de exemplo, extraiamos o tema da primeira palavra do primeiro título mencionado. O tema seria “Jesus, o Maravilhoso”, e as divisões poderiam ser as seguintes:I – Maravilhoso em seu nascimento (Lc 2.8-18);II – Maravilhoso em sua infância (Lc 2.46,47);III- Maravilhoso em seu batismo (Mt 3.16,17);IV – Maravilhoso em seus ensinamentos (Mt 22.15-33);V – Maravilhoso ao operar milagres (Lc 5.17-26; 8.40-56);VI – Maravilhoso ao expulsar demônios (Lc 9.37-44).Pregação expositivo-temático-textual. É a pregação expositiva cujas divisões — tópicos e subtópicos — se derivam do próprio texto. Digamos que o tema, baseado em Romanos 1.16, seja: “O poder do evangelho”. As divisões contidas na própria passagem seriam:I – Não me envergonho do evangelho de Cristo;II – O evangelho é o poder de Deus;III – O evangelho é o poder de Deus para salvação;IV – A salvação é para todo aquele que crê.
AGORA É A SUA VEZ!
No livro Erros que os Pregadores Devem Evitar, editado pela CPAD, no capítulo 6, incluí a seção “Agora é a sua vez!”, pela qual fiz algumas perguntas aos leitores, estimulando-os a encontrarem na própria Bíblia as respostas para elas. Confesso que não esperava receber tantos e-mails sobre o assunto. O número foi tão grande, a ponto de eu não ter como avaliar cada mensagem dos leitores. Bem, incluí nesta obra um apêndice com as respostas.Agora tenho novos desafios para você, com o objetivo de fazer com que se interesse pela correta interpretação das Escrituras. Mas lembre-se: a resposta está na própria Bíblia!1) Gênesis 1.1,10 — Qual é o sentido da palavra “terra” nesses dois versículos?2) Gênesis 1 e 2 — Por que as narrativas da criação são diferentes nesses dois capítulos?3) Gênesis 2.17 — Qual foi o fruto proibido comido por Adão e Eva?4) Gênesis 6.19 e 7.2 — Como harmonizar essas duas passagens?5) Êxodo 24.9-11 — Os acompanhantes de Moisés viram Deus entronizado?6) Números 4.3; 8.24 e Esdras 3.8 — Com que idade os levitas começavam o serviço no Templo?7) Josué 10.12-14 — Como explicar o prolongado dia de Josué?8) 1 Samuel 16.10,11 e 1 Crônicas 2.13-15 — Quantos filhos teve Jessé?9) 1 Samuel 18.10 — O que seria um espírito mau da parte do Senhor?10) 2 Reis 6.19 — Por que Eliseu não foi considerado culpado por ter mentido às tropas sírias?11) Eclesiastes 3.21 — Os animais também têm espírito?12) Isaías 9.6 — Se Jesus é o Filho de Deus, por que é chamado de Pai da Eternidade?13) Isaías 14.12 — A quem se refere essa passagem?14) Mateus 8.22 e Lucas 9.60 — O que significa deixar os mortos sepultarem os seus mortos?15) Mateus 10.10 e Marcos 6.8 — Os discípulos deviam ou não levar um bordão?16) Mateus 16.28 — Jesus voltaria no tempo de vida dos apóstolos?17) João 10.34 — Os homens são deuses?18) 1 Coríntios 10.8 e Êxodo 32.28 — É possível conciliar essas passagens?19) 1 Coríntios 15.29 — O que é o batismo pelos mortos?20) Colossenses 1.20 — Todas as pessoas serão salvas?21) 1 Timóteo 2.12 — A ordenação de mulheres é proibida?22) Apocalipse 1.4 — Quem são os sete espíritos diante do trono de Deus?23) Apocalipse 7.3-8 e 14.1 — Quem são os 144 mil?
Fonte: Pr. Ciro Sanches Zibordi

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