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LIÇÕES BÍBLICAS CPAD JOVENS – Lição 8: A batalha contra Ai

Data: 24 de Maio de 2020

TEXTO DO DIA

E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus […] ” (2Cr 7.14).

SÍNTESE

O pecado de um único homem fez com que os hebreus experimentassem a derrota em Ai.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — 1Tm 5.22

O perigo de participar dos pecados alheios

TERÇA — Gn 13.7-18

O perigo de se fazer uma escolha errada

QUARTA — Sl 32.1,2

O perigo de ocultar o pecado

QUINTA — Pv 28.26

O perigo de confiar no seu próprio coração

SEXTA — At 5.1-5

O perigo de achar que o pecado não traz consequências

SÁBADO — Jó 13.23,24

O perigo de achar que Deus é nosso inimigo

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • REFLETIR a respeito da derrota dos hebreus na luta contra Ai;
  • COMPREENDER o motivo que levou os hebreus à derrota;
  • CONSCIENTIZAR a respeito do arrependimento e da restauração divina.
INTERAÇÃO

Professor(a), sua presença nas aulas quando a lição é ministrada por outro docente apresenta-se como algo essencial, na medida em que os alunos perceberão que você se interessa em aprender sempre mais (afinal, ninguém sabe tudo). Sua presença também demonstra amizade por toda a classe e professores, os quais se sentirão valorizados por sua participação. Com esse clima intimista, de humildade e empatia, no dia em que for dar aula, você, certamente, terá uma audiência mais atenta e simpática. Mister lembrar um adágio popular: “A palavra convence, mas o exemplo arrasta”. A Escola Dominial não deve ser um lugar onde as pessoas apenas buscam novos conhecimentos, mas sobretudo, novas relações interpessoais, — ponto alto do cristianismo genuíno.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Para a introdução da lição, apresente a figura de uma escada com 6 degraus (desenhada em cartolina ou impressa em papel A3), com o seguinte título:

A ESCADA DE JOSUÉ:

1º) O perigo de delegar indevidamente responsabilidades (Josué confiou cegamente nos espias);

2º) O perigo de ter uma visão equivocada (os espias não sabiam como vencer uma “guerra espiritual”);

3º) O perigo de subestimar um inimigo (Josué acreditou que Ai seria facilmente derrotada);

4º) O perigo de confiar em si mesmo (Josué confiou nos 3.000 guerreiros);

5º) O perigo de achar que o pecado não traz consequências (Acã achou que sua conduta não seria notada);

6º) O perigo de culpar a Deus pelos problemas (Josué atribuiu a derrota a Deus).

TEXTO BÍBLICO

Josué 7.1-11.

1 — E prevaricaram os filhos de Israel no anátema; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do SENHOR se acendeu contra os filhos de Israel.

2 — Enviando, pois, Josué, de Jericó, alguns homens a Ai, que está junto a Bete-Áven, da banda do oriente de Betel, falou-lhes, dizendo: Subi e espiai a terra. Subiram, pois, aqueles homens e espiaram a Ai.

3 — E voltaram a Josué e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam alguns dois mil ou três mil homens a ferir a Ai; não fatigues ali a todo o povo, porque poucos são os inimigos.

4 — Assim, subiram lá do povo alguns três mil homens, os quais fugiram diante dos homens de Ai.

5 — E os homens de Ai feriram deles alguns trinta e seis, e seguiram-nos desde a porta até Sebarim, e feriram-nos na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água.

6 — Então, Josué rasgou as suas vestes e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças.

7 — E disse Josué: Ah! Senhor Jeová! Por que, com efeito, fizeste passar a este povo o Jordão, para nos dares nas mãos dos amorreus, para nos fazerem perecer? Tomara nos contentáramos com ficarmos dalém do Jordão.

8 — Ah! Senhor! Que direi, pois Israel virou as costas diante dos seus inimigos?

9 — Ouvindo isso, os cananeus e todos os moradores da terra nos cercarão e desarraigarão o nosso nome da terra; e, então, que farás ao teu grande nome?

10 — Então, disse o SENHOR a Josué: Levanta-te! Por que estás prostrado assim sobre o teu rosto?

11 — Israel pecou, e até transgrediram o meu concerto que lhes tinha ordenado, e até tomaram do anátema, e também furtaram, e também mentiram, e até debaixo da sua bagagem o puseram.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

A primeira batalha e conquista dos hebreus na Terra Prometida foi a cidade de Jericó, no Vale do Jordão. Agora, a guerra seria contra uma cidade-estado fortificada chamada Ai, um lugar de importância estratégica, pois controlava a rota principal de Gilgal à região de Betel. Aos olhos dos hebreus, seria uma batalha pequena e, por isso, Josué reduziu o número de soldados para o combate. Entretanto, devido ao pecado de um homem, o povo não pode resistir diante do inimigo. É o que veremos na lição de hoje.

I. A DERROTA EM AI

1. O perigo do pecado. O triste episódio da tomada de Ai nos mostra que não há nada mais perigoso para o crente do que o pecado. A iniquidade nos afasta de Deus e faz com que fiquemos vulneráveis aos ataques do Inimigo. Deus havia dito que Josué não precisava temer e que ele tomasse toda a gente de guerra e fosse pelejar contra Ai, pois a vitória seria certa (Js 8.1-4). Mas o pecado de um único homem, chamado Acã, fez com que os hebreus fossem derrotados, envergonhados.

2. O pecado de Acã. O pecado de um único homem ascendeu à ira de Deus e as consequências sobre Acã, sua família e todo o povo logo vieram. O pecado precisa ser tratado com graça, misericórdia, mas de forma imediata. É preciso que haja arrependimento e confissão para que Deus traga misericórdia. Vivemos no tempo da graça e para hoje a Palavra de Deus nos exorta que “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9). O Senhor, que é Santo, não pode abençoar um povo obstinado e que se recusa a tirar o pecado do seu meio.

3. Uma derrota. Os israelitas sofreram um golpe significativo e agora o medo, a dúvida e a apreensão substituem a alegria decorrente da batalha contra Jericó. Por outro lado, os inimigos que, até então, esperavam ser derrotados, celebraram a vitória. Naquela época, as guerras eram vistas, por muitos, como um duelo entre divindades (Is 36) e, assim, os povos pagãos, inimigos dos hebreus, poderiam achar que os deuses de Ai também eram fortes.

II. O MOTIVO DA DERROTA: O PECADO

1. A reação de Josué diante da derrota. Diante do vexame da derrota, Josué rasgou as suas vestes, prostrou-se diante do Senhor e disse: “Ah! Senhor JEOVÁ! Por que, com efeito, fizeste passar a este povo o Jordão, para nos dares nas mãos dos amorreus, para nos fazerem parecer? Tomara nos contentáramos com ficarmos dalém do Jordão” (Js 7.7). É curioso como algumas pessoas quando enfrentam alguma derrota se tornam murmuradoras e colocam a culpa do fracasso sobre o Senhor. Josué estava fazendo exatamente isso, quando foi interrompido pelo Senhor. Aliás, essa foi a tese de Adão, que culpou a Deus pela Queda, ao justificar que tudo começou quando “a mulher que tu me deste” (Gn 3.12). Atribuir a Deus infidelidade, por causa de problemas ocorridos, também foi a tentativa de Jó, mas o Eterno, ao fazer-lhe várias perguntas, pôs-lhe no seu devido lugar, fazendo-lhe colocar a “mão à boca” (Jó 40.4). Deus jamais se equivoca em seus juízos, ainda que seja difícil compreendê-los.

2. Acã toma do anátema. Deus falou com Josué dizendo que a derrota foi uma consequência da transgressão do povo. Havia um anátema no meio dos israelitas e esse precisava ser retirado (v.13). Acã atravessou o Mar Vermelho, peregrinou pelo deserto por 40 anos, atravessou o Rio Jordão, contemplou a queda dos muros de Jericó, mas, infelizmente, seu coração não era reto diante de Deus. Ao ver dentre os despojos uma boa capa babilônica, duzentas barras de prata e uma barra de ouro que pesava mais ou menos meio quilo, cobiçou e tomou tudo (v.21). Cuidado, não se deixe enganar, o pecado pode ser até atrativo, mas possui um enorme poder destrutivo. É por isso que a Bíblia recomenda que nós, cristãos, deixemos de lado todo o pecado e embaraço que tão de perto nos rodeia (Hb 12.1).

3. A ira do Senhor se acendeu. Por causa do pecado de Acã, a ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel (v.1). Aquilo foi tão grave que, da mesma forma que Senhor marcou, com um memorial, a travessia do Jordão (Js 4.5), naquele instante em que “o coração do povo se derreteu e se tornou como água” (v.5), outro memorial deveria ser erguido no vale de Acor (v.26). As consequências daquele erro ficariam, para sempre, na lembrança do povo (Js 22.20).

III. DEUS ENTREGA A CIDADE DE AI

1. Um inimigo confiante. Depois da derrota dos hebreus na conquista de Ai, os habitantes da cidade ficaram confiantes, porém os israelitas estavam tomados pelo medo. Mas, Deus mais uma vez, restaurou a fé do líder, dizendo que não temesse, nem se espantasse, porque tinha entregue à cidade inimiga em suas mãos (Js 8.1). Esse triste episódio na história do povo de Deus nos mostra que o Senhor nos concede sempre uma oportunidade para que possamos recomeçar. Uma vez resolvido o problema do pecado, as promessas foram renovadas sobre o povo e a bênção do Senhor, mais uma vez, estava a caminho, seria apenas uma questão de tempo.

2. A estratégia de Deus é diversificada. Na batalha contra Jericó, Deus tinha estabelecido uma estratégia de guerra envolvendo os sacerdotes e a Arca do Concerto, e outros tocando trombetas, mas agora seria bem diferente. Os despojos poderiam ser saqueados pelo povo, e a estratégia seria uma emboscada: uma parte do povo fugiria para o deserto, fingindo ter perdido a batalha e, quando os homens de Ai saíssem no encalço dos israelitas, para fora da cidade, milhares de hebreus entrariam e ateariam fogo, saqueando-a (Js 8.24). Os hebreus consumiram os habitantes de Ai, deixando um total de doze mil mortos (Js 8.2-29), e assim como Moisés, quase quatro décadas antes, levantou a sua vara para que Israel prosperasse na peleja (Êx 17.11), agora Josué, por seu turno, deveria levantar sua lança, e fazê-la permanecer no alto até o fim da luta, para que a vitória fosse completa (Js 8.26).

3. Culto da restauração. Para celebrar a vitória, Josué deslocou o povo até o Monte Ebal e ali edificou um altar, onde colocou, em pedras, uma cópia da lei de Moisés (Js 8.30-35). Com os oficiais hebreus à volta da Arca, a meio caminho das montanhas e as tribos sobre as encostas, Josué proclamou a Lei do Senhor, restaurando o compromisso com o Altíssimo. A Palavra de Deus deveria estar escondida no coração do seu povo, a fim de que a conquista de Canaã acontecesse. Condutas semelhantes às de Acã não deveriam se repetir mais.

CONCLUSÃO

Aprendemos nesta lição que a derrota na batalha contra a cidade de Ai foi um momento muito difícil para todo o povo. Deus é santo e não tolera o pecado, por isso o anátema foi retirado do meio do povo, o pecado corrigido devidamente e os hebreus puderam continuar lutando para conquistarem a tão almejada Terra Prometida.

ESTANTE DO PROFESSOR

PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. RJ: CPAD, 2013.

HORA DA REVISÃO

1. De acordo com a lição, o que o triste episódio da tomada de Ai nos mostra?

O triste episódio da tomada de Ai nos mostra que não há nada mais perigoso do que o pecado.

2. Segundo a lição, como o pecado deve ser tratado?

O pecado precisa ser tratado com graça, misericórdia, mas de forma imediata.

3. O que Acã viu e cobiçou?

Uma boa capa babilônica, duzentas barras de prata e uma barra de ouro.

4. Quantas pessoas morreram na cidade de Ai?

Um total de doze mil mortos (Js 8.2-20).

5. O que Josué fez para celebrar a vitória contra Ai?

Para celebrar a vitória, Josué deslocou o povo até o Monte Ebal e ali edificou um altar.

SUBSÍDIO I

“Poucos são os inimigos (dizem os espias), mas, apesar de poucos, eram demais para eles. Precisamos ser cuidadosos e diligentes em nosso combate cristão porque lutamos contra os principados e potestades (Ef 6.12).

O destacamento que ele enviou, no seu primeiro ataque à cidade, foi repelido, e o exército israelita sofreu uma perda considerável (vv.4,5): Eles fugiram diante dos homens de Ai, completamente desanimados. Os homens de Ai saíram atrás deles com mais vigor e determinação do que esperavam. Na sua retirada, Israel perdeu cerca de 36 homens: na verdade, não foi uma perda tão significativa, mas uma surpresa terrível para aqueles que não tinham motivo para esperar nada além de uma vitória clara, fácil de certa. E agora, como é demonstrado, foi bom que somente 3.000 estivesse debaixo dessa desgraça. Se todo exército estivesse lá, eles também não teriam sido capazes de defender seus postos, porque agora estavam debaixo da culpa e da ira divina. A derrota teria sido bem mais grave e desonrosa se todo o exército estivesse envolvido na batalha. No entanto, foi ruim o suficiente do jeito que foi, e serviu: Para humilhar o Israel de Deus, e ensiná-lo a sempre alegrar-se com tremor. Não se gabe quem se cinge como aquele que se descinge (veja 1Rs 20.11)” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico: Antigo Testamento. Volume 2. RJ: CPAD, 2010, pp.28,29).

SUBSÍDIO II

“O pecado torna o homem impuro perante Deus. Um dos aspectos sombrios da natureza do pecado é a impureza. Ele torna o homem impuro de mente e coração, com a finalidade de afastá-lo de Cristo.

Visto ser o pecado de natureza má, e evidentemente, nociva, esse desperta a ira da parte de Deus. (…) Quando o pecado fere a santidade divina, desperta a ira de Deus, que é santa, sem sombra de pecado. Sendo livre, ela se exerce contra o pecado (Os 11.9). Jesus Cristo, por exemplo, animou-se desta ira quando olhou os ouvintes de coração endurecido (Mc 3.5), pois a ira divina é motivada (…) pela aversão ao pecado. Ela manifesta-se contra determinadas pessoas (2Cr 25.15), contra Israel quando peca (Êx 22.23), contra um país e seus habitantes (Dt 29.27). Em sua ira, Deus deu um rei ao seu povo que rejeitou o seu governo (Os 13.11). Ele derrama seu furor sobre as nações impenitentes (Sl 79.6). Durante o período da grande tribulação, isto é, aquele tempo de dores que virá repentinamente durante a ausência da igreja ocasionado pelo arrebatamento, Deus derramará sua ira contra os habitantes da Terra” (PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. RJ: CPAD, 2013, pp.21,22).

Fonte. Estudantes da Bíblia

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