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🔑 Novo Testamento I: As Chaves para Entender os Evangelhos e Atos

Esta matéria introduz o estudo do Novo Testamento, contextualizando sua formação, sua mensagem e seu impacto. O curso prepara o estudante para uma leitura mais aprofundada e informada dos livros neotestamentários. 

1. Contexto histórico e cultural

A compreensão do cenário do primeiro século é fundamental para entender o Novo Testamento. 

  • Período Intertestamentário: Cerca de 400 anos de silêncio profético, mas de intensa atividade política e religiosa, que prepararam o cenário para a chegada de Jesus. O helenismo (influência grega) e a dominação romana foram determinantes.
  • Grupos Religiosos: O judaísmo da época não era monolítico, com a existência de diferentes facções:
    • Fariseus: Focados na Lei (Torá) e nas tradições orais, criam na ressurreição.
    • Saduceus: Elites sacerdotais que controlavam o Templo e não criam na ressurreição.
    • Essênios: Grupo que se isolava e esperava por uma intervenção divina.
    • Zelotes: Movimento nacionalista que lutava contra o domínio romano.
  • Plenitude dos tempos: Momento histórico em que as condições sociais, políticas e culturais foram propícias para a vinda de Jesus Cristo e a disseminação do Evangelho. 
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2. Formação do Cânon do Novo Testamento

O cânon neotestamentário é a coleção dos 27 livros reconhecidos pela igreja como divinamente inspirados. 

  • Processo: Os critérios de canonicidade incluíam autoria apostólica ou apostólica, concordância com a fé cristã e reconhecimento generalizado pela igreja primitiva.
  • Confirmação: A lista final dos livros do Novo Testamento foi confirmada em concílios e documentos, como a 39ª Carta de Atanásio (367 d.C.). 

3. Os Evangelhos

Os quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) são o cerne da matéria, apresentando a vida, o ministério e a mensagem de Jesus. 

  • Questão Sinótica: Analisa as semelhanças e diferenças entre Mateus, Marcos e Lucas, investigando a possível existência de fontes em comum, como a hipotética fonte ‘Q’.
  • Mensagem Central: Jesus como o Messias prometido, que veio inaugurar o Reino de Deus. A centralidade do Reino de Deus em sua pregação é um tema fundamental. 

4. O livro de Atos dos Apóstolos 

Atos é a continuação do Evangelho de Lucas e narra a expansão da igreja primitiva. 

  • Missão: De Jerusalém a Roma: O livro descreve como a missão cristã se expandiu de Jerusalém (capítulos 1-7), passou pela Judeia e Samaria (capítulos 8-12) e alcançou “os confins da terra”, com as viagens missionárias de Paulo (capítulos 13-28).
  • Protagonistas: Pedro (primeira parte) e Paulo (segunda parte) são as figuras centrais, mas o verdadeiro motor é o Espírito Santo.
  • Características da Igreja Primitiva: Atos 2 e 4 descrevem a comunhão, a oração e a persistência na doutrina dos apóstolos, que marcaram a primeira comunidade cristã. 

5. O Apostolado de Paulo

Paulo é uma figura central no Novo Testamento, e seu ministério e suas cartas são essenciais para a teologia cristã.

  • Conversão: O encontro de Paulo com Cristo no caminho de Damasco mudou o curso da história da igreja.
  • Missão: O Apóstolo dos Gentios: Sua obra missionária foi crucial para a inclusão dos gentios no plano de salvação, tema central de suas epístolas. 

6. Teologia do Novo Testamento

A matéria também introduz os principais temas teológicos que serão aprofundados posteriormente. 

  • Cristologia: O estudo da pessoa e da obra de Jesus Cristo (Soteriologia).
  • Soteriologia: A doutrina da salvação, que é um tema central na obra de Cristo.
  • Eclesiologia: O estudo da igreja, seu início, sua expansão e sua natureza.
  • Pneumatologia: O estudo do Espírito Santo, que é o grande protagonista de Atos.

Compreender esses pontos-chave permite aos alunos de teologia construir uma base sólida para o estudo do Novo Testamento, preparando-os para as matérias subsequentes do curso.

Teologia do livro de Mateus

Cristologia (Estudo sobre Cristo)

  • Jesus como Messias e Rei: Mateus apresenta Jesus como o Messias esperado, o herdeiro do trono de Davi, que cumpre as profecias do Antigo Testamento.
  • Jesus como Novo Moisés: Assim como Moisés entregou a Torá (a lei) no Monte Sinai, Jesus sobe a um monte para proferir o Sermão da Montanha, apresentando a ética do Reino dos Céus.
  • Imanuel (“Deus Conosco”): Mateus enfatiza a divindade de Jesus, chamando-o de “Imanuel”, mostrando que em Cristo, Deus está presente entre seu povo.
  • Autoridade de Jesus: O evangelho demonstra a autoridade de Jesus sobre a natureza, a doença, o pecado e a morte, reforçando sua soberania como Senhor.
  • Jesus, o Salvador: Desde o início, a razão de Jesus receber seu nome é que “ele salvará o seu povo dos seus pecados”. 

Teologia do Reino dos Céus

  • Reino Inaugurado e Futuro: Mateus usa a expressão “Reino dos Céus” para se referir ao domínio de Deus. Ele ensina que o reino já está presente (inaugurado por Jesus), mas também tem uma dimensão futura, que será plenamente manifestada.
  • Ética do Reino: O Sermão da Montanha (capítulos 5-7) detalha a ética e os valores de um discípulo do reino, que exigem uma transformação interna, e não apenas uma obediência externa à lei.
  • Parábolas do Reino: As parábolas de Mateus (capítulo 13) ilustram a natureza, o crescimento e a consumação do reino, mostrando sua realidade presente e futura. 

Eclesiologia (Estudo sobre a Igreja)

  • A Nova Comunidade de Fé: Mateus é o único evangelista que utiliza a palavra “igreja” (ekklesia), indicando que Jesus estava formando uma nova comunidade de fé que incluiria tanto judeus quanto gentios.
  • A Grande Comissão: O livro culmina com o mandato de Jesus para “fazer discípulos de todas as nações”, estabelecendo a missão global da igreja. 

Discipulado

  • Aprendizado e Prática: O discipulado em Mateus não se resume a seguir Jesus, mas a aprender e praticar seus ensinamentos de forma radical e obediente.
  • Manual de Discipulado: Os cinco grandes discursos de Jesus são apresentados como um manual de discipulado para a nova comunidade de fé. 

Escatologia (Estudo sobre o Fim dos Tempos)

  • Juízo Final: Mateus é o evangelho mais focado na escatologia e apresenta uma visão detalhada dos eventos do fim, enfatizando o juízo final e o destino dos justos e dos ímpios.
  • Vigilância: O evangelho reforça a necessidade de os discípulos se manterem vigilantes e preparados para o retorno do juiz celestial. 

Relação com o Antigo Testamento

  • Continuidade e Cumprimento: Mateus conecta o Antigo e o Novo Testamento, mostrando que Jesus e sua obra são o cumprimento das promessas e profecias do Antigo Testamento.
  • Inclusão Universal: Embora Mateus enfatize a linhagem judaica de Jesus, ele também mostra a intenção universal da missão de Cristo, estendendo a salvação a todas as nações.

Aula 1: O Palco e os Atores – O Contexto do NT

Público-alvo: Alunos do Curso Médio em Teologia

I. Objetivos

Ao final desta aula, os alunos serão capazes de:

  • Explicar o cenário histórico, político, cultural e religioso do período entre o Antigo e o Novo Testamento.
  • Identificar os principais grupos religiosos judaicos da época (fariseus, saduceus, essênios).
  • Compreender o conceito de “plenitude dos tempos” e sua relevância teológica.
  • Interagir com o conteúdo de forma dinâmica e participativa. 

II. Estrutura da aula e metodologia interativa

1. Quebra-gelo: O que você espera? (10 minutos)

  • Dinâmica: Em duplas ou trios, peça aos alunos que conversem por dois minutos sobre a seguinte pergunta: “Se você tivesse que resumir o que sabe sobre o Novo Testamento em uma frase, qual seria?”.
  • Interação: Em seguida, peça para algumas duplas ou trios compartilharem suas frases com a turma. Isso serve para o professor identificar o nível de conhecimento prévio e as expectativas dos alunos.

2. Apresentação Interativa: O Palco (30 minutos)

  • Recurso: Utilize um mapa físico ou digital da Palestina do primeiro século.
  • Metodologia:
    • Período Intertestamentário: Em vez de uma exposição longa, utilize uma linha do tempo visual que comece com o Antigo Testamento e leve até o Novo Testamento, destacando eventos chave (domínio persa, helenismo, macabeus, domínio romano) de forma breve.
    • Mapa Interativo: Enquanto expõe, utilize o mapa para localizar as regiões e explicar a influência de cada império. Por exemplo, ao falar do helenismo, mostre como o grego se espalhou na região.
    • Sessão de Perguntas: Interrompa a fala a cada 5 ou 10 minutos para fazer perguntas diretas aos alunos, como: “Como o helenismo impactou a cultura judaica?” ou “O que a revolta dos Macabeus nos diz sobre a resiliência judaica?”. 

3. Dinâmica em Grupo: Quem Somos Nós? (25 minutos)

  • Divisão: Divida a turma em grupos, representando os principais grupos religiosos da época: fariseus, saduceus e essênios.
  • Tarefa: Entregue a cada grupo um cartão com características, crenças e comportamentos de seu respectivo grupo religioso. Por exemplo:
    • Fariseus: Card sobre a crença na ressurreição, foco na lei oral, popularidade entre o povo.
    • Saduceus: Card sobre a elite sacerdotal, descrença na ressurreição, foco na lei escrita (Pentateuco).
    • Essênios: Card sobre a vida comunitária isolada, pureza ritual, textos de Qumran.
  • Apresentação: Cada grupo terá cerca de 5 minutos para apresentar suas características, como se fossem “atuando” como membros daquele grupo. Isso estimula a pesquisa rápida e a memorização de conceitos de forma divertida.
  • Objetivo: Promover a pesquisa, o trabalho em equipe e a compreensão das diferenças teológicas que moldaram o contexto de Jesus. 

4. Aplicação e discussão: A Plenitude dos Tempos (20 minutos)

  • Exposição Breve: Retome o conceito de “plenitude dos tempos” (Gálatas 4:4), explicando como a estabilidade romana, a língua grega e a expectativa messiânica prepararam o mundo para a chegada de Jesus.
  • Discussão em Círculo: Abra a discussão para a turma, com perguntas como:
    • “Quais elementos do contexto (políticos, religiosos, culturais) você considera mais importantes para a chegada de Jesus?”
    • “Como a diversidade de pensamento no judaísmo (visto na dinâmica) pode ter influenciado a forma como as pessoas receberam Jesus?”
  • Objetivo: Conectar o conteúdo histórico com a teologia, mostrando a relevância dos detalhes contextuais para a compreensão da mensagem bíblica.

5. Fechamento e Oração: Resumo e Reflexão (5 minutos)

  • Síntese: Revise rapidamente os pontos principais da aula (contexto interbíblico, atores religiosos, plenitude dos tempos).
  • Oração: Peça a um aluno que faça uma oração, agradecendo pela revelação de Deus ao longo da história e pedindo por sabedoria para o restante do curso.

III. Recursos e Materiais

  • Bíblia
  • Projetor ou mapa físico da Palestina do primeiro século
  • Cartões para a dinâmica dos grupos religiosos
  • Caneta e papel para anotações

IV. Avaliação

  • Informal: A participação ativa dos alunos na discussão e na dinâmica demonstra a compreensão do conteúdo.
  • Formal: A avaliação pode ser realizada ao longo do curso, com perguntas sobre o contexto histórico em uma prova posterior. 

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