O sistema de educação na Europa varia de acordo com cada país. De modo geral, podemos dizer que a educação nos países mais desenvolvidos tem mais qualidade se comparamos com países da África e da América do Sul.

Contudo, não supera o modelo escolar da Ásia, onde os alunos estudam quase três vezes mais que a média mundial. Nesses países, além das aulas regulares, os alunos tem aulas de reforço como parte da rotina escolar.

Mas isso não quer dizer que a educação não é prioridade na Europa. Pelo contrário, a maioria dos países europeus investem no sistema de ensino público para que tenha qualidade. Além disso, muitos pais buscam atividades extracurriculares para complementar e melhorar o aprendizado de seus filhos, assim como vemos no reforço escolar na Ásia.

O apoio escolar nos países europeus

Embora a educação pública na Europa seja melhor que a de outros países, há uma grande oferta de escolas privadas e professores particulares.

Algumas delas oferecem um ensino bilíngüe onde o aluno aprende, além de se comunicar em dois idiomas, aprende disciplinas referentes à um outro país. É uma opção bastante buscada por pais de diferentes nacionalidades que desejam que seus filhos cresçam em contato com duas culturas diferentes. Algo que normalmente não acontece em um ensino público.

De acordo com um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Educação Comparada da Universidade de Hong Kong, os maiores consumidores de cursos de escolas particulares na Europa são:

  • França, com um valor agregado total de 2,2 bilhões de euros em 2012;
  • Alemanha, com 1,5 bilhão de euros;
  • Grécia, por 950 milhões de euros;
  • Espanha, 450 milhões de euros;
  • Itália, 420 milhões de euros;
  • Roménia, 300 milhões de euros.

Devido a correria do dia a dia, há muitos pais que optam por contratar um professor particular para ajudar seus filhos com os deveres de casa, além de trabalhar as dificuldades com os conteúdos aprendidos em sala.

Além disso, em países com uma grande concentração de imigrantes, o suporte educacional tem uma segunda função, diferente do reforço escolar no mundo. Neste caso, as aulas complementares servem para ajudar o aluno estrangeiro a se integrar na sociedade e conseguir acompanhar os demais alunos.

Na França, por exemplo, muitas escolas oferecem aulas de francês e cursos de reforço escolar para que as crianças recém-chegadas no país, não se sintam deslocadas e consigam dar continuidade no seu percurso escolar.

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Segundo da Bertelsmann Stiftung, cerca de 1,2 milhoes de estudantes entre 6 e 16 anos têm aulas particulares.

Como funciona a educação na Alemanha

Para começar, na Alemanha, cada estado tem o direito de criar sua própria estrutura educacional. Entretanto, há algumas regras gerais, como o início obrigatório das aulas a partir dos 6 anos de idade, e a permanência no sistema educacional por pelo nove anos.

De certo modo, o que vemos nesse país se assemelha um pouco com o acompanhamento escolar da América do Norte, onde também não há centralização no sistema de ensino e pode haver algumas regiões melhores que outras.

O jardim de infância, embora não seja obrigatório, é garantido à todas as crianças que tenham no mínimo 3 anos de idade. Porém tem crescido o número de instituições religiosas e privadas que oferecem cursos preparatórios para ingressar no ensino fundamental.

“O atual relatório sobre a educação mostra o interesse firme das pessoas em mais e melhor educação”segundo Johanna Wanka, ministra da Educação

A educação na Alemanha já foi referência, no entanto, há vinte anos, a educação na Alemanha vem entrando em decadência em relação às outras nações que compõem a OCDE. O seu sistema de ensino não tem mais a mesma qualidade de antigamente e é por isso que hoje é a segunda sociedade que mais gasta com escolas e cursos particulares.

Estima-se que 14% dos alunos têm aulas particulares. De acordo com uma análise da Bertelsmann, 18,7% dos alunos de ginásio somam a parcela mais alta de alunos com necessidade de auxílio extra-escolar.

Diante dessa alta demanda, dar aulas particulares se tornou algo lucrativo na Alemanha e movimenta alguns muitos euros. Também tem aumentado o número de instituições privadas que oferecem cursos de reforço escolar, conhecidas como “Nachhilfeunterricht”.

A verdade é que isso não tem acontecido apenas nesse país. É uma tendência presente no panorama de cursos particulares no mundo.

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“Ajudo a nivelar as diferenças sociais que se refletem na escola”, diz Vesa-Pekka Sarmia, professor de reforço escolar na Finlândia
Finlândia: o melhor sistema educacional do mundo

Precisando de reforço escolar 3o ano?

A Finlândia já foi mais pobre e sem a alta tecnologia que possui atualmente. Porém os finlandeses sempre acreditaram que era preciso incentivar a educação e hoje colhem os frutos desse incentivo.

Podemos dizer que é um bom exemplo para ser seguido para melhorar o sistema de ensino de vários países da América Latina e do Sul.

Há 40 anos atrás, metade da população finlandesa vivia na zona rural. A economia era dependente das flutuações do preço da madeira, já que 55% das exportações vinham da indústria florestal.

Nesta época, o país tinha situações semelhantes do que temos no Brasil hoje, inclusive na educação. Muitos pais estavam fazendo esforços para colocar seus filhos em instituições privadas de ensino.

Após uma reformulação no sistema que dava ênfase na qualificação dos professores, aos poucos, o cenário foi melhorando. O novo modelo implementado também visa uma descentralização do sistema de ensino.

Na Finlândia, o professor é o principal responsável pelo desempenho de seus alunos. É ele quem avalia os estudantes, identifica os problemas, busca soluções e analisa os resultados.

O governo ainda fornece um apoio escolar que inclui refeições e material escolar de graça, para que até as crianças mais humildes tenham condições básicas para aprender.

Até existem escolas privadas no país, mas são poucas e estão no moldes finlandeses, ou seja, os alunos pagam uma anuidade opcional de 100 euros. Bem diferente do que acontecem em outros países, onde costuma haver uma mensalidade cara.

Também há professores de reforço escolar dentro das escolas públicas e programas de apoio aos alunos com dificuldade de aprendizado. As aulas de reforço ocorrem no contraturno e duram cerca de uma hora e meia.

“Minha função é auxiliar essas crianças a se manter no mesmo nível que seus colegas do curso regular. É gratificante”, diz o professor de reforço Vesa-Pekka Sarmia 

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Em nove anos, o país diminuiu em três vezes a diferença entre um estudante nativo e um imigrante, através de incentivo e apoio escolar.

Como é o sistema de ensino em Portugal

Apesar de passar por uma crise, a educação de Portugal vem melhorando ano após ano, desde 2000. É um dos poucos países da Europa que tem conseguido esse feito.

Segundo Fátima Rodrigues, diretora da Escola Secundária de Miraflores em Lisboa, o principal motivo seria: “Muito apoio ao aluno. Desde os 6 anos de idade, o estudante recebe reforço em matérias centrais. O professor dedica mais tempo a esclarecer as dúvidas”.

Embora o governo não dê aos professores a mesma prioridade que vemos na Finlândia, ainda são os professores portugueses que mais dedicam tempo à preparação das aulas. Além disso, é o recém-formado mais bem pago na função pública, ao lado dos professores da Espanha.

educação pública de Portugal não é gratuita e o valor varia de acordo com a remuneração dos pais. Em paralelo, há instituições privadas de ensino para todos os níveis que podem variar entre 80€ e 400€ mensais. Vale dizer que valor da mensalidade não inclui material escolar e nem refeições.

Apesar de todo o engajamento dos professores, é comum que os pais coloquem seus filhos para fazer atividades de apoio escolar, chamadas de “explicações”, para reforçar o ensino regular.

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“O principal objectivo do sistema educativo da Estónia é a evolução da sociedade Estónia para um ambiente de aprendizagem no sentido lato, no qual cada indivíduo possa aprender ao longo de toda a sua vida”

Educação para todos na Estônia

A Estônia tem mostrado não só como desenvolver boa educação, mas como transformá-la em sistema de combate à desigualdade. De acordo com a OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o país é segundo com menor diferença de desempenho entre estudantes ricos e pobres.

Além de oferecer educação para todos os estonianos, o governo dá mais autonomia para os professores para que possam desenvolver aulas mais centradas nas necessidades da classe. Além disso, existe um acompanhamento diferenciado aos estudantes.

Os professores participam da vida escolar dos alunos durante anos, garantindo que eles não fiquem atrasados. Em casos de dificuldade para acompanhar a matéria, os mestres fazem recuperações e atividades de reforço. A ideia é que nenhum aluno fique para trás.

O sistema educacional da Estônia também visa criar boas condições para o desenvolvimento pessoal, progresso de minorias étnicas e da vida econômica, política e cultural na Estônia. Além de conscientizar sobre a preservação da natureza no contexto global de economia e cultura, os valores de cidadania, além de estabelecer os requisitos necessários para criar uma tradição nacional de aprendizagem para o resto da vida.

Vale a pena conhecer o apoio escolar dos países africanos para ter uma ideia melhor do quanto faz diferença no futuro de uma criança e de um país.

O que você do sistema de ensino dos países da Europa? Compartilhe conosco a sua opinião.

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Rafaela

Nascida no Paraná, trocou o Brasil pela França. Paris hoje é a sua casa e o seu escritório, onde trabalha fazendo o que mais gosta: conteúdo para web.

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