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Jovens Lição 7: O quarto sinal: A multiplicação dos pães e peixes

Data: 13 de Fevereiro de 2022

TEXTO PRINCIPAL

E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e os discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também os peixes, quanto eles queriam.” (Jo 6.11).

RESUMO DA LIÇÃO

Os sinais servem para atrair as pessoas para Cristo, a fim de que possam ouvir sua palavra e crer nEle.

LEITURA DA SEMANA

SEGUNDA — Jo 6.2

Os sinais de Jesus

TERÇA — Jo 6.19

A estratégia do milagre

QUARTA — Jo 6.11

Jesus dá graças

QUINTA — Jo 6.12

Todos ficaram saciados

SEXTA — Jo 6.13

Nada se perdeu

SÁBADO — Jo 6.48

Jesus, o pão da vida

OBJETIVOS

  • CONHECER a segunda fase do ministério de Jesus na Galileia dos gentios;
  • MOSTRAR que os sinais apresentados por Jesus eram um atrativo para as multidões;
  • COMPREENDER que os judeus tinham um entendimento imperfeito de Jesus Cristo e seu ministério.

INTERAÇÃO

Prezado(a) professor(a), nesta lição estudaremos o quarto sinal; a multiplicação dos pães e peixes. O propósito de Jesus não era somente saciar a fome física das pessoas, mas Ele tinha como desígnio atraí-las para que ouvissem suas palavras e assim pudessem crer que Ele era e é o “Verbo que se fez carne”.

Jesus não mudou. Ele tem poder para saciar as nossas necessidades materiais e espirituais. Que venhamos crer na sua provisão mesmo que as circunstâncias sejam contrárias.

No decorrer da lição, enfatize também o fato de que a atuação de Jesus na Galileia é mais um sinal da amplitude do plano divino de salvação.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), depois de orar para iniciar a aula, leia o Texto Bíblico da lição. Em seguida, dê início ao conteúdo da aula fazendo a seguinte pergunta: “Por que Jesus perguntou a Filipe onde eles poderiam comprar pão?”.

Incentive a participação de todos os alunos. Depois explique que “quando Jesus fez a pergunta a Filipe, ele começou a avaliar o custo provável. Mas Jesus queria lhe ensinar que os recursos financeiros não são mais importantes. Podemos limitar o que Deus faz em nós e através de nós, supondo o que é e o que não é possível, Há alguma tarefa impossível que você acredita que Deus quer que você faça? Não deixe que sua avaliação do que não pode ser feito lhe impeça de assumir a tarefa. Deus pode fazer muitos milagres; confie que Ele trará os recursos” (Adaptado da Bíblia Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.1368).

TEXTO BÍBLICO

João 6.3-12.

3 — E Jesus subiu ao monte e assentou-se ali com os seus discípulos.

4 — E a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima.

5 — Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?

6 — Mas dizia isso para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer.

7 — Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco.

8 — E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:

9 — Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isso para tantos?

10 — E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil.

11 — E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e os discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também os peixes, quanto eles queriam.

12 — E, quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Estudaremos mais um sinal miraculoso: a multiplicação dos pães e peixes. São dois os milagres de multiplicação registrados pelos evangelistas. O primeiro, de cinco pães e dois peixinhos, consta dos quatro Evangelhos. O segundo, de sete pães e “uns poucos peixinhos”, foi registrado somente por Mateus e Marcos (Mt 14.13-21; Mc 8.1-9). O primeiro milagre, alimentou quase cinco mil homens, além de mulheres e crianças (Jo 6.10). O segundo milagre, quatro mil homens, além de mulheres e crianças (Mt 15.38).

O sinal de João 6 não ficou circunscrito aos discípulos, à família de um oficial do rei ou aos religiosos de Jerusalém. Alcançou uma grande multidão, e justamente na Galileia dos gentios. Consideraremos esse e outros aspectos na lição de hoje.

I. A GALILEIA DOS GENTIOS

1. A segunda fase do ministério. Na primeira fase de seu ministério, Jesus fez várias incursões à Judeia. Há intercalações, mas a segunda fase ocorre proeminentemente na Galileia, e a terceira e última é a consumação, novamente na Judeia. A narrativa de João da primeira multiplicação perpassa por essa fase mais intensa na Galileia, em perfeita consonância com os demais Evangelhos, que cobre mais o ministério de Cristo entre os galileus.

Isso nos indica mais um propósito de João, de ampliar aos seus leitores o conhecimento do ministério de Jesus, cobrindo tempo maior de sua vida e obra em relação aos sinóticos, cujas narrativas atingem apenas cerca de um ano da vida do Messias e a consumação nos dias finais em Jerusalém. Mais que um propósito de João, vemos a perfeição da obra revelacional dirigida pelo Espírito Santo.

Abrir esse parêntese e falar um pouco sobre o ministério de Jesus entre os galileus demonstra como isso não passou totalmente ao largo das narrativas joaninas. Em João 7.1 há um registro sintético dessa fase, ao dizer que “Jesus andava pela Galileia e já não queria andar pela Judeia, pois os judeus procuravam matá-lo”. Há, portanto, uma complementaridade narrativa entre todos os Evangelhos.

2. Por que Galileia dos gentios? A Galileia está situada ao norte de Israel, a oeste do rio Jordão, em tomo e acima do grande lago que leva o mesmo nome. Em Isaias 9.1 é chamada de “Galileia dos gentios”, a terra de Zebulom e de Naftali, as tribos que nos dias de Josué herdaram a região (Js 19.10-16,32-39). Foi devastada quando da invasão da Assíria, em 733 a.C., e teve sua ocupação alterada (2Rs 15.29). Registros históricos citados pela Bíblia de Estudo Holman dão conta de que para lá foram levados egípcios, árabes, fenícios e gregos. Isso levou a Galileia a ser uma região considerada predominantemente como gentia e pagã. Por isso era considerada como Galileia dos gentios ou Galileia das nações.

A segunda fase do ministério de Jesus, portanto, é uma eloquente demonstração do quanto Ele se dedicou a essa população heterogênea, revelando o caráter universal de sua missão.

3. A Galileia nos dias de Jesus. A predominância gentílica na Galileia recebeu sensível mudança depois que Herodes a anexou ao seu reino, mas isso não eliminou a miscigenação. Para lá afluíram muitos judeus e a região se tornou mais populosa. Tinha cerca de 240 cidades e vilas, segundo Flávio Josefo. As principais eram Cafarnaum, Nazaré e Tiberíades, a capital.

Por sua histórica heterogeneidade e por ter uma cultura bastante influenciada por gregos e romanos, o termo Galileu ganhou um conceito pejorativo entre os judeus da Judeia. Esse era um dos motivos que apresentavam para a rejeição de Jesus, que consideravam ser galileu. Até nesse aspecto vemos a sabedoria divina em ação, confundindo aqueles que, pela dureza do coração, rejeitavam o Salvador.

SUBSÍDIO I

Professor(a), “grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos. Os verbos seguia e operava estão no tempo imperfeito em grego. Eles poderiam ser traduzidos, respectivamente: ‘estava continuamente seguindo’ e ‘estava continuamente operando’. A atividade de cura de Jesus regularmente atraia as multidões na Galileia”.

II. SEGUINDO OS SINAIS

1. Um atrativo para as multidões. Os sinais jamais podem servistes como um fim em si mesmo, ou seja, não podemos nos relacionar com Deus por causa dos milagres. Todavia, não podemos desprezar a importância dos sinais para produzir fé e contribuir para um conhecimento maior do poder de Deus e seus propósitos. Os sinais servem para atrair as pessoas para Cristo, a fim de que possam ouvir sua Palavra e crer nEle. Jesus realizou muitos milagres e prometeu que suas testemunhas receberiam poder para realizar obras ainda maiores (Jo 14.12), incluindo expulsar demônios, falar novas línguas, operar maravilhas e curas. Quando os discípulos saíram pregando, o Senhor Jesus cooperava com eles, “confirmando a palavra com os sinais que se seguiram” (Mc 16.20).

Os sinais não cessaram no primeiro século. Têm acontecido durante toda a história da Igreja e ainda se manifestam entre nós. Precisamos buscá-los com fé, pois disse Jesus: “E tudo o quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13).

2. O propósito revelacional. João registra que a multidão seguia a Jesus “porque via os sinais que operava sobre os enfermos” (Jo 6.2). Nessa movimentação pública, Jesus prossegue seu ministério de milagres e pregação, sempre no propósito de revelar-se à humanidade.

Mais uma vez age no sentido de demonstrar, com clareza, a impossibilidade humana de solucionar o problema instaurado, ao questionar Filipe sobre a compra de pães para alimentar a multidão. Como acentua o evangelista, na verdade Jesus “bem sabia o que havia de fazer” (Jo 6.6). Ou seja, o propósito foi específico: realizar o sinal para revelar seu poder aos homens, a fim de que cressem nEle.

3. “Está aqui um rapaz”. Além de o lugar ser afastado, Filipe indicou o obstáculo financeiro, já que para supri-los de pão seriam necessários mais que duzentos dinheiros, o equivalente a cerca de dez meses de trabalho. Diante disso, André informa que havia ali um rapaz que tinha cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas logo reconhece que isso era absolutamente nada para a multidão reunida (Jo 6.9).

De qualquer sorte, a informação trazida por André foi válida, porque foi a partir dessa insuficiência humana, seguida de uma atitude de desprendimento, que houve a operação do milagre. A lição que tiramos é: o pouco que temos é realmente insuficiente, mas quando entregue a Jesus pode se tornar muito e servir para alimentar grandes multidões.

Da mesma forma que Jesus operou aquele milagre a partir do pouco que tinha aquele jovem, pode fazê-lo em relação a qualquer um de nós. desde que coloquemos em suas mãos tudo o que somos e temos. Com o rapaz, aqueles cinco pães e dois peixinhos continuariam sendo cinco pães e dois peixinhos. Entregues a Jesus, foram multiplicados, alimentaram a multidão e ainda sobejaram, enchendo doze cestos de pedaços dos pães (Jo 6.11-13).

SUBSÍDIO II

Professor(a), ao comentar o tópico II da lição, diga aos alunos que “nada é demasiado pequeno nas mãos dAquele que criou os céus e a terra, quando entregue às suas mãos. Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes, 1Co 1.27”.

III. UMA COMPREENSÃO IMPERFEITA

1. O profeta. Os que viram o milagre concluíram que Jesus era “verdadeiramente, o profeta que havia de vir ao mundo” (Jo 6.14). Isso demonstra como era patente a expectativa messiânica em Israel. O problema era a ausência de compreensão correta da identidade e do ministério do Messias. Grupos distintos de judeus tinham expectativas diferentes, de acordo com suas crenças e aspirações. O que predominava era o interesse na implantação de um reino terreno, de caráter político, o que se viu mesmo entre os discípulos (At 1.6).

2. A sedução do pluralismo religioso. Em nossos dias também existe uma multiplicidade de crenças sobre Jesus, com muitos o situando como mais um dos personagens da espiritualidade mundial. Precisamos compreender plenamente a identidade de Jesus e sua divindade, refutando as ideias do pluralismo e do inclusivismo religioso, que visam atrair o cristianismo para uma falsa unidade. A fé cristã é exclusivista. Jesus não é um caminho. Ele é “o caminho” (Jo 14.6). Único, portanto.

Como diz o escritor Erwin E. Lutzer, “Deus se revelou somente em Cristo; portanto, todas as outras religiões são imperfeitas, desencaminhadas e falsas.” Mas não seria uma “intolerância” pensar desse jeito? Lutzer refuta; “O exclusivismo […] não está em conflito com a liberdade religiosa. A liberdade de adotar qualquer religião que a pessoa queira (ou não queira nenhuma), deve ser um direito em todos os países, especialmente naqueles que foram influenciados pela fé cristã”. A questão é: existe a escolha certa (Cristo) e as muitas escolhas erradas (fora de Cristo).

3. Queriam fazê-lo rei. Ainda no texto em estudo vemos que a compreensão imperfeita do messiado de Jesus também se revelou, no fato de que mesmo reconhecendo nEle a figura de um profeta, reduziam isso a uma oportunidade política. João registra que, por saber que o propósito da multidão era proclamá-lo rei, Jesus “tornou a retirar-se, ele só, para o monte” (Jo 6.15). A incompreensão e a incredulidade de Israel a respeito do Messias prevalecem até os dias atuais, e somente serão mudadas no final da Grande Tribulação, quando, enganados e perseguidos pelo Anticristo, os judeus clamarão por Jesus e receberão o socorro do Filho de Deus (Zc 12.10-14; 13.1-6; 14.1-9; Ap 1.7; Rm 11.26). Nesse tempo, cumprirá o que Jesus disse: Israel clamará por “Aquele que vem em nome do Senhor” (Lc 13.35). Será, então, restaurado o trono a um descendente de Davi, Jesus, o Cristo, para um reino eterno (Lc 1.32,33).

SUBSÍDIO III

Professor(a), no decorrer deste tópico procure enfatizar a compreensão imperfeita que os judeus tinham a respeito de Jesus. “‘Vendo, pois aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo’ (Jo 6.20). Esta reação ao sinal é típica e semelhante a outras reações neste Evangelho (cf. Jo 4.19; 7.40; 9.17).

Para evitar um possível levante que o colocaria em uma posição de Messias-Rei — porque estas eram as conotações das palavras profeta e rei — Jesus tornou a retirar-se, Ele só, para o monte (Jo 6.15)”.

CONCLUSÃO

Apesar do propósito de Cristo de revelar-se ao mundo como o Deus Salvador da humanidade, as multidões o seguiam pelos sinais que fazia, mas sem a compreensão correta de sua identidade. Mais que isso, em muitos os sinais suscitavam o interesse de vê-lo como o rei de Israel em busca do fim do domínio romano. Em nossos dias, o sincretismo religioso humaniza a sua mensagem e rejeita seu senhorio. Vigiemos!

ESTANTE DO PROFESSOR

Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

HORA DA REVISÃO

1. Na primeira fase do ministério de Jesus, Ele fez várias incursões a qual cidade?

Na primeira fase de seu ministério Jesus fez várias incursões à Judeia.

2. Qual a localização da Galileia dos gentios?

Ela está situada ao Norte de Israel, a oeste do rio Jordão, em tomo e acima do grande lago que leva o mesmo nome.

3. Qual o propósito dos sinais?

Os sinais servem para atrair as pessoas para Cristo, a fim de que possam ouvir sua palavra e crer nEle.

4. Além do lugar ser distante que outro obstáculo Filipe indicou?

Ele apontou o obstáculo financeiro.

5. Que lição você extraiu do milagre da multiplicação?

Resposta pessoal.

 

 

Fonte: Estudantes da Biblia

 

 

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