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Breve introdução às Epístolas Gerais

Por Denilson Medeiros

CONTEXTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DAS EPÍSTOLAS GERAIS

O contexto histórico e geográfico das Epístolas Gerais, como de todo o Novo Testamento pode ser descrito a partir do contexto histórico-geográfico do Império Romano, regime governamental dominante ao qual pertenciam as regiões da Palestina e Ásia Menor, regiões onde foram escritas ou para onde foram enviadas as Epístolas Católicas (gerais) escritas por Tiago, Pedro, Judas e João, as quais seguem abaixo as suas possíveis datas e locais onde foram escritas:

EpístolaDataLocal onde foi escrita
Tiago40 – 50 d.C.Possivelmente Jerusalém
1 Pedro63 d.C.Roma, chamada simbolicamente de Babilônia (5.13)
2 Pedro63 – 64 d.C.Roma.
1 João85 – 95 d.C.Éfeso
2 João85 – 95 d.C.Éfeso
3 João85 – 95 d.C.Éfeso
Judas60 – 70 d.C.Desconhecido

Gráfico 01

Se tomarmos como base as prováveis datas em que foram escritas as epístolas, conforme gráfico acima, tendo sido a primeira por volta do ano 40 d.C. e a última por volta do ano 95 d.C., poderemos destacar alguns fatos e lugares deste período:

–        Conforme Tenney (1995, p. 36-39), no início deste período epistolar o império romano era governado por Cláudio (durante 41 – 54 d.C.), que expulsou os judeus de Roma por causa de tumultos instigados por um tal “Chrestus”. É incerto afirmar se este seria Jesus Cristo ou algum insurgente da época. O último imperador deste período foi Domiciano (durante 81 – 96 d.C.), ao qual foi atribuída uma perseguição aos Cristãos, que possivelmente serviu de pano-de-fundo para o livro do Apocalipse;

–  No ano de 64 d.C. a cidade de Roma, então capital do império, foi incendiada e parte dela destruída, suspeitas recaíram sobre o imperador da época, Nero, porém os cristãos foram acusados do fato;

– Nesse período ocorreu a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., pelo então General Tito, que posteriormente tornar-se imperador, substituindo seu pai Vespasiano,  segundo Gundry, Tito crucificou cerca de 500 judeus em um só dia;

– “Segundo a tradição, o apóstolo João viveu em Éfeso nos anos que precederam a sua prisão na Ilha de Patmos.” (Andrade, 2006, p. 252);

Imagem 01

Estima-se que a população judaica no Império Romano seria de quatro milhões de judeus, cerca de 7% da população total do mundo romano; a língua oficial falada no império era o latim, porém no lado palestino do império os habitantes falavam o grego, o hebraico e o aramaico.

Os sistemas de transportes eram precários, as pessoas viajavam a pé ou em lombo de burro, a cavalo ou em mulas. O transporte também era feito por água, o porto de Alexandria era o principal por onde escoavam a produção de cereais.

AS PRINCIPAIS CIDADES

Os principais lugares que serviram de pano de fundo para as epístolas gerais são: Jerusalém, Roma e Éfeso.

Jerusalém

A cidade de Jerusalém situa-se entre dois vales principais: o Cedrom a leste e o Hinom a oeste e a sul. O planalto entre os dois vales onde a cidade está construída está ligado ao planalto da Judeia, a norte. A data de sua fundação é desconhecida, mas algumas escavações trouxeram evidências que provam que já existia durante a 12ª dinastia egípcia (século XIX e XVIII a.C.). A primeira menção a Jerusalém na Bíblia é em Gn 14.18-20, sob o nome de Salém. Quando o reino foi dividido Jerusalém era a capital do reino do Sul. Foi palco do primeiro concílio da Igreja, registrado em Atos 15.[1]

Éfeso

Capital da província romana da Ásia, uma das três maiores cidades do litoral leste do mar Mediterrâneo. Cidade da deusa Diana, cujo templo era uma das sete Maravilhas do Mundo Antigo[2].

Roma

Fundada em 753 a.C., sobre sete montes, a uma distancia de 25 quilômetros da foz do rio Tibre. Atualmente situa-se em uma planície ao norte dos sete montes. Nos tempos apostólicos a população da cidade era cerca de 1,2 milhões de pessoas, a metade destes constituía-se de escravos e uma grande parte das pessoas livres vivia de esmolas.[3]

GRÁFICO COMPARATIVO DAS EPÍSTOLAS

Com a ajuda do gráfico abaixo é possível observar os destinatários e a mensagem central das epístolas gerais.

EpístolaAutoriaDataDestinatárioPalavra chaveMensagem central
TiagoTiago meio-irmão de Jesus40 – 50 D.C.Aos cristãos judeus que estavam fora da palestina.ObrasExortações sobre a conduta cristã na vida diária.
1 PedroPedro, o apóstolo63 D.C.Cristãos da Ásia MenorPerseguiçãoA salvação e a conduta dos crentes que sofrem.
2 PedroPedro, o apóstolo63 – 64 D.C.Cristãos da Ásia MenorOrtodoxiaO verdadeiro conhecimento da fé cristã contra os falsos mestres.
1 JoãoJoão, o apóstolo85 – 95 D.C.Cristãos na região ao redor de ÉfesoFortalecimentoCritérios da verdadeira crença e prática cristã, em contraste com o gnosticismo.
2 JoãoJoão, o apóstolo85 – 95 D.C.Uma certa igreja localRetidãoO amor cristão e a verdade cristã.
3 JoãoJoão, o apóstolo85 – 95 D.C.GaioRepreensãoUma disputa eclesiástica.
JudasJudas meio-irmão de Jesus60 – 70 D.C.Cristãos em toda parteAdvertência sobre os falsos mestres da Igreja.


Gráfico 02

CONCLUSÃO

Podemos ver que estas epístolas tiveram como contexto o mundo “globalizado” da época, pois foram escritas por judeus que falavam tanto o grego como o hebraico, para difundir, orientar ou alimentar a fé de pessoas que se encontravam num ambiente gentio-helenico, em cidades que representavam povos diferentes, mas que estavam sob o domínio de um único império, o romano.

Bibliografia consultada:

ANDRADE, Claudionor Correa de. Geografia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

BÍBLIA. Português. Bíblia Shedd. Traduzida por João Ferreira de Almeida.  São Paulo: Vida Nova; Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1997.

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. 2 ed. São Paulo: Editora Vida, 2006.

Dicionário Bíblico.

DOCKERY, David S. Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001.

GUNDRY, Robert H. Panorama do Novo Testamento. 4. ed. São Paulo: Vida Nova, 1987.

TENNEY, Merrill C. O Novo Testamento: Sua origem e análise. 3. ed. São Paulo: Vida Nova, 1995.

[1] Dicionário Bíblico.

[2] BOYER, 2006, p. 228.

[3] BOYER, 2006, p. 577.

Fonte: Blog Aprendizdefilosofo

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