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Lição 3: A realidade bíblica do pecado (Jovens)

TEXTO PRINCIPAL

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (Rm 3.23).

RESUMO DA LIÇÃO

O pecado é um mal real que atinge toda a humanidade e que traz consequências eternas.

LEITURA DA SEMANA

SEGUNDA — Jo 16.8

É o Espírito que convence do pecado

TERÇA — Tg 4.17

Pecado por não fazer o que é certo

QUARTA — Sl 32.5

Não encobrir o pecado

QUINTA — Sl 51.4

O pecado sempre é contra Deus

SEXTA — 1Jo 1.8

Todos pecamos

SÁBADO — Rm 6.23

O salário do pecado é a morte

OBJETIVOS

  • COMPREENDER o que é pecado;
  • CONSCIENTIZAR das consequências do pecado;
  • MOSTRAR as consequências para quem comete o pecado de forma deliberada.

INTERAÇÃO

Professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da realidade do pecado. No capítulo três de Gênesis encontramos um dos relatos mais tristes da história da humanidade, a Queda de Adão e Eva. Mas, Deus não foi pego de surpresa com o pecado do primeiro casal, pois as Escrituras Sagradas afirmam que desde a fundação do mundo a morte redentora de Jesus, pela salvação da humanidade, já havia sido determinada (Ap 13.8). O primeiro casal pecou de modo deliberado contra Deus ao desobedecer a uma única restrição. Contudo, o Criador não o deixou entregue a sua própria sorte, Ele providenciou a sua redenção. Por intermédio da história de Adão e Eva, podemos ver que as consequências que vieram sobre eles, ao cederem à tentação foram as piores possíveis. Uma delas foi o sentimento de culpa, algo novo e terrível para o primeiro casal que havia sido formado sem pecado, no estado de inocência.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), sugerimos que você converse com seus alunos explicando o ensino bíblico a respeito do pecado. Diga que “a sombra do pecado está sobre cada aspecto da existência humana. Fora de nós, o pecado é um inimigo que seduz; por dentro, compele-nos ao mal, como parte da nossa natureza caída. Nesta vida, o pecado é intimamente conhecido, ainda que permaneça estranho e misterioso. Promete a liberdade, mas escraviza, produzindo desejos que não podem ser satisfeitos. Quanto mais nos debatemos para escapar ao seu domínio, tanto mais inexplicavelmente nos enlaça. Compreender o pecado nos ajuda no conhecimento de Deus, porém o pecado distorce até mesmo nosso conhecimento do próprio-eu. Mas se a luz da iluminação divina consegue penetrar essas trevas, e não somente as trevas, mas também a própria luz, então poderão ser mais bem analisadas” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 19ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.263).

TEXTO BÍBLICO

Romanos 3.9-18.

9 — Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado.

10 — Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.

11 — Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.

12 — Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.

13 — A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios.

14 — Cuja boca está cheia de maldição e amargura.

15 — Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.

16 — Em seus caminhos há destruição e miséria.

17 — E não conheceram o caminho da paz.

18 — Não há temor de Deus diante de seus olhos.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Uma das características do Cristianismo é o ensino de que o homem possui uma forte tendência a rejeitar o que é bom e praticar o que é mau. Tal prática desagrada e ofende a Deus, pois Ele nos criou para que fizéssemos o que é certo e justo. Essa prática do que é mau chamamos de pecado, algo que faz com que o homem se afaste de Deus e seja condenado a uma existência de conflitos com aqueles que o cercam e com aquele que os criou nesta vida, e que pode levá-lo ao Inferno, na eternidade.

I. O QUE É O PECADO

1. Conceitos extrabíblicos sobre o pecado. Uma das características do pecado é o obscurecimento do entendimento humano. Isso significa que qualquer coisa que lhe seja dita e que corresponda a uma reprovação por seus atos errados poderá ser intelectualmente rechaçada.

Há uma corrente filosófica que defende ser o pecado um mecanismo de opressão de um grupo de pessoas por outro, de tal forma que, se os oprimidos estiverem livres dessa opressão, não cometerão o pecado. Outra corrente ensina que ações como a violência e o desajuste sexual não têm uma origem espiritual, e sim material, pois se o homem é fruto de uma evolução, esses elementos são traços característicos dos animais passados geneticamente. Para outros pensadores, o pecado é uma ilusão a ser combatida por meio intelectual, pois para eles, se Deus não existe, logo, a ideia do pecado, que é uma afronta contra esse Deus, também não deveria existir. Na prática, a sociedade dos nossos dias rejeita a ideia da existência do pecado como um mal que aflige a humanidade e que deve ser combatido; dessa forma, atribui a ele uma mera percepção religiosa, não sendo, portanto, algo que deve fazer parte das preocupações dos seres humanos. Tudo isso mostra que o pecado tem o poder de afetar o intelecto e as ações humanas, distorcendo a capacidade de entender e aceitar as coisas espirituais.

2. O conceito bíblico sobre o pecado. A Bíblia descreve o pecado como um ato de rebeldia contra Deus. Segundo o Dicionário Wycliffe, “pecado não é somente alguma coisa contrária ao que Deus disse que o homem não deveria fazer, mas é também algo contrário ao que Deus não quer que o homem faça, com base nos princípios revelados”. A expressão mais utilizada para definir o pecado é “errar o alvo”, ou seja, ter na sua frente um objeto e não conseguir acertá-lo, como se uma pessoa que tivesse em mãos um arco e uma flecha, ou mesmo uma funda, e não conseguisse atingir o alvo à sua frente, ou porque este estava em movimento, ou porque quem atirou a flecha ou a pedra não mirou de forma correta. Na prática, tão danoso quanto errar o alvo é esquecer-se de Deus, e essa é uma definição mais forte sobre o pecado. Quando nos esquecemos do Senhor e transgredimos a sua Lei, nos colocamos contra Ele e seus mandamentos. Davi exemplifica bem que os escritores sagrados tinham consciência da existência do pecado: “Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim” (Sl 51.3).

3. A origem do pecado. É natural que queiramos saber como tudo surgiu, desde objetos a grandes ideias. Nosso mundo foi criado por Deus, e nós também. Ocorre que uma de suas criaturas, Satanás, mesmo dotado de proximidade da glória de Deus, decidiu que seria semelhante ao Altíssimo, e por isso, foi retirado de sua condição de perfeição, tornando-se a fonte de todo o mal. O profeta Ezequiel, falando acerca do rei de Tiro, profecia também atribuída a Satanás, diz que “perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que fostes criado, até que se achou iniquidade em ti” (Ez 28.15). Esse versículo nos mostra duas coisas: Satanás não é um deus, embora se ache um: e que o pecado pode corromper até a mais perfeita criatura.

Satanás, uma vez privado de sua glória por causa de sua rebeldia, dirige-se para transmitir seu mal à outras duas criaturas que foram feitas por Deus, o homem e a mulher. Estes foram feitos à imagem de Deus, mas estavam sujeitos ao mal, pois não eram imunes ao pecado. Eles deveriam depender do Criador o tempo todo para que não pecassem, e justamente em um momento em que se esqueceram do Senhor, foram fisgados pelo discurso de Satanás, pecaram contra o Todo-Poderoso e foram julgados por essa desobediência. A partir daí, todas as desgraças que acometem a humanidade: mentira, assassinatos, acusações, guerras, desrespeito entre os casais e a morte. O pecado provém de Satanás, o pai da mentira, que peca e mente desde o princípio (Jo 8.44).

SUBSÍDIO I

Professor(a), inicie o primeiro tópico da lição ressaltando a importância do estudo da natureza do pecado. Explique que “o pecado distorce todos os conhecimentos e lança dúvidas sobre eles. Ao defendermos a fé cristã, defrontamos com um dilema ético: como pode existir o mal no mundo governado por um Deus onipotente e inteiramente bom? O estudo da natureza divina deve considerar o controle providencial de Deus sobre um mundo amaldiçoado pelo pecado.” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.264).

II. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

1. O homem foi criado bom. Segundo as Escrituras, o ser humano foi criado perfeito, sem pecado, Chamamos isso de estado de inocência, em que o homem e a mulher não tinham a consciência do mal. Eclesiastes 7.29 diz que “Deus fez ao homem reto”. Mas, mesmo tendo sido criado sem imperfeição alguma, o homem cedeu à tentação. A partir de sua desobediência a Deus, dando ouvidos à proposta de Satanás, o homem passou a ser mau. Observe que o ser humano usou da liberdade que tinha para desobedecer a Deus: Gênesis 3 nos conta que Satanás não obrigou o casal a comer do fruto que Deus lhes havia vedado, mas que eles mesmos, convencidos por Satanás, comeram da árvore.

2. Degradação da raça humana. A humanidade pode até negar a existência do pecado, mas não pode negar a consciência de que estão errados quando cometem uma iniquidade. Gênesis 3.7 diz: “então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus”. O pecado tira a inocência do ser humano.

Se eles buscaram ser parecidos com Deus, conhecedores do bem e do mal, logo perceberam que a decisão que tomaram, incitados por Satanás, lhes mostrou que o mal que desconheciam agora lhes dominava.

Os homens se tornaram violentos, gananciosos, assassinos, desrespeitosos de compromissos, doentes e insatisfeitos com o que possuíam. Criaram deuses para si e os adoraram, e nesses cultos degradaram a imagem e semelhança que tinham de Deus em si.

3. A degradação do mundo em que vivemos. É curioso perceber que o pecado afetou não somente a humanidade, mas igualmente o mundo em que ela vive. Questões como alterações climáticas, poluição e alterações na produtividade dos alimentos têm sua origem nos efeitos do pecado. O apóstolo Paulo nos diz que a criação aguarda ser redimida (Rm 8.22). Os problemas ambientais que vemos hoje são oriundos da pecaminosidade humana, seja por força de ações, seja por omissões. O descaso com o ambiente em que vivemos nos mostra o quanto nos afastamos de Deus e de sua criação. Mesmo a Terra Prometida pelo Senhor a Moisés e ao povo foi alvo desse descaso. A Lei de Moisés designava que a terra deveria descansar no sétimo ano, após ter sido lavrada e as colheitas realizadas. Esse descanso era “um sábado ao Senhor” (Lv 25.4), mas os hebreus, desprezaram esse mandamento, sendo isso grave violação à Lei de Deus.

SUBSÍDIO II

Professor(a), inicie o tópico pedindo que os alunos citem uma consequência de ceder ao pecado. Depois, alerte aos alunos mostrando que “a punição de Adão e Eva reflete a seriedade da visão de Deus quanto a qualquer tipo de pecado”.

III. CONSEQUÊNCIAS PARA QUEM COMETE O PECADO

1. A morte física e a espiritual. Após criar Adão e colocá-lo no Éden, Deus advertiu que ele não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, para que não morresse. Por ter dado mais ouvidos ao que Satanás lhes disse e tendo desobedecido a Deus, homem e a mulher se sujeitaram à morte, o fim da existência física. Não somente isso, mas todos os filhos de Adão e Eva herdaram a pecaminosidade de seus pais e a morte que os levou. Vemos aqui o que a Teologia Cristã chama de solidariedade. A partir de Adão, o pecado e a morte como consequência foram transmitidos aos seus descendentes. “Pelo que, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Portanto, o pecado é hereditário e a sua universalidade deve-se à corrupção da natureza humana que é a consequência que herdamos de nossos primeiros pais, Adão e Eva. Segundo a Carta aos Hebreus, “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hb 9.27). Na morte, o ser humano tem as suas conexões com este mundo cessadas. Com a quebra da comunhão com Deus, vem também a morte espiritual, a separação entre o homem e o Criador. Essa é a segunda consequência do pecado.

2. A perdição eterna. A perdição eterna se dá justamente após a morte física. Finda a existência do ser humano, e resta-lhe apenas uma eternidade com ou sem Deus. A perdição eterna é justamente a consequência de quem se esqueceu do Senhor nesta vida, que não se arrependeu de seus pecados e não aceitou a mensagem do Evangelho trazida por Jesus Cristo.

Segue-se, portanto, uma séria advertência: onde passaremos a eternidade depende de nossas decisões e ações nesta vida presente. É preciso que nos arrependamos de nossos pecados, aceitemos a Jesus como nosso Salvador e Senhor, e que possamos andar com Deus em nossa vida.

Por mais que a vida seja ínfima diante do destino que nos aguarda, é nela que devemos tomar a decisão que pode nos levar para o Céu, ou escolher ignorar as advertências de Deus e passar a eternidade sem Ele, no Inferno.

SUBSÍDIO III

Prezado(a) professor(a), explique aos alunos que “percebe-se a importância do estudo do pecado na sua gravidade. O pecado é contra Deus. Afeta a totalidade da criação, inclusive a humanidade. Até mesmo o menor dos pecados pode provocar o juízo eterno. E o remédio para o pecado é nada menos que a morte de Cristo na cruz. Os resultados do pecado abrangem todo o terror de sofrimento e da morte. Finalmente, as trevas do pecado demonstram — num contraste nítido e terrível — a glória de Deus”.

Ressalte que “a Bíblia descreve o destino dos ímpios, aqueles que não se arrependeram de seus pecados, como algo terrível e que vai além de toda a imaginação. São as ‘trevas exteriores’, onde haverá choro e ranger de dentes por causa da frustração e do remorso ocasionados pela ira de Deus (Mt 22.13; 25.30). É uma ‘fornalha de fogo’ (Mt 13.42,50), onde o fogo pela sua natureza é inextinguível.” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.642,643).

CONCLUSÃO

A fé cristã nos ensina que o pecado existe, que toda a raça humana foi alcançada por ele, recebendo, como juízo, a morte e o afastamento de Deus. Diante do que estudamos, não podemos aceitar as ideias modernas que tentam tirar do ser humano a responsabilidade por seus pecados, maldades e das consequências desses atos. O pecado é real e pode levar as pessoas para a perdição eterna.

ESTANTE DO PROFESSOR

OLSON, Roger. Contra a Teologia Liberal: Uma Defesa Cristã Bíblica Tradicional. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

HORA DA REVISÃO

1. Segundo a lição, cite uma das características do pecado.

Uma das características do pecado é o obscurecimento do entendimento humano.

2. Qual o conceito bíblico sobre pecado?

A Bíblia descreve o pecado como um ato de rebeldia contra Deus.

3. Qual a expressão mais utilizada para definir pecado?

A expressão mais utilizada para definir o pecado é “errar o alvo”, ou seja, ter na sua frente um objeto e não conseguir acertá-lo.

4. O que nos mostra o texto de Ezequiel 28.15?

Esse versículo nos mostra duas coisas: Satanás não é um deus, embora se ache um: e que o pecado pode corromper até a mais perfeita criatura.

5. Segundo a lição, os problemas ambientais que vemos hoje são oriundos de quê?

Os problemas ambientais que vemos hoje são oriundos da pecaminosidade humana, seja por força de ações, seja por omissões.

Slide da lição bíblica BAIXA SLIDE

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