Lição 06: O Livro de Ester (Subsídios)
Comentário Exegético Profundo da Leitura Bíblica em Classe – Ester 1:1-9
Ester 1:1 – “E aconteceu nos dias de Assuero, o Assuero que reinou desde a Índia até a Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias” (ARA).
Palavras-chave em Hebraico
- אֲחַשְׁוֵרוֹשׁ (Achašverôš – Assuero). O nome “Assuero” (ou Xerxes) é uma transliteração do nome persa “Khshayarsha”. Xerxes I (486-465 a.C.) foi um rei famoso do Império Persa. O relato bíblico está situado no reinado de Xerxes I, proporcionando um pano de fundo histórico que reflete a vasta extensão do Império Persa e seu poder na época.
- מִן־הֹדּוּ וְעַד־כּוּשׁ (min-Hodu ve’ad-Kush – desde a Índia até a Etiópia). Esta expressão denota a extensão territorial do império de Xerxes. “Hodu” refere-se à Índia e “Kush” à Etiópia, abrangendo uma área vasta que vai do subcontinente indiano ao nordeste da África, demonstrando a vastidão e a diversidade do Império Persa.
- מֵאָה וְעֶשְׂרִים וְשֶׁבַע מְדִינוֹת (me’ah ve’esrim ve’sheva medinot – cento e vinte e sete províncias). O número de províncias, “127”, indica a administração detalhada e a organização do Império Persa. Este número pode simbolizar a completude e a vastidão do reino de Xerxes, enfatizando a sua capacidade de governar um território tão grande.
Contexto histórico: Xerxes I, ou Assuero, foi um dos reis mais poderosos do Império Persa. Ele é conhecido por suas campanhas militares, incluindo a famosa invasão da Grécia. Durante seu reinado, o Império Persa era o maior do mundo, controlando um vasto território que incluía muitas culturas e etnias diferentes.
Contexto cultural: A referência a “desde a Índia até a Etiópia” não só descreve a vastidão do império, mas também destaca a diversidade cultural e étnica sob o domínio persa. A administração de tal império exigia uma organização complexa e eficiente, refletida na menção das “cento e vinte e sete províncias”.
Contexto teológico: A introdução do livro de Ester com a menção ao rei Assuero e seu vasto império prepara o leitor para entender a grandeza do contexto no qual a história se desenrolará. Deus não é mencionado explicitamente em Ester, mas a soberania divina é percebida na forma como Ele usa eventos históricos e líderes seculares para proteger e preservar Seu povo. A história de Ester, ambientada neste contexto grandioso, revela a providência divina agindo através de circunstâncias políticas e sociais complexas.
Referências Bíblicas:
A vastidão do Império Persa é também mencionada em Daniel 6:1, onde se fala sobre o rei Dario, que dividiu seu reino em 120 satrapias.
Neemias 1:1 menciona a cidade de Susã, a capital do Império Persa, onde Neemias serviu como copeiro do rei Artaxerxes I, sucessor de Xerxes I, ligando os eventos históricos e os personagens bíblicos ao mesmo contexto histórico.
Ester 1:2 – “Naqueles dias, estando o rei Assuero sentado no trono do seu reino, que está na fortaleza de Susã” (ARA).
Palavras-chave em Hebraico
- מֶלֶךְ (melech – rei). A palavra “melech” refere-se ao “rei”. Neste contexto, o termo destaca a autoridade e o poder de Assuero como governante supremo do Império Persa. O papel do rei é central na narrativa de Ester, simbolizando o poder secular que pode ser influenciado pela providência divina.
- שׁוּשָׁן (Shushan – Susã). “Susã” era uma das capitais do Império Persa. Localizada no atual Irã, Susã era uma cidade fortificada e um centro administrativo importante. A menção de Susã como a fortaleza real sublinha sua importância política e estratégica no império.
- כִּסֵּא (kise – trono). “Kise” significa “trono”. O trono é um símbolo de autoridade real e poder judicial. A presença do rei no trono em Susã enfatiza a centralidade de sua governança e a formalidade das decisões que seriam tomadas ali.
Contexto histórico: A referência a Assuero sentado no trono em Susã nos situa claramente no período em que Xerxes I governava o vasto Império Persa. Susã (ou Susa) era uma das principais residências reais, junto com Pasárgada e Persépolis. Era uma cidade de grande importância estratégica, econômica e política.
Contexto cultural: Susã era conhecida por sua grandeza e beleza, sendo um centro cultural significativo. A descrição de Susã como uma “fortaleza” reflete a arquitetura robusta e defensiva típica das capitais persas, projetada para impressionar e intimidar, além de proteger o rei e sua corte.
Contexto teológico: Embora Deus não seja mencionado diretamente, a cena estabelece um cenário onde a providência divina começa a se manifestar na história de Ester. A menção do trono real de Assuero em Susã aponta para o cenário de poder e autoridade humana que será influenciado pela intervenção divina através de Ester e Mardoqueu.
Referências Bíblicas:
Neemias 1:1 também menciona Susã como o local onde Neemias serviu ao rei Artaxerxes, mostrando a continuidade da importância de Susã no Império Persa.
Daniel 8:2 menciona Susã como a localização de uma visão que Daniel teve, situando Susã novamente como um local significativo nas Escrituras.
Ester 1:3 – “No terceiro ano do seu reinado, fez um banquete a todos os seus príncipes e servos, tendo a seu lado o poder da Pérsia e da Média, e os nobres e príncipes das províncias, estando perante ele” (ARA).
Palavras-chave em Hebraico
- שָׁנָה (shana – ano). A palavra “shana” significa “ano”. A menção do “terceiro ano” do reinado de Assuero indica um momento específico e significativo em seu governo. Isto sugere um período de estabilidade inicial e consolidação do poder, propício para celebrações e fortalecimento de alianças políticas.
- מִשְׁתֶּה (mishteh – banquete). “Mishteh” significa “banquete” ou “festa”. Banquetes eram eventos importantes na cultura persa, utilizados não apenas para celebração, mas também para exibir riqueza, poder e para a realização de importantes decisões políticas. O banquete de Assuero destaca a opulência e o poder do rei, bem como sua habilidade de reunir seus líderes em um evento festivo e diplomático.
- פַּרַס וּמָדַי (Paras u’Madai – Pérsia e Média). “Paras” (Pérsia) e “Madai” (Média) eram duas nações principais que formavam o núcleo do Império Persa. A menção de ambos reflete a aliança entre essas duas nações poderosas e a integração de suas elites no governo do império. Isso também sublinha a extensão e a complexidade do império, que incluía diversas culturas e líderes regionais.
Contexto Histórico: O terceiro ano do reinado de Xerxes I corresponde aproximadamente a 483 a.C. Este período era crucial para consolidar seu poder e preparar futuras campanhas militares, como a famosa invasão da Grécia. O banquete serve como um evento para mostrar a estabilidade e a grandeza de seu governo, bem como para fortalecer laços políticos e militares.
Contexto cultural: Na cultura persa, banquetes eram ocasiões de grande importância, onde se faziam demonstrações de riqueza, se reforçavam alianças políticas e se tomavam decisões importantes. A opulência dos banquetes refletia o poder e a generosidade do anfitrião. A presença de príncipes, nobres e governadores de todas as províncias indicava a hierarquia e a organização política do império.
Referências Bíblicas:
Daniel 5:1-4, descreve um banquete semelhante realizado pelo rei Belsazar da Babilônia, onde ocorrem eventos decisivos. Esse paralelo sublinha a importância dos banquetes reais como momentos de decisões críticas e revelações divinas.
Lucas 14:16-24, onde Jesus conta a parábola do grande banquete, pode ser visto como uma ilustração do conceito de banquetes na cultura antiga e suas implicações sociais e espirituais.
Ester 1:4 – “Mostrando ele as riquezas da glória do seu reino e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber, cento e oitenta dias” (ARA).
Palavras-chave em Hebraico
- עֹשֶׁר (osher – riquezas). A palavra “osher” significa “riquezas”. Neste contexto, refere-se às imensas riquezas acumuladas por Assuero. Este termo não se limita apenas à riqueza material, mas inclui também os tesouros culturais, artísticos e arquitetônicos do império.
- כָּבוֹד (kavod – glória). “Kavod” significa “glória” ou “honra”. A glória do reino de Assuero representa seu poder, majestade e a grandiosidade de seu domínio. Na cultura hebraica, a glória também pode ter um sentido espiritual, mas aqui destaca a pompa e o prestígio do império persa.
- תִּפְאֶרֶת (tif’eret – esplendor). “Tif’eret” significa “esplendor” ou “majestade”. Este termo enfatiza a beleza, a grandeza e a magnificência do império. Refere-se ao impacto visual e emocional das riquezas e da glória exibidas durante o banquete.
Contexto histórico: O período de 180 dias (seis meses) é significativo, pois reflete a capacidade logística e os recursos necessários para sustentar um evento de tal magnitude. Historicamente, banquetes prolongados eram usados para celebrar conquistas, reforçar alianças e demonstrar poderio. Este banquete pode ter servido também como um meio de mobilização e preparação para futuras campanhas militares.
Contexto cultural: A exibição das riquezas e da glória do reino durante o banquete é uma prática comum em muitas culturas antigas, incluindo a persa. Esses eventos eram projetados para impressionar e subjugar tanto os súditos quanto os aliados e inimigos potenciais. A duração do banquete também sugere um investimento significativo em cerimônias e celebrações, refletindo a importância do status e da imagem na política persa.
Contexto teológico: A ênfase nas riquezas, glória e esplendor do reino de Assuero prepara o terreno para contrastar o poder humano com a intervenção divina que se desenrolará na narrativa de Ester. Enquanto Assuero exibe seu poder de forma ostentosa, a providência divina trabalha de maneira mais sutil e eficaz para proteger o povo judeu. A verdadeira glória e esplendor, segundo a teologia bíblica, pertencem a Deus e são manifestos através de Sua soberania e justiça.
Referências Bíblicas:
Salmo 145:11-12 fala sobre a glória do reino de Deus, contrastando a glória terrena com a divina: “Falarão da glória do teu reino e relatarão o teu poder, para que façam saber aos filhos dos homens os teus feitos poderosos e a glória do esplendor do teu reino.”
Isaías 60:13 menciona a beleza e a glória do reino de Deus, ressaltando que a verdadeira grandeza vem de Deus: “A glória do Líbano virá a ti, o cipreste, o olmo e o buxo, juntamente, para adornarem o lugar do meu santuário; e glorificarei o lugar dos meus pés.”
Ester 1:5 – “E, acabados aqueles dias, deu o rei um banquete a todo o povo que se achava na fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, por sete dias, no pátio do jardim do palácio do rei” (ARA).
Palavras-chave em Hebraico
- מִשְׁתֶּה (mishteh – banquete). A palavra “mishteh” significa “banquete” ou “festa”. Este termo é novamente utilizado para descrever um grande evento de celebração. O banquete realizado por Assuero incluía não apenas os nobres e príncipes, mas também o povo comum, demonstrando uma exibição de generosidade e inclusão.
- שּׁוּשָׁן (Shushan – Susã). “Shushan” (ou Susã) refere-se à capital do Império Persa onde o banquete foi realizado. A localização sublinha a importância política e cultural de Susã, sendo o centro de administração e poder do império. Realizar um banquete tão grandioso nesta cidade enfatiza a magnificência do reinado de Assuero.
- גִּנַּת (ginat – jardim). “Ginat” significa “jardim”. O pátio do jardim do palácio do rei é descrito como o local do banquete, sugerindo um ambiente luxuoso e bem cuidado. Jardins eram frequentemente associados a riqueza e beleza na cultura persa, proporcionando um cenário ideal para celebrações e encontros sociais.
Contexto histórico: Após os 180 dias de exibição das riquezas e da glória do reino, o rei Assuero organizou um banquete de sete dias para todos os habitantes de Susã, desde os mais altos nobres até as pessoas comuns. Este ato pode ser visto como uma estratégia para ganhar o favor e a lealdade de seus súditos, mostrando que o rei valorizava todos os níveis da sociedade.
Contexto cultural: A inclusão de “desde o maior até ao menor” indica uma tentativa de Assuero de promover um senso de unidade e igualdade entre os habitantes de Susã. Na cultura persa, banquetes eram ocasiões para fortalecer alianças e exibir generosidade. Realizar o banquete no jardim do palácio também mostra a estética e o valor atribuído aos espaços verdes e à natureza na arquitetura persa.
Referências Bíblicas:
1 Reis 4:20-21 descreve a abundância e prosperidade durante o reinado de Salomão, onde todo o Israel era “numeroso como a areia do mar, comendo, bebendo e alegrando-se”. Isso ressoa com a imagem do banquete de Assuero, onde a fartura e a celebração são enfatizadas.
Salmo 23:5, onde Davi declara: “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos”, pode ser visto como uma expressão de confiança na provisão divina, em contraste com a provisão humana exibida por Assuero.
Ester 1:6 – “Havia cortinas de linho branco, verde e azul, penduradas com cordões de linho fino e púrpura, sobre anéis de prata e colunas de mármore; havia sofás de ouro e de prata, sobre um pavimento de pórfiro, e de mármore, e de alabastro, e de pedras preciosas” (ARA).
Palavras-chave em Hebraico
- בּוּץ (butz – linho fino). “Butz” significa “linho fino”. O uso de linho fino indica riqueza e luxo, já que este material era caro e frequentemente associado à realeza e à nobreza. Na Bíblia, o linho fino é frequentemente mencionado em contextos de pureza e santidade (Êxodo 28:39).
- אַרְגָּמָן (argaman – púrpura). “Argaman” significa “púrpura”. A púrpura era uma cor cara e rara, obtida a partir de moluscos, e frequentemente associada à realeza, poder e riqueza. A menção de cordões de linho fino e púrpura enfatiza a opulência e a grandeza do banquete real.
- שֵׁשׁ (shesh – mármore). “Shesh” significa “mármore”. O mármore era um material de construção luxuoso e durável, usado para decorar palácios e templos. A presença de colunas de mármore indica a magnificência e a solidez da arquitetura do palácio de Assuero.
Contexto histórico: A descrição detalhada dos materiais utilizados na decoração do banquete reflete a riqueza e o poder do Império Persa. Esses materiais de luxo, como linho fino, púrpura, prata e mármore, eram símbolos de status e riqueza. O uso de tais materiais em um banquete público mostra a intenção de Assuero de impressionar e reforçar sua autoridade e prestígio.
Contexto cultural: A atenção aos detalhes na decoração do banquete sublinha a importância da estética e da opulência na cultura persa. As cortinas de várias cores, anéis de prata e colunas de mármore não só eram funcionais, mas também serviam para exibir a riqueza e o bom gosto do anfitrião. A descrição dos sofás de ouro e prata sobre um pavimento de pedras preciosas reflete o luxo extremo que era comum nas cortes reais persas.
Contexto teológica: A opulência descrita neste versículo contrasta com a humildade e a simplicidade muitas vezes enfatizadas na teologia bíblica. Enquanto Assuero exibe seu poder e riqueza, a narrativa de Ester mais tarde revelará como Deus trabalha de maneira sutil e poderosa através de pessoas aparentemente insignificantes para cumprir Seus propósitos. A riqueza e o poder humanos são temporários e podem ser usados para propósitos divinos, mesmo quando não reconhecidos como tal.
Referências Bíblicas:
Apocalipse 18:16 descreve a queda da Babilônia, onde a opulência e o luxo são mencionados: “Ai, ai daquela grande cidade que estava vestida de linho fino, de púrpura e de escarlata, e adornada de ouro, e de pedras preciosas, e de pérolas!”
Ezequiel 27:7 também fala sobre a riqueza e a opulência de Tiro: “De linho fino bordado do Egito era a tua vela, para te servir de estandarte; de azul e púrpura das ilhas de Elisá eram a tua cobertura.”
Ester 1:7 – “Davam-se a beber em vasos de ouro, vasos de várias espécies, e havia muito vinho real, segundo a generosidade do rei” (ARA).
Palavras-chave em Hebraico
- כְּלִי (kli – vasos). A palavra “kli” significa “vasos” ou “recipientes”. No contexto deste versículo, refere-se aos vasos de ouro usados para beber. A diversidade dos vasos (diferentes formas e estilos) sugere uma coleção rica e variada, enfatizando a opulência e o luxo do banquete.
- יַיִן (yayin – vinho). “Yayin” significa “vinho”. O uso de vinho real reflete a generosidade e a hospitalidade do rei Assuero. O vinho era uma bebida de luxo na antiguidade, frequentemente associada a celebrações e banquetes reais.
- מַלְכוּת (malkut – realeza). “Malkut” significa “realeza” ou “reino”. A menção do “vinho real” destaca que o vinho servido era de qualidade superior, digno de um rei. Isso reforça a imagem de generosidade e esplendor do reinado de Assuero.
Contexto histórico: Servir bebidas em vasos de ouro durante banquetes reais era uma prática comum nas cortes persas, refletindo a riqueza e a ostentação dos monarcas. A diversidade dos vasos de ouro indica não apenas a riqueza material, mas também a habilidade artesanal e a valorização da estética na cultura persa.
Contexto cultural: O vinho era uma bebida central em muitas culturas antigas, incluindo a persa. Era usado em celebrações, rituais religiosos e eventos sociais importantes. A menção do “vinho real” implica que a bebida servida era de alta qualidade, possivelmente reservada para ocasiões especiais e dignitários importantes. A generosidade do rei ao prover vinho em abundância realça a importância do evento e o desejo de Assuero de impressionar seus convidados.
Contexto teológico: A generosidade do rei ao prover vinho e vasos de ouro destaca a opulência e a indulgência dos banquetes humanos, contrastando com a simplicidade e a pureza frequentemente associadas às práticas de adoração e celebração na teologia bíblica. No contexto da narrativa de Ester, esse contraste prepara o cenário para a intervenção divina que transcende o poder e a riqueza humana.
Referências Bíblicas:
João 2:1-11 relata o milagre de Jesus nas Bodas de Caná, onde transformou água em vinho, simbolizando alegria e celebração. Este evento pode ser comparado com a generosidade de Assuero ao servir vinho, mas com um foco diferente na provisão divina versus a opulência humana.
Salmo 104:15 menciona o vinho como uma dádiva de Deus que alegra o coração do homem: “O vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz brilhar o rosto, e o pão que sustenta o vigor.”
Ester 1:8 – “E o beber era, conforme este decreto, sem constrangimento, porque o rei tinha mandado a todos os grandes da sua casa que fizessem conforme a vontade de cada um.” (ARA)
Palavras-chave em Hebraico
- שְׁתִיָּה (shtiyah – beber). A palavra “shtiyah” significa “beber” ou “bebida”. Refere-se ao ato de consumir bebidas alcoólicas durante o banquete. A ênfase aqui é sobre a liberdade dos convidados em relação à bebida, sem imposições ou restrições.
- דָּת (dat – decreto). “Dat” significa “decreto” ou “lei”. O uso desta palavra indica que o rei Assuero emitiu uma ordem oficial permitindo que cada pessoa bebesse conforme sua própria vontade. Este decreto específico reflete uma atmosfera de liberdade e indulgência.
- רָצוֹן (ratzon – vontade). “Ratzon” significa “vontade” ou “desejo”. Refere-se à permissão dada pelo rei para que cada convidado bebesse conforme seu próprio desejo ou preferência, sem obrigatoriedade ou pressão. Este termo sublinha a generosidade e a liberalidade do rei durante o banquete.
Contexto Histórico: O decreto do rei Assuero permitindo que cada convidado bebesse conforme sua própria vontade é significativo no contexto histórico da Pérsia. Em muitos banquetes reais, havia regras estritas sobre como e quanto se deveria beber, frequentemente ditadas pelo anfitrião. A decisão de Assuero de permitir liberdade total reflete um desejo de promover uma atmosfera de relaxamento e prazer.
Contexto cultural: Na cultura persa, banquetes eram ocasiões para exibir hospitalidade e generosidade. O fato de que os convidados podiam beber conforme sua vontade indica uma tentativa de Assuero de criar um ambiente inclusivo e agradável, onde todos se sentissem confortáveis e respeitados. Esta liberdade também poderia ser vista como uma forma de demonstrar confiança e respeito mútuo entre o rei e seus convidados.
Teologicamente, a liberdade dada aos convidados pode ser contrastada com a liberdade espiritual oferecida por Deus. Enquanto Assuero oferece liberdade de indulgência material, a narrativa bíblica frequentemente enfatiza a liberdade da opressão e do pecado como um dom divino. Este contraste destaca a diferença entre a liberdade terrena e a liberdade espiritual.
Referências Bíblicas:
Gálatas 5:13 fala sobre a liberdade em Cristo: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.”
1 Coríntios 10:31 orienta sobre como usar a liberdade: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”
Ester 1:9 – “Também a rainha Vasti deu um banquete às mulheres na casa real do rei Assuero.” (ARA)
Palavras-chave em Hebraico
- מַלְכָּה (malkah – rainha). “Malkah” significa “rainha”. Vasti, a rainha, é mencionada aqui em contraste com o rei Assuero, indicando sua posição de autoridade e importância dentro do palácio. A presença de uma rainha com a capacidade de organizar seu próprio banquete demonstra o nível de poder e autonomia que ela possuía.
- וַשְׁתִּי (Vashti – Vasti). “Vashti” é o nome da rainha, que significa “bela” ou “desejável” em persa. O nome de Vasti é significativo, pois ela desempenha um papel crucial no início do livro de Ester. Sua recusa de comparecer ao chamado do rei será o catalisador para a busca de uma nova rainha, levando eventualmente à ascensão de Ester.
- נָשִׁים (nashim – mulheres). “Nashim” significa “mulheres”. A menção de um banquete separado para as mulheres sugere uma divisão de gênero nos eventos sociais da corte persa. Isso reflete as normas culturais e sociais da época, onde homens e mulheres frequentemente tinham eventos separados.
Contexto Histórico: Na corte persa, era comum que homens e mulheres tivessem banquetes separados. A organização de um banquete pela rainha Vasti mostra que ela tinha um papel ativo e significativo dentro do palácio. Banquetes para as mulheres permitiam que elas também participassem das celebrações, mas em um ambiente socialmente apropriado para a época.
Contexto cultural: A separação dos banquetes por gênero reflete as normas culturais e sociais do Império Persa. Isso sugere que, embora as mulheres tivessem um papel importante, havia uma clara demarcação entre os espaços sociais dos homens e das mulheres. O banquete de Vasti pode ter sido uma oportunidade para as mulheres da corte socializarem e discutirem questões importantes, longe da influência direta dos homens.
Contexto teológico: A menção de Vasti e seu banquete prepara o cenário para os eventos que se seguirão, especialmente sua recusa de atender ao chamado do rei e as consequências disso. Teologicamente, essa narrativa pode ser vista como uma demonstração de como Deus usa eventos aparentemente comuns e decisões individuais para cumprir Seus propósitos maiores. A remoção de Vasti e a subsequente escolha de Ester como rainha são parte do plano divino para a salvação do povo judeu.
Referências Bíblicas:
Ester 2:17, onde Ester é coroada como rainha no lugar de Vasti: “O rei amou Ester mais do que todas as outras mulheres, e ela alcançou graça e favor diante dele mais do que todas as outras virgens; ele colocou a coroa real sobre a cabeça dela e a fez rainha em lugar de Vasti.”
Provérbios 31:10-31 descreve a mulher virtuosa, enfatizando o valor e a importância das mulheres na sociedade, complementando a ideia de que Vasti, embora deposta, ainda desempenha um papel crucial na narrativa.
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Silvio Costa
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Autor: Costa, Silvio