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O Que Significa Batismo com Fogo

Mas isso não é uma questão de opinião, vejamos o que dizem os especialistas em hermenêutica:

                                                            O que significa batismo com fogo em Lucas 3.16?

“João respondeu a todos: “Eu os batizo com água. Mas virá alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de curvar-me e desamarrar as correias das suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo.” (Lucas 3:16) NVI.

- EBD INTERATIVA -

      Esse versículo, encontrado nos Evangelhos de Mateus 3.11, Marcos 1.8 e Lucas 3.16, causam uma grande polêmica no meio Evangélico. Alguns defendem que esse batismo é um simbolismo do fogo purificador, que queima o pecado e as impurezas que contaminam o cristão. Outros concluem que esse batismo se refira ao juízo de Deus sobre os ímpios e, consequentemente, não faz referência aos cristãos. Sem querer criar polêmica, mas simplesmente querendo colaborar com o bom diálogo e interpretação, darei minha contribuição nessa questão, baseado na opinião de grandes especialistas, tanto da ala Pentecostal quando da ala Reformada.

       Todo bom estudioso e intérprete bíblico deve conhecer algumas regras simples e básicas de hermenêutica. E uma dessas regras é que o próprio contexto define o sentido do versículo em questão. Já no começo do capítulo, João Batista se refere a um juízo vindouro de Deus sobre aqueles que praticam todo tipo de impiedade: “João dizia às multidões que saíam para serem batizadas por ele: “Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se aproxima?” (Lucas 3:7). A ideia transmitida por João aqui é de serpentes fugindo de um incêndio numa floresta.

       E acrescenta: “O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo” (Lucas 3:9). Indicando que a punição era iminente.

      Fica claro, já no início do capítulo, que a mensagem de João era direcionada a dois grupos de pessoas: Aquelas que realmente estavam arrependidas e queriam o perdão de Deus e aquelas que se auto justificavam por crerem que a obediência á Lei e por serem filhos de Abraão era garantia de Salvação: “Dêem frutos que mostrem o arrependimento. E não comecem a dizer a si mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão.” (Lucas 3:8).

      Que existe a necessidade absoluta do crente ser batizado com o Espírito Santo é uma verdade inegável nas escrituras sagradas. Mas pensar que o batismo com o Espírito Santo é o mesmo batismo de fogo é não compreender o significado real do versículo.

       Mas isso não é uma questão de opinião, vejamos o que dizem os especialistas em hermenêutica:

     A Bíblia de Estudo Plenitude, de orientação pentecostal, no texto de Lc 3.16 remete para um comentário de Mt 3.11 como segue:

“O batismo de João é um tipo de experiência de salvação de ser batizado no Espírito. Como o batismo de João colocava o indivíduo dentro da água, o batismo de Jesus coloca o cristão no Espírito, identificando-o como totalmente ligado ao Senhor. O fogo purifica ou destrói. Portanto, a salvação em Jesus Cristo será purificadora para os verdadeiros judeus que o aceitarem como o Messias, e destruidora para aqueles que o rejeitarem.”

       A Bíblia de Estudo Genebra comenta assim a questão do fogo em Lc 3.16: “O batismo com fogo aponta para o juízo (v.9 nota). A pá para limpar sua eira’ é outro símbolo para o juízo (v. 17)…”.

      A Bíblia de Estudo NVI assim comenta o mesmo texto: “… e com fogo. Aqui, o fogo está associado ao juízo (v.17)…”.

     A Bíblia de Estudo Shedd analisa o texto assim: “… Fogo. O contexto (17) parece exigir o sentido de prova, de  julgamento (Lc 12.39-53; 1 Co 3.13).”  Ainda a mesma Bíblia comenta Mt 3.11 assim: “Com o Espírito Santo e com fogo. Refere-se ao ministério espiritual de Cristo. Sua obra começou acompanhada pela energia sobrenatural do Espírito Santo, colhendo-se algum ‘trigo’ (os fiéis), e revelando-se quem seria ‘palha’ para julgamento. A doutrina do batismo no Espírito Santo não recebe luzes neste trecho, pois o assunto pertence à época posterior à ressurreição de Jesus (1 Co 12.13)”.  

    R. N. Champlin, em sua obra “O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo”, relaciona o texto de Lc 3.16 com o comentário de Mt 3.11, como segue: “…Há várias interpretações dessas palavras: 1. Alguns acham que aqui temos dois batismos, um do Espírito e outro de fogo, e que esse último fala de juízo, provavelmente até de inferno. Assim interpretaram Orígenes e outros pais da igreja…alguns bons intérpretes reputam esse batismo de fogo como algo que se refere ao juízo.”

       John F. MacArthur na sua Bíblia de Estudo traz a seguinte nota de rodapé: “com fogo”. Pelo fato de, nesse contexto, o fogo ser usado como meio de punição (v. 9), isso é provavelmente uma referência a um batismo de castigo sobre os ímpios.

       Charlie C. Ryrie, grande comentarista bíblico, autor da Bíblia de estudo anotada, na versão expandida, traz a seguinte informação:”fogo”. Provavelmente uma referência aos julgamentos associados á segunda vinda de Cristo. O batismo com o Espírito Santo ocorreu no dia de Pentecostes, ao passo de que o batismo com fogo se refere aos juízo que acompanharão a segunda vinda de Cristo.

     Lendo a ilustração que o Apóstolo Pedro faz sobre a Vinda de Cristo, conseguimos visualizar o quadro profetizado por João Batista: ” Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma Palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios” (2Pe. 3.7). E também o escritor de Hebreus: “Pois o nosso Deus é um fogo consumidor”

      Podemos apresentar ainda outros versículos bíblicos que corroboram com nossa conclusão: no início do Livro de Atos dos Apóstolos, também escrito pelo médico Lucas, vemos Jesus ratificando sua promessa aos seus discípulos fazendo a seguinte declaração:

    “Certa ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: “Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei. Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo”. (Atos 1:4,5)

      Note que pelo fato de Jesus estar se referindo apenas aos seus discípulos ele não faz nenhuma referência à nenhum tipo de batismo de fogo, confirmando a ideia de que este seria somente para os ímpios no fim dos tempos.

       Também no Livro de Atos, quando Pedro se defende diante dos Judaizantes pelo fato de ter levado o Evangelho aos gentios, ele relembra a promessa do Batismo feita por Jesus:

    “Quando comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles como sobre nós no princípio. Então me lembrei do que o Senhor tinha dito: ‘João batizou com água, mas vocês serão batizados com o Espírito Santo’. (Atos 11:15,16)

     Além disso, podemos traçar um paralelo entre os versículos, para que a conclusão fique ainda mais clara e óbvia:

“… ele vos batizará com os Espírito Santo.”

“… para limpar completamente a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro”

“…e com fogo”

“…porém queimará a palha em fogo inextinguível”

Mas, então por que a referência ao fogo em Atos 2? Não seria o cumprimento da Palavra de João Batista: “com o Espírito Santo e com fogo”?

Vamos ao texto:

    “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. (Atos 2:1-4)

       Lucas não disse que as línguas eram de fogo ou que desceu fogo literal do céu, mas que pareciam “línguas como que de fogo”. O autor de Atos se utiliza aqui de uma linguagem comparativa, ou seja, uma analogia, para repassar de uma maneira compreensível aquilo que estava além da compreensão humana. Os discípulos não podiam compreender o significado da Vinda do Espírito sem que o Senhor ilustrasse soberanamente com um fenômeno visível o que estava acontecendo. O uso que Deus faz com aparência de fogo aqui é paralelo ao que faz com a pomba quando Jesus foi batizado. (Lc. 3.21-22). Nenhum cristão em sã consciência diz que o Espírito Santo é uma pomba. Além disso, se Atos 2 cumprisse totalmente Lc. 3.16, o próprio autor, que escreveu tanto um quanto o outro faria menção ao cumprimento proposto por João Batista.

 

Conclusão

       Por mais que haja discordância de alguns em relação ao texto, o sentido mais fluente e natural da narrativa é que o batismo de fogo de Jesus, se refere claramente a uma condenação na Sua segunda Vinda, que não será administrada sobre os cristão, mas sobre os ímpios.

Prof. Saulo Nogueira.

Fonte: Teologiatextos

 

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