Lição bíblica, Subsídios, slides editáveis e materiais para fazer sua classe da EBD crescer mais. Tenha todo material necessário para a ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

DIÁLOGO E DIALÉTICA: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

b43fbdb1258cf8231b349c75db2423f9

 Márcia Aparecida Schuveter e José Benedito de Barros*

As palavras são semelhantes. Mas será que são sinônimas?

Este texto pretende elucidar a questão, fundamentando-se no dicionário filosófico de Nicola Abbagnano.

A palavra diálogo é de origem grega. Sua escrita em latim é “dialogus”. Trata-se de uma conversa, uma discussão, uma investigação conjunta.

Platão utilizava a forma dialógica para exprimir suas ideias. Basta ler um de seus livros para entender isso. Livros como Fédon, A República e Leis podem ser citados como exemplos.

A palavra dialética também é de origem grega e é derivada de diálogo. Por isso muitas vezes há certa confusão, a ponto de muitos falarem da dialética platônica, citando como exemplo disso os diálogos presentes em suas obras. Mas a dialética vai muito além do diálogo, embora seja derivado dele. Além disso, a palavra “dialética” tem vários sentidos, ora mais próximo da palavra diálogo, ora se distanciando. Temos a dialética como método de divisão; a dialética como lógica do provável; a dialética como lógica; e a dialética como síntese dos opostos.

A dialética como método de divisão é conceito platônico. Platão entende a dialética como “técnica da investigação conjunta, feita através da colaboração de duas ou mais pessoas, segundo o procedimento socrático de perguntar e responder” (Abbagnano, 2000, p. 269). Essa investigação tem como propósito possibilitar uma progressão que parte do senso comum ou opinião (doxa) até se chegar ao entendimento elevado, a ciência (episteme). A dialética, neste sentido é entendida como método de investigação, partindo-se sempre da de uma hipotética dualidade da realidade (luz x sombra; opinião x ciência; dia x noite).

A dialética como lógica do provável foi mencionada por Aristóteles. A palavra provável significa que a existência de algo é aceita como possível, mesmo que ninguém ainda tenha demonstrado sua existência. Ele chama de dialético o raciocínio que tem como ponto de partida uma premissa provável e não demonstrada.

Vamos tentar criar um exemplo: é provável que haja planetas habitáveis em outros sistemas solares; assim, caso a habitação no planeta terra se torne inviável, pode-se promover uma envio de pessoas para aqueles planetas. A premissa provável aqui é: planetas habitáveis em outros sistemas solares”.

A dialética como lógica é tratada pelos estoicos. A lógica, aqui, é entendida como “a ciência do discutir corretamente nos discursos que consistem em perguntas e respostas”. É uma retomada dos diálogos platônicos. Para os estoicos existem, então duas maneiras de discutir, de dialogar: uma, espontaneista, sem atenção às regras do raciocínio correto; e outra que segue as regras do raciocínio correto. Então, para os estoicos, dialética é lógica.

Finalmente, temos a dialética como união dos opostos. O grande sistematizador desse conceito foi o filósofo Hegel. Depois dele vieram Marx e Engels.

A tradução da dialética hegeliana em tese, antítese e síntese causa certa confusão. Isto porque a tese é a afirmação; a antítese é a afirmação que se contrapõe à tese; mas a síntese não é a junção das duas primeiras, mas sua superação. Trata-se de uma nova afirmação (uma nova tese), uma tese mais elaborada.

A dialética hegeliana expressa o movimento das ideias, do pensamento. Esse movimento, segundo Hegel se concretiza na realidade, na história. Ou seja, o pensamento cria a realidade.

Karl Marx adota o método dialético, mas inverte o ponto de partida. Para Marx o ponto de partida é a realidade, pois é esta que cria o pensamento e não o contrário.

Exemplo de realidade:
Tese: Escola tradicional;
Antítese: Escola escolanovista;
Síntese: Escola marxista (que contem elementos da escola tradicional e da escola nova, mas não é a junção das duas, mas sua superação).

Palavras finais

Voltemos à questão que norteou nosso texto, que é verificar as semelhanças e diferenças entre diálogo e dialética.

Vimos que as semelhanças ocorrem principalmente no conceito platônico de dialética, que é derivada do conceito de diálogo. Ou seja, Platão utiliza o diálogo (conversa e discussão) como técnica de pesquisa e investigação.

O conceito moderno de dialética se afasta do conceito de diálogo, uma vez que a ênfase está no confronto de pensamentos, propostas, de realidades, de classes, sempre com a perspectiva de superação.

Fonte:
Abbagnano, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

*Márcia Aparecida Schuveter: Mestre em Educação (Unesp), Especialista em Alfabetização;Especialista em Psicopedagogia, Pedagoga.
*José Benedito de Barros: Mestre em Educação (Unesp), Especialista em Direito; Bacharel em Ciências Jurídicas; Licenciado em Filosofia.

Publicação conjunta:
www.profjosebenedito.blogspot.com
www.marciaschuveter.blogspot.com

- EBD INTERATIVA -

SUA OPINIÃO É RELEVANTE, COMENTE

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Consulte mais informação

Descubra mais sobre EBD INTERATIVA

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading

CLIQUE AQUI
Saiba mais, Clique aqui
EBD INTERATIVA
Olá! Seja bem-vindo (a)....

✏️🔍Acesse no Portal EBD Interativa: https://ebdinterativa.com.br/shopping

✅ Livros / Cursos / Slides / Certificados

Confira as ofertas de hoje...