

Subsidio Lição 2 : O novo nascimento | EBD Adulto | 2º Trimestre 2025
TEXTO ÁUREO
“Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (Jo 3.3)
VERDADE PRÁTICA
O Novo Nascimento é o modo bíblico de transformação radical da natureza do pecador.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos uma das mais significativas obras do Espírito Santo: a Regeneração. Com base no diálogo entre Jesus e Nicodemos, analisaremos a realidade do Novo Nascimento, percebendo a Regeneração como uma ação única de Deus por meio do Espírito. Adicionalmente, destacaremos a importância dessa extraordinária obra na vida do pecador e os meios que Deus disponibiliza para que possamos vivenciar a experiência da Regeneração.
PALAVRA-CHAVE
Regeneração

I – JESUS E NICODEMOS
1. Quem era Nicodemos?
O contexto de João 3 revela que Jesus já era uma figura conhecida em Jerusalém. Devido ao milagre que realizou, ao transformar água em vinho, a sua fama espalhou-se entre o povo, especialmente entre os líderes religiosos do Templo de Jerusalém (Jo 2.2-25). Foi nesse cenário que Jesus despertou o interesse de um mestre israelita chamado Nicodemos (Jo 3.1), um sábio judeu de grande prestígio tanto entre o povo como entre os seus colegas fariseus. Assim, Nicodemos procurou Jesus durante a noite para questioná-lo sobre seus ensinamentos (Jo 3.2).
O evangelho de João apresenta Nicodemos como um dos principais fariseus e membro do Sinédrio, a mais alta corte religiosa e política dos judeus (Jo 3.1). Esse grupo era composto por 70 líderes, incluindo sumos sacerdotes, escribas e anciãos, responsáveis por interpretar a Lei e tomar decisões sobre questões espirituais e civis de Israel. Dessa forma, Nicodemos não era um judeu comum, mas um dos homens mais influentes da sua época.
O nome Nicodemos tem origem grega e significa “vencedor do povo”. Isso indica que ele poderia ter vindo de uma família de posição privilegiada e, por sua cultura e conhecimento, se destacado entre os líderes religiosos.
A menção de Nicodemos em João 3 ocorre logo após um episódio marcante: Jesus havia purificado o Templo, expulsando os cambistas e vendedores que faziam comércio no pátio sagrado (Jo 2.13-22). Esse evento causou grande repercussão entre os religiosos e a população. Além disso, muitos começaram a reconhecer que Jesus fazia sinais extraordinários, o que despertou ainda mais curiosidade e inquietação (Jo 2.23-25).
2. O reconhecimento de Nicodemos sobre Jesus como Mestre.
O versículo 2 indica que Nicodemos percebeu a autoridade que o Pai concedeu a Jesus, chamando-o de “rabi” (Jo 3.2). Neste contexto, nota-se que não existia hostilidade nas palavras de Nicodemos para com Jesus, mas sim um genuíno interesse em compreender o “ensino novo” apresentado pelo nosso Senhor. Este interesse também decorre do reconhecimento de Nicodemos em relação aos milagres realizados por Jesus, que demonstram que nosso Senhor era mais do que um simples mestre; era um enviado de Deus.
No evangelho de João, Nicodemos se dirige a Jesus chamando-o de “rabi”, que significa mestre ou doutor da Lei (Jo 3.2). Esse título era usado para os grandes mestres do judaísmo, aqueles que ensinavam a Torá e eram respeitados por sua sabedoria e conhecimento. Isso revela que Nicodemos enxergava em Jesus algo especial, mesmo sem compreender plenamente sua identidade divina.
Ao dizer “Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus”, Nicodemos admite que Jesus não era um mero pregador ou líder religioso comum. Seu reconhecimento se baseava, principalmente, nos milagres que Jesus realizava:
“Porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” (Jo 3.2).
Aqui, Nicodemos expressa a crença de que os sinais realizados por Jesus eram evidências de que Ele tinha a aprovação divina. No Antigo Testamento, milagres frequentemente autenticavam a missão dos profetas (Êx 4.1-9; 1 Rs 17.24). Da mesma forma, Nicodemos percebe que Jesus possuía uma autoridade que vinha diretamente de Deus.
A Profundidade do Reconhecimento de Nicodemos
- Nicodemos não expressa hostilidade – Diferente de muitos fariseus que viam Jesus como uma ameaça e o questionavam com más intenções (Mc 12.13-17; Jo 8.6), Nicodemos demonstra respeito e interesse genuíno em compreender seu ensino. Isso sugere que ele estava em busca da verdade.
- Ele usa a palavra “sabemos” – Quando diz “sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus”, Nicodemos pode estar indicando que outros líderes judeus também reconheciam a autoridade de Jesus, mas não tinham coragem de admiti-lo publicamente. Isso sugere que Jesus já estava causando um impacto entre os mestres da Lei.
- Ele vê Jesus como um mestre, mas ainda não como o Messias – Nicodemos percebe que Jesus é um enviado de Deus, mas sua compreensão ainda é limitada. Ele vê Jesus como um mestre divinamente inspirado, mas não compreende sua natureza divina e sua missão como Salvador. É por isso que Jesus lhe apresenta a necessidade do novo nascimento, um conceito que inicialmente confunde Nicodemos (Jo 3.3-4).
3. O diálogo entre Jesus e Nicodemos.
A partir do versículo 3, a afirmação de Jesus sobre o conceito de “nascer de novo” e “nascer da água e do Espírito” para poder ver o Reino de Deus deixou Nicodemos perplexo (Jo 3.3,5,6). As palavras “água” e “Espírito” aparecem frequentemente ao longo do Evangelho de João, transmitindo a ideia de elementos fundamentais para a nossa admissão no Reino Celestial. Desta forma, a referência à “água” e ao “Espírito” recorda-nos a mensagem de João Batista sobre o arrependimento dos pecados e uma nova forma de viver (Jo 3.31; cf. Mt 3.10-12).
Nicodemos, sendo um fariseu e um mestre da Lei, buscava compreender os ensinamentos de Jesus. No entanto, Jesus não responde diretamente às suas palavras iniciais, mas apresenta uma verdade essencial:
“Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3).
Essa afirmação surpreende Nicodemos, pois ele entendia a religião como algo baseado na obediência à Lei e não em uma transformação espiritual radical.
Jesus explica que o novo nascimento é um requisito para entrar no Reino de Deus. Esse nascimento não é físico, mas espiritual:
“Se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5).
Aqui, dois elementos são destacados: água e Espírito. O que Jesus queria dizer com essa expressão?
- Água e Espírito como símbolos de purificação e regeneração
- A “água” pode simbolizar a purificação dos pecados, algo presente na pregação de João Batista, que batizava com água para arrependimento (Mt 3.11).
- O “Espírito” representa a obra regeneradora do Espírito Santo, que transforma o coração humano (Ez 36.25-27).
- O Novo Nascimento como obra do Espírito Santo
- Jesus reforça que “o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6). Ou seja, um nascimento físico não é suficiente para alcançar o Reino de Deus; é necessário um renascimento espiritual.
- O conceito do novo nascimento no Antigo Testamento
- O Antigo Testamento já mencionava a necessidade de uma transformação interior operada por Deus. Em Ezequiel 36.25-27, Deus promete purificar seu povo e dar-lhes um novo coração por meio do seu Espírito.
A Perplexidade de Nicodemos
Nicodemos, ainda preso à sua compreensão terrena, questiona:
“Como pode um homem nascer, sendo velho?” (Jo 3.4).
Ele pensa em um nascimento físico, sem compreender que Jesus fala de uma transformação espiritual.
Para ilustrar essa verdade, Jesus menciona o vento:
“O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.8).
Aqui, Jesus mostra que a obra do Espírito Santo é misteriosa, mas real. Assim como o vento é invisível, mas sentimos seus efeitos, o novo nascimento não pode ser visto fisicamente, mas suas evidências são perceptíveis na vida transformada do crente.
Ao longo do diálogo, Jesus conduz Nicodemos à necessidade de crer. Ele faz referência ao episódio da serpente de bronze no deserto (Nm 21.8-9), comparando-a a sua própria missão:
“E do modo porque Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna” (Jo 3.14-15).
Essa declaração prepara o terreno para um dos versículos mais conhecidos da Bíblia:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
Jesus ensina a Nicodemos que a salvação não vem por meio da obediência à Lei, mas sim pela fé nele, o Filho de Deus enviado ao mundo para trazer a redenção.
II – O NOVO NASCIMENTO: A OBRA DE REGENERAÇÃO
1. O Novo Nascimento.
A palavra “regeneração” tem origem no termo grego palingenesia, que significa literalmente “voltar a ser gerado novamente”. Assim, a Regeneração é um conceito utilizado na Teologia, especialmente na Soteriologia (Doutrina da Salvação), para descrever o ato divino de transformação interior do pecador. A expressão “Novo Nascimento” está vinculada à doutrina bíblica da Regeneração, referindo-se a uma mudança realizada pela graça, quando o pecador, que possui uma natureza carnal, corrompida e caída em pecado, passa a ter uma nova natureza, agora purificada e espiritualmente restaurada (Tg 1.18,21). Jesus abordou este tema quando falou a Nicodemos: “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3).
O termo “regeneração”, do grego palingenesia, significa literalmente “voltar a ser gerado novamente” ou “novo começo”. No contexto bíblico, refere-se à transformação espiritual operada pelo Espírito Santo no pecador arrependido. Essa mudança é descrita como um novo nascimento, pois envolve uma ruptura com a velha vida de pecado e o início de uma nova caminhada com Deus.
Jesus explicou essa verdade a Nicodemos:
“Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3).
Esse nascimento não é físico, mas espiritual, resultado da ação regeneradora do Espírito Santo.
A Necessidade do Novo Nascimento
A Bíblia ensina que todos os homens nascem em pecado e estão espiritualmente mortos (Rm 3.23; Ef 2.1). Por isso, precisam de um renascimento espiritual para serem reconciliados com Deus.
Tiago 1.18 reforça essa ideia:
“Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas”.
Isso significa que a regeneração não é um esforço humano, mas um ato soberano de Deus, realizado mediante a Palavra e o Espírito Santo (Jo 3.5).
A regeneração produz efeitos visíveis na vida do crente. Entre eles:
- Nova identidade espiritual – Agora, o salvo é chamado de filho de Deus (Jo 1.12-13).
- Transformação do coração – Deus concede um novo coração e um novo espírito (Ez 36.26).
- Mudança de vida – O nascido de novo abandona o pecado e passa a viver segundo a vontade de Deus (1 Jo 3.9).
- Desejo pela Palavra de Deus – A regeneração desperta no crente o desejo de crescer espiritualmente (1 Pe 2.2).
2. A Regeneração como obra exclusiva de Deus.
A Regeneração é um ato que Deus realiza na vida do pecador, levando-o a uma mudança radical do seu coração e provocando uma transformação profunda da sua vida interior. Este processo acontece quando o pecador reconhece os seus erros e a necessidade de um Salvador. Neste contexto, Deus efetua essa obra regeneradora através do Espírito Santo, que concede nova vida ao pecador. Por esta razão, a regeneração é uma ação puramente divina. Na Epístola de Tiago, encontramos a seguinte afirmação: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto”; “segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade” (Tg 1.17,18).
A Bíblia ensina que a regeneração não é resultado do mérito ou das obras do homem. João 1.12-13 afirma:
“Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.”
Isso significa que o Novo Nascimento não ocorre por descendência natural, desejo pessoal ou esforço humano, mas é um ato exclusivo de Deus.
Tiago 1.17-18 declara:
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação. Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.”
Esse texto ensina que Deus é quem gera a nova vida no crente. A regeneração não depende da vontade humana, mas da vontade soberana de Deus, que nos faz nascer espiritualmente por meio da Palavra da Verdade, isto é, o Evangelho.
3. A necessidade da Regeneração do pecador.
A Bíblia ensina que o ser humano é pecador. Em uma de suas cartas, o apóstolo Paulo destaca a pecaminosidade do ser humano em razão da queda dos nossos primeiros pais: “todos pecaram” (Rm 5.12). Assim, surge a necessidade de cada indivíduo passar pela experiência da Regeneração (Rm 5.19). Esta magnífica obra foi confirmada pelo Senhor Jesus durante sua morte sacrificial (Fp 2.8). Na Cruz, Ele conquistou a oportunidade de vivermos uma nova vida (1 Pe 3.18). Portanto, devido à nossa natureza pecaminosa e ao que Jesus realizou na Cruz, a ação regeneradora do Espírito Santo é essencial para todos os seres humanos.
A raiz da necessidade da regeneração está no pecado. O apóstolo Paulo explica que, por meio de Adão, o pecado entrou no mundo e corrompeu toda a humanidade:
“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Rm 5.12)
O pecado separou o homem de Deus (Is 59.2), tornando-o espiritualmente morto (Ef 2.1). Essa morte espiritual significa que o homem, por sua própria natureza, está inclinado para o mal e incapaz de se aproximar de Deus sem a intervenção divina (Rm 8.7-8).
Sem a regeneração, o ser humano permanece:
- Morto espiritualmente (Ef 2.1-3).
- Escravo do pecado (Jo 8.34).
- Sem comunhão com Deus (Is 59.2).
- Incapaz de entrar no Reino de Deus (Jo 3.3).
Jesus declarou de forma clara e direta a Nicodemos:
“Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (Jo 3.3)
Aqui, Cristo enfatiza que o Novo Nascimento é uma condição indispensável para a salvação. Isso se aplica a todos os homens, independentemente de sua moralidade, conhecimento religioso ou boas obras. Nenhuma ação humana pode substituir a regeneração operada pelo Espírito Santo.
O pecado corrompe todas as áreas da vida humana – pensamentos, emoções, vontades e atitudes. Por isso, uma mudança superficial ou uma simples reforma moral não são suficientes. O homem precisa nascer de novo, isto é, ser transformado pelo poder de Deus.
A regeneração é possível porque Cristo se entregou na cruz para restaurar o que foi perdido no Éden. O apóstolo Pedro afirma:
“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus.” (1 Pe 3.18)
Através da sua morte e ressurreição, Jesus abriu o caminho para que os pecadores fossem reconciliados com Deus e recebessem uma nova vida (2 Co 5.17-19). Essa nova vida é operada pelo Espírito Santo, que regenera o pecador e o capacita a viver em santidade (Tt 3.5).
O apóstolo Paulo ensina que a regeneração não é fruto do esforço humano, mas uma obra divina realizada pelo Espírito Santo:
“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” (Tt 3.5)
Isso significa que a regeneração não ocorre por méritos próprios, mas pela graça de Deus. Quando o pecador crê em Jesus e se arrepende, o Espírito Santo transforma seu coração, concede-lhe nova vida e o torna filho de Deus (Jo 1.12-13).
III – OS MEIOS DA OBRA REGENERADORA
1. A operação do Espírito Santo.
O conceito de “nascer da água” refere-se, de forma metafórica, à ação purificadora do Espírito. Embora muitos interpretem a “água” no Evangelho de João como uma alusão ao batismo cristão, a regeneração que se produz não é algo físico ou material, mas sim uma transformação interior que apenas o Espírito Santo pode realizar. Nesse sentido, o “nascer da água” simboliza a obra purificadora do Espírito, referindo-se àqueles que são “nascidos do Espírito” (Jo 3.5,8). De certa forma, o modo como se manifesta a Regeneração na vida do salvo possui um caráter misterioso. No entanto, é inegável que aqueles que vivenciam essa experiência recebem, mediante a ação do Espírito, uma nova vida em Cristo e a “lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tt 3.5).
Como ja vimos , a regeneração não é um simples aprimoramento moral ou uma mudança de comportamento, mas uma obra profunda e interna realizada pelo Espírito de Deus. O apóstolo Paulo reforça essa verdade ao dizer:
“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” (Tt 3.5)
Isso significa que a nova vida em Cristo não é conquistada por méritos próprios, mas é um dom divino, operado pelo Espírito Santo. Ele transforma o coração do pecador, purificando-o e tornando-o apto para o Reino de Deus.
A expressão “nascer da água” em João 3.5 tem sido interpretada de diferentes formas, mas, dentro do contexto bíblico, a água simboliza a purificação espiritual que o Espírito Santo realiza. No Antigo Testamento, Deus já havia prometido essa obra de renovação:
“Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.” (Ez 36.25)
Essa promessa se cumpre no Novo Testamento, quando o Espírito Santo limpa e regenera aqueles que creem em Cristo. Ele opera no coração do crente, removendo a culpa do pecado e concedendo uma nova natureza.
2. A Palavra de Deus.
A Palavra de Deus tem poder regenerador na vida do pecador, conforme podemos ler na Epístola do apóstolo Pedro: “sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre” (1 Pe 1.23). Semelhante, em Tiago lemos que pela sua vontade, Deus nos “gerou pela palavra da verdade” (Tg 1.18). Portanto, o Novo Testamento apresenta com clareza o caráter regenerador da Palavra de Deus. Por isso ela é tão poderosa, viva e eficaz, pois alcança o lugar mais profundo do pecador que mensagem humana alguma tem poder de alcançar (Hb 4.12). Ela é a semente de que o Espírito Santo se serve para gerar uma “nova criatura”.
O apóstolo Pedro destaca que somos gerados pela Palavra viva de Deus, que é incorruptível e eterna: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre.” (1 Pe 1.23). Aqui, a Palavra de Deus é comparada a uma semente que gera vida. Isso nos remete à parábola do semeador, onde Jesus ensina que a semente é a Palavra de Deus (Lc 8.11). O Espírito Santo usa essa semente para operar a regeneração no coração do pecador, transformando-o em uma nova criatura.
O Novo Testamento enfatiza que a regeneração acontece pelo ouvir da Palavra da Verdade.
Tiago declara: “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.” (Tg 1.18). Isso demonstra que a salvação não vem pelo esforço humano, mas pela vontade de Deus, que age por meio da pregação do Evangelho. O próprio apóstolo Paulo confirma essa verdade: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10.17). Sem a exposição da Palavra, não há fé, e sem fé, não há regeneração.
O autor de Hebreus descreve o poder penetrante da Palavra de Deus: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” (Hb 4.12). Isso significa que a Palavra tem o poder de revelar, convencer e transformar. Diferente de qualquer mensagem humana, ela alcança o íntimo do coração do homem, despertando-o para a necessidade da salvação.
A regeneração não é apenas o início da vida cristã, mas também a base para uma nova caminhada com Deus. O apóstolo João afirma: “Já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.” (Jo 15.3). Isso mostra que a Palavra não apenas nos gera, mas também nos purifica e nos mantém espiritualmente saudáveis. Assim, um crente regenerado deve permanecer na Palavra (Jo 8.31-32), meditar nela diariamente (Sl 1.2) e viver conforme seus princípios (Tg 1.22)
3. A Vontade soberana de Deus.
A Palavra de Deus ensina que é intenção divina que todos os seres humanos alcancem a salvação e cheguem ao conhecimento da verdade (1 Tm 2.3,4). O plano de salvação de Deus revela a sua vontade perfeita, desejando que ninguém seja condenado eternamente, como é mencionado na Epístola de Pedro (2 Pe 3.9). No entanto, segundo a sua vontade permissiva, as pessoas têm a liberdade de fazer escolhas, decidindo se buscam ou não o perdão divino e, por consequência, a vida eterna (Lc 7.30; At 7.51). Logo, o ser humano não pode escapar da sua tomada de decisão.
O plano de salvação de Deus reflete sua vontade perfeita. Desde o princípio, Ele preparou a redenção por meio de Cristo, oferecendo ao ser humano a oportunidade de ser reconciliado com Ele. No entanto, em sua vontade permissiva, Deus concede liberdade para que cada pessoa tome suas próprias decisões.
Isso significa que, embora Deus deseje a salvação de todos, Ele não obriga ninguém a aceitá-la. Jesus confrontou os fariseus e mestres da lei que rejeitaram a graça de Deus, afirmando que eles resistiram à vontade divina (Lc 7.30). De maneira semelhante, Estêvão repreendeu aqueles que endureceram o coração contra a verdade, resistindo ao Espírito Santo (At 7.51).
A responsabilidade da decisão recai sobre cada indivíduo.
Deus oferece a salvação gratuitamente, mas cabe ao ser humano aceitar ou rejeitar esse presente. Aqueles que escolhem seguir a Cristo recebem vida eterna, mas os que rejeitam sua graça permanecem separados d’Ele. Essa escolha tem consequências eternas, conforme ensinado por Jesus: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (Jo 3.18).
Dessa forma , a soberania de Deus não anula a responsabilidade humana. O Senhor age em sua misericórdia para salvar, mas não impõe sua graça sobre aqueles que deliberadamente a rejeitam. Portanto, cada pessoa deve refletir sobre sua condição espiritual e tomar a decisão de se render ao senhorio de Cristo, pois a salvação é um dom divino disponível para todos que creem e se arrependem.
CONCLUSÃO
A obra de Regeneração do Espírito Santo possibilita ao pecador a participação na natureza divina (Gl 4.7). Este recebe pleno acesso ao Reino de Deus, bem como a sua filiação divina “aos que creem no seu nome” (Jo 1.12). Dessa forma, assim que o pecador se arrepende e aceita o Evangelho, o Espírito Santo começa a residir nele e realiza a obra de Regeneração, capacitando-o para enfrentar a sua velha natureza e garantindo que ele alcance a vitória total em Cristo Jesus.
Fonte: conhecerapalavra.