

Subsidio Lição 3 : A verdadeira adoração | EBD Adulto CPAD | 2º Trimestre 2025
TEXTO ÁUREO
“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.24)
VERDADE PRÁTICA
Adorar significa viver em total rendição a Deus, entregando-nos plenamente a Ele.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
INTRODUÇÃO
O ser humano sente uma necessidade intrínseca de Deus. Com a leitura da passagem de João 4, essa carência espiritual torna-se evidente. Neste contexto, também se revela a importância de uma autêntica adoração que surge de uma experiência profunda com Jesus Cristo. Por este motivo, a Adoração Cristã é o tema central desta lição. A partir do diálogo entre Jesus e a mulher samaritana, podemos extrair ensinamentos valiosos sobre a adoração.
PALAVRA-CHAVE
ADORAÇÃO
I – O ENCONTRO EM SAMARIA E DUAS PRECIOSAS LIÇÕES

1. A necessidade de passar em Samaria.
Em João 4.4 é informado que “era-lhe necessário passar por Samaria”. O Senhor deixava a Judeia em direção à Galileia e, para tal, teria de atravessar por Samaria. Apesar de evitar entrar nessa cidade devido à tensão racial entre judeus e samaritanos, havia uma missão ainda mais urgente: o encontro com a mulher samaritana em Sicar, junto à “fonte de Jacó” (vv.6,7). Durante essa conversa, Jesus abordou o assunto sobre o local adequado para adorar a Deus: seria em Samaria ou em Jerusalém? Nesse diálogo, nosso Senhor ensinou duas importantes lições.
Embora houvesse outras rotas disponíveis entre a Judeia e a Galileia, Jesus escolheu deliberadamente atravessar a região samaritana. Os judeus normalmente evitavam essa passagem devido à histórica inimizade entre judeus e samaritanos, mas Jesus tinha uma missão mais importante do que as tradições culturais e as barreiras raciais. Ele estava indo ao encontro de uma alma sedenta de verdade, a mulher samaritana, que seria alcançada pela graça divina.
Chegando à cidade de Sicar, Jesus parou junto à “fonte de Jacó” (Jo 4.6), um local de grande importância histórica para os samaritanos, pois era associado aos patriarcas.
Enquanto descansava, aproximou-se uma mulher para tirar água, e Jesus iniciou um diálogo transformador (Jo 4.7). Essa interação não apenas quebrou as barreiras sociais e religiosas da época, mas revelou o verdadeiro propósito do Senhor: trazer salvação àqueles que eram marginalizados.
Durante a conversa, um dos temas abordados foi a adoração. A mulher perguntou se o lugar correto para adorar a Deus era no monte Gerizim, onde os samaritanos construíram seu templo, ou em Jerusalém, o centro do culto judaico (Jo 4.20). A resposta de Jesus mostrou que a verdadeira adoração não está limitada a um local físico, mas deve ser em espírito e em verdade, pois Deus busca adoradores que o adorem dessa maneira (Jo 4.23,24).
2. A necessidade do ser humano.
O encontro entre Jesus e a mulher samaritana não foi um simples acaso. Ele encontrava-se sentado à beira da fonte de Jacó, na hora sexta, durante o calor do meio-dia. A mulher samaritana dirigiu-se à fonte para recolher água, momento em que se cruzou com Jesus e ouviu um pedido do amado Mestre: “Dá-me de beber” (v.7). Em resposta ao pedido de Jesus, ela iniciou uma conversa com o divino Mestre, até que Este lhe propôs uma água que se tornará nela uma “fonte de água a jorrar para a vida eterna” (v.14). O que nosso Senhor ofereceu à mulher samaritana era “um tipo de água” capaz de transformar toda a sua existência. Aqui encontramos a primeira valiosa lição: toda pessoa necessita de Deus e, por isso, devemos aproveitar cada oportunidade para partilhar essa “água da vida”.
O encontro entre Jesus e a mulher samaritana foi divinamente planejado, não um simples acaso. O Senhor, cansado da viagem, estava sentado à beira da fonte de Jacó quando, por volta da hora sexta, sob o calor intenso do meio-dia, aquela mulher chegou para buscar água. Diferente das demais mulheres, que costumavam buscar água nas primeiras horas da manhã, ela foi naquele horário provavelmente para evitar o julgamento da sociedade devido à sua vida pregressa.
Ao se aproximar da fonte, a mulher ouviu um pedido inesperado: “Dá-me de beber” (Jo 4.7).
Esse pedido serviu como ponto de partida para um diálogo que transformaria sua vida. Surpresa por um judeu dirigir-se a ela, uma samaritana, a mulher questionou a atitude de Jesus. Em resposta, Ele revelou que poderia oferecer uma água muito superior àquela que ela buscava: “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14).
A declaração de Jesus aponta para uma verdade espiritual profunda. A necessidade humana vai além do suprimento material e físico; a alma anseia por algo eterno, que somente Cristo pode oferecer. A mulher samaritana, que buscava satisfação em relacionamentos e em sua rotina diária, não havia encontrado plenitude. Mas diante de Jesus, descobriu que a verdadeira satisfação não está em coisas passageiras, mas na salvação e na comunhão com Deus.
Esse encontro nos ensina que toda pessoa tem uma necessidade espiritual que só Cristo pode suprir. Assim como a mulher samaritana, muitos buscam saciar a sede de suas almas em fontes erradas, mas apenas a “água da vida” oferecida por Jesus pode transformar completamente a existência humana. Por isso, é essencial que, como cristãos, aproveitemos todas as oportunidades para compartilhar essa verdade com aqueles que ainda não a conhecem.
3. O lugar de adoração a Deus.
Dando seguimento à conversa com Jesus, a mulher samaritana questiona-O sobre onde deveria ocorrer a verdadeira adoração, se em Jerusalém ou no Monte Gerizim. Neste diálogo, a samaritana procura entender o local apropriado para adorar a Deus. Em resposta à sua indagação, Nosso Senhor revela uma nova forma de culto. Esta adoração não seria exclusiva dos judeus nem dos samaritanos. Na realidade, o verdadeiro culto dirigido a Deus deve ser feito ao “Pai em espírito e em verdade” (vv.23,24). Aqui encontramos uma segunda lição valiosa: o autêntico culto de adoração a Deus, que satisfaz as necessidades humanas, não se limita a um lugar específico, mas reside no mais profundo do ser humano, em “espírito e em verdade”.
A mulher samaritana levantou uma questão que refletia a antiga rivalidade entre judeus e samaritanos: onde seria o verdadeiro lugar de adoração, se no Monte Gerizim, onde os samaritanos adoravam, ou em Jerusalém, onde estava o templo judaico. Em resposta, Jesus revelou uma verdade revolucionária: a adoração genuína não está limitada a um local físico, mas deve ser feita “em espírito e em verdade” (Jo 4.23-24). Com isso, Ele ensinou que o culto verdadeiro não depende de templos ou tradições humanas, mas da transformação interior realizada pelo Espírito Santo.
Adorar “em espírito” significa que o culto deve ser fruto de um coração renovado, conduzido pelo Espírito Santo, que nos capacita a nos aproximarmos de Deus com sinceridade e devoção genuína (Rm 8.14-16).
Não se trata de rituais externos ou práticas religiosas vazias, mas de uma relação viva e autêntica com o Senhor. Por outro lado, adorar “em verdade” significa que essa adoração deve estar fundamentada na revelação divina. Jesus, sendo a própria Verdade (Jo 14.6), é o centro dessa adoração, e qualquer forma de culto que não esteja alinhada com Sua Palavra torna-se inaceitável para Deus (Mt 15.8-9).
Com essa resposta, Jesus rompeu barreiras religiosas e mostrou que Deus não busca adoradores baseados em etnias, locais ou tradições, mas aqueles que o adoram com um coração sincero e obediente à Sua Palavra. Esse ensinamento nos desafia a refletir sobre nossa própria adoração: estamos servindo a Deus apenas com formalismos religiosos ou em uma entrega verdadeira e transformadora? A adoração que agrada ao Pai não está restrita a um templo, mas deve envolver todo o nosso ser, todos os dias da nossa vida.
II – O ENSINO DE JESUS A RESPEITO DA VERDADEIRA ADORAÇÃO
1. A adoração.
Ao afirmar que ofereceria a “água viva” aos que têm sede, Jesus referia-se a uma vivência espiritual que se daria no interior de cada indivíduo: “a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14). Assim, à luz das suas palavras neste capítulo, a verdadeira adoração a Deus não está mais ligada a um local específico, como Jerusalém ou Samaria. A presença de Deus já não se restringe a uma determinada geografia, mas está presente em todos os lugares onde existam adoradores sinceros. Mais do que uma adoração formal e ritualística, a autêntica adoração possui essencialmente um caráter espiritual: “Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24).
A adoração envolve não apenas palavras e cânticos, mas toda a vida do cristão. Paulo enfatiza esse princípio em Romanos 12.1, ao exortar os crentes a oferecerem seus corpos “como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. Esse versículo reforça que a adoração verdadeira não se limita a momentos específicos, mas se expressa na obediência, no serviço a Deus e na busca por santidade.
Portanto, adorar a Deus em espírito e em verdade significa render-se completamente a Ele, reconhecendo sua soberania e vivendo de acordo com sua Palavra. É um ato que brota do coração e se manifesta em todas as áreas da vida, como um testemunho constante do amor e da graça de Deus. Que cada cristão, ao meditar sobre esse chamado, possa buscar uma adoração sincera, fundamentada na comunhão com o Pai e na verdade revelada por Cristo.
2. Jesus e a verdadeira adoração.
Ao questionar Jesus sobre o local da adoração (Jo 4.20,21), a mulher samaritana teve uma revelação que lhe permitiu entender os ensinamentos de Jesus sobre a verdadeira adoração. O Senhor Jesus é, por si só, a base para essa adoração genuína (Jo 4.21). É pertinente ilustrar esta verdade ao lembrarmos do Calvário e do sepulcro vazio, onde, após sua morte, a obra realizada se tornou a razão fundamental para a adoração de todos os cristãos.
Embora os locais físicos do Calvário e do sepulcro vazio possam não ter grande significado por si mesmos, a lembrança da obra realizada nesses lugares ultrapassa qualquer noção geográfica. O impacto dessa obra abrange todos, não importando o lugar de onde se encontrem. Sempre que participamos da Ceia do Senhor, essa memória permanece viva em nós, independentemente da nossa localização (1 Co 11.23-25; 15.3,4).
A base da verdadeira adoração cristã está na obra redentora de Cristo. No Calvário, Jesus ofereceu-se como o sacrifício perfeito para a remissão dos pecados, abolindo a necessidade dos sacrifícios do templo (Hb 9.11-14, 26). O sepulcro vazio, por sua vez, testifica sua vitória sobre a morte, garantindo a salvação e a esperança da vida eterna para todos os que creem (1 Co 15.3-4).
A memória dessa obra de redenção não está vinculada a um lugar físico específico, mas se torna viva na vida do adorador.
A Ceia do Senhor, por exemplo, é uma expressão dessa verdade. Sempre que participamos do pão e do cálice, proclamamos a morte e ressurreição de Cristo até que Ele venha (1 Co 11.23-26). Isso significa que, independentemente de onde estivermos, podemos lembrar e celebrar a obra de Cristo, pois a verdadeira adoração transcende barreiras geográficas e culturais.
Dessa forma, Jesus não apenas redefine a adoração, mas também amplia seu alcance. Antes, os gentios estavam excluídos do templo, mas agora, por meio de Cristo, todos podem se achegar a Deus (Ef 2.13-18). Isso reforça que a adoração não depende de um espaço sagrado, mas de um coração transformado pelo Espírito Santo.
III – A ADORAÇÃO BÍBLICA
1. O conceito bíblico de adoração.
Na língua hebraica, existe uma expressão chamada hishtaha wa, que transmite a ideia de “manifestar um temor reverente, admiração e respeito característicos da adoração”. Já na língua grega, duas palavras são utilizadas para definir a adoração: latreia e proskuneo. A palavra latreia refere-se à submissão de quem serve outrem. Por sua vez, proskuneo significa “adorar” ou o “ato de adoração”. No diálogo com a mulher samaritana, Jesus utilizou o termo proskuneô (Jo 4.20-24). Em Português, a palavra “adoração” implica “atribuir mérito ou valor” a alguém. Em suma, adorar a Deus significa essencialmente reconhecê-lo, render-se e exaltá-lo por tudo o que Ele é e faz.
No hebraico, a palavra hishtaha wa traz a ideia de “curvar-se” ou “prostrar-se em reverência profunda”. Essa postura era comum nos tempos bíblicos como um sinal de respeito diante de uma autoridade superior, especialmente Deus. Vemos isso em passagens como Salmos 95.6: “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou.”
No grego do Novo Testamento, encontramos dois termos principais para adoração:
- Latreia, que enfatiza o serviço prestado a Deus como um ato de devoção. Esse termo aparece em Romanos 12.1, quando Paulo exorta os crentes a oferecerem seus corpos como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Aqui, a adoração está associada à vida prática de obediência e serviço.
- Proskuneô, usado por Jesus em João 4.20-24, refere-se a um gesto de submissão e reconhecimento, como um servo que se prostra diante de seu senhor. Esse termo enfatiza o ato de demonstrar honra e devoção.
Já em português, a palavra adoração carrega o sentido de atribuir valor ou mérito a alguém. No contexto cristão, adorar a Deus significa reconhecê-lo como Supremo e render-se a Ele com gratidão e louvor.
A Essência da Adoração Verdadeira
A Bíblia ensina que a verdadeira adoração não é meramente externa, mas provém do coração. Jesus advertiu contra aqueles que adoravam apenas de forma superficial, citando Isaías 29.13: “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.” Isso demonstra que Deus deseja uma adoração genuína, fundamentada no amor e na obediência.
Além disso, a verdadeira adoração envolve reconhecer quem Deus é e o que Ele faz. Salmos 96.9 declara: “Adorai ao Senhor na beleza da sua santidade; tremei diante dele, todos os habitantes da terra.” A adoração deve ser centrada no caráter de Deus, exaltando sua santidade, justiça, misericórdia e poder.
2. Adoração como ato de rendição a Deus.
O conceito fundamental da palavra “adorar” (proskuneo) no Novo Testamento remete originalmente à noção de “beijar”, associado a um ato de se dobrar os joelhos ou prostrar-se com a testa no solo, ou sobre os pés da pessoa a quem se está submisso. O episódio da mulher pecadora ilustra bem esse significado (Lc 7.37,38) e nos ensina a reconhecer a própria inferioridade e, e também, a superioridade daquEle que estamos dispostos a servir plenamente.
Um dos exemplos mais marcantes dessa atitude está no relato da mulher pecadora que unge os pés de Jesus (Lc 7.37-38). Essa mulher, reconhecendo sua condição de pecadora e a grandeza de Cristo, se aproxima d’Ele com lágrimas, lava seus pés e os enxuga com os cabelos, beijando-os e ungindo-os com perfume. Esse gesto ilustra a essência da verdadeira adoração: um coração quebrantado, um espírito humilde e uma entrega absoluta ao Senhor.
Rendermo-nos a Deus implica reconhecer que Ele é supremo e digno de nossa total obediência.
O apóstolo Paulo expressa essa verdade em Filipenses 2.10-11, ao afirmar que “ao nome de Jesus se dobre todo joelho, dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” Esse ato de curvar-se diante de Cristo não é apenas um gesto simbólico, mas representa a entrega total da vontade do adorador à vontade de Deus.
Essa submissão a Deus é também um reflexo da fé genuína. Hebreus 11.6 declara que “sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.” Assim, a adoração verdadeira envolve confiar plenamente em Deus, renunciando ao orgulho e reconhecendo que tudo pertence a Ele.
Jesus, ao ensinar sobre a adoração, mostrou que ela não se trata apenas de palavras ou rituais, mas de uma entrega completa a Deus. No Jardim do Getsêmani, Ele demonstrou a maior expressão de rendição ao Pai ao orar: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). Aqui, Cristo nos ensina que adorar a Deus significa estar disposto a abrir mão da própria vontade para cumprir o propósito divino.
3. Adoração como ato de serviço a Deus.
O serviço a Deus está profundamente associado à adoração. Esse é um ato espontâneo que demonstra o nosso reconhecimento da soberania de Deus sobre tudo. Assim, o serviço que prestamos a Ele, ou seja, cumprir os seus propósitos para nós, exige uma entrega total da nossa vida, como um sacrifício vivo ao Senhor (Rm 12.1), de tal forma que não podemos servir a dois senhores, mas somente a um (Mt 6.24). Trata-se de uma entrega completa a Deus através da nossa existência.
O apóstolo Paulo ensina em Romanos 12.1 que o culto verdadeiro envolve a entrega da vida como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Esse princípio revela que a adoração vai além de momentos específicos e deve abranger toda a existência do cristão. Ao servir a Deus com dedicação e obediência, o crente expressa sua devoção de maneira prática e contínua.
Jesus também ressaltou a impossibilidade de servir a dois senhores (Mt 6.24).
Esse ensinamento enfatiza que o coração do adorador deve estar completamente voltado para Deus. O serviço a Ele não pode ser dividido com interesses contrários à sua vontade. A verdadeira adoração exige exclusividade e entrega total.
Ao longo da Bíblia, vemos exemplos de servos fiéis que expressaram sua adoração por meio da obediência. Abraão demonstrou sua devoção ao estar disposto a sacrificar Isaque conforme a ordem de Deus (Gn 22.5). Moisés dedicou sua vida ao serviço do Senhor, guiando o povo de Israel conforme a direção divina (Êx 3.10-12). No Novo Testamento, Maria, a irmã de Marta, ilustra esse princípio ao priorizar ouvir e aprender de Jesus, enquanto sua irmã estava ocupada com outras tarefas (Lc 10.38-42). Esses exemplos mostram que o serviço a Deus é uma resposta natural de quem o adora verdadeiramente.
A adoração como serviço também se expressa no amor ao próximo. Jesus ensinou que servir aos necessitados é, na verdade, servir ao próprio Deus (Mt 25.40). Dessa forma, todo ato de bondade, justiça e compaixão realizado em nome de Cristo faz parte da verdadeira adoração.
4. Uma experiência interior de adoração.
Sentimos uma necessidade profunda de adorar a Deus, conforme é lembrado no Salmo 42: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl 42.2). A gloriosa presença do Deus Todo-Poderoso satisfaz todas as carências da pessoa. Assim, a verdadeira adoração envolve uma postura interior que permite ao crente estabelecer um vínculo profundo com Jesus Cristo, reconhecendo-O como Senhor e Salvador das nossas vidas.
Essa experiência interior de adoração transforma a maneira como o crente vive. Quando alguém realmente adora a Deus, sua vida reflete essa adoração em atitudes de amor, obediência e santidade. O apóstolo Paulo enfatiza que o Espírito Santo habita no crente, tornando seu corpo um templo vivo de Deus (1 Co 6.19-20). Isso significa que a adoração não se limita a momentos específicos, mas deve ser uma realidade contínua, permeando toda a existência do cristão.
A adoração interior também conduz à renovação espiritual. Em Romanos 12.2, Paulo exorta os crentes a não se conformarem com este mundo, mas a serem transformados pela renovação da mente. Esse processo ocorre quando a presença de Deus molda nossos pensamentos, desejos e ações, levando-nos a viver de acordo com sua vontade.
CONCLUSÃO
Neste estudo, focamos nos ensinamentos práticos de Jesus acerca da adoração e, por consequência, discutimos a doutrina da Adoração Cristã. O capítulo 4 do Evangelho de João revela duas lições valiosas. A primeira é que todo ser humano possui uma necessidade a satisfazer: a necessidade de Deus. A segunda é que, em Jesus, a verdadeira adoração surge como um movimento que se inicia no interior. Tudo isso resulta de uma experiência viva com Jesus Cristo.