Qualidade no Ensino, Inovação é a Chave
É preciso inovar para ter qualidade no ensino a distância
O mundo mudou e a forma de ensinar também precisa mudar. Para ensinar é preciso investir em métodos e ferramentas que tornem o aprendizado mais atraente para o aluno. E como fazer isso? Usando a tecnologia e a inteligência artificial existentes, afirmam especialistas no I Seminário de Educação a Distância do SENAR que recebeu nesta quarta-feira (7) gestores da Rede e-Tec Brasil no SENAR das Administrações Regionais. A ideia do evento é repensar as estratégias para tornar a educação a distância do SENAR cada vez mais atraente ao produtor rural.
“Começamos timidamente em 2010 na educação a distância com os cursos FIC, mas as coisas mudaram, agora temos o curso Técnico em Agronegócio e a Faculdade CNA. A EaD é uma das estratégias do SENAR para ampliar sua capilaridade e atender as pessoas que têm maior afinidade com o meio rural. Além disso, tem uma grande vantagem que é a flexibilidade, que possibilita ao produtor fazer o curso onde tem disponibilidade, seja na sua residência ou no sindicato rural. Essa é uma realidade no SENAR, por isso precisamos aprender mais e nos profissionalizar para oferecer um ensino de qualidade e que seja adequado à realidade do meio rural”, pontua o secretário executivo da entidade, Daniel Carrara.
O Seminário propôs a reflexão dos gestores sobre Inovação e Criatividade com a palestra de Conrado Schlochauer, da empresa Affero-Lab e doutor em Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento Humano. Para ele, o ensino a distância veio para ficar, mas do mesmo modo que a forma tradicional de fazer educação tem sido questionada, o modelo tradicional de educação a distância também.
“É preciso ter um olhar criativo para repensar a maneira como a gente desenha todo nosso processo instrucional e todo nosso objeto de aprendizagem. Esse olhar tem que abraçar as novas tecnologias, tem que ver as potencialidades que teremos num futuro breve. Não dá para esquecer o fato de que daqui a dois ou três anos teremos banda larga de alta qualidade para muita gente. Os objetos de aprendizagem devem levar em consideração o que está por vir também. Outra questão importante desse olhar criativo é a gente aceitar o aluno como potencial professor, que os conteúdos não precisam vir apenas da gente. E um último ponto é o uso das tecnologias, precisamos aproveitar o que já existe. Um exemplo que sempre dou são os fóruns que as pessoas não participam, mas criam grupos de debate no WhatsApp. Esses grupos podem ser usados como uma ferramenta de aprendizado, mas para isso, a gente precisa abrir mão do nosso controle e confiar nesse aluno como um aprendiz capaz, criativo e dono do seu processo de aprendizado. Inovar na era digital é mais do que ser tecnológico ou online. É um novo jeito de pensar.”
Não é apenas Schlochauer que defende o uso da tecnologia no processo de aprendizagem. Na avaliação de Pavlos Dias, do Grupo A Educação e gerente nacional de operações da Blackboard Brasil, os fatores principais para ter um aprendizado de qualidade são apoio e suporte técnico para alunos e professores. “Existem muitos fatores que influenciam a adoção de tecnologias na educação, mas estão associados, na maioria das vezes, com a qualidade com que se trata aluno e professor e na qualidade do suporte oferecido. O aluno e professor precisam se sentir apoiados porque para ambos o uso da tecnologia na educação não é um processo natural. Eles são de gerações que aprenderam na sala de aula e isso mudou, a realidade é diferente e eles têm que se adaptar a isso. Essa adaptação é uma mudança e toda mudança gera incerteza e insegurança e nós precisamos apoiá-los nesse momento.”
O CEO da EADAMAZON, Robson Santos, palestrou sobre Gestão de Educação a Distância e frisou que o cenário atual da EaD, tanto nacional quanto mundial, está passando por mudanças. “Em que sentido são essas mudanças? Na modernização. Passamos pela fase de implantação da educação a distância, mas agora as intuições estão em busca de renovar, aprimorar e fazer frente aos novos desafios que vem por aí. É preciso fazer uso da inovações sim, mas de forma adequada, sem subordinar a educação à tecnologia”, acredita.
Além dos palestrantes, os participantes do Seminário de EaD contaram também com casos de sucesso do próprio SENAR. A assessora técnica do SENAR Paraná, Patrícia Lupion, destacou o trabalho da Regional que oferece cursos de Formação Inicial e Continuada desde 1998. “Iniciamos com a formação de instrutores e hoje estamos com cursos de Formação Profissional Rural e Promoção Social. Eu sempre brinco que não podemos mais não brincar disso. A tecnologia está na vida de todo mundo e nas menores coisas. Estamos todos conectados, de uma forma ou de outra. Essa é a realidade do mundo de hoje.”
Para o coordenador da Rede e-Tec no SENAR Pernambuco, Adriano Pontes, tudo que ouviu durante o seminário vai ser usado para melhorar o desempenho do curso Técnico em Agronegócio que começou a ser ofertado no estado há apenas um ano. “Para nos que estamos iniciando é muito importante ouvir quem já está nessa área há muitos anos. Foi um aprendizado fantástico para poder tomar algumas decisões tanto gerenciais quanto pedagógicas e para que a gente não olhe só para o agora, mas para o horizonte e para algo bem maior do que fazemos hoje. Às vezes lidamos com algumas pessoas que usam Facebook e WhatsApp e se consideram entendidos de tecnologia, mas são apenas usuários. A tecnologia é algo mais profundo que exige aprendizado e dedicação. Essa é uma preocupação nossa: que nós como gestores também precisamos aprender mais, ainda estamos engatinhando e precisamos de mais experiência e conteúdo para poder desenvolver essa tecnologia no meio rural”, avalia.
O SENAR possui o portal de Educação a Distância (www.senar.org.br/ead) com 54 cursos em várias áreas, o Técnico em Agronegócio da Rede e-Tec Brasil no SENAR que é semipresencial em outra plataforma e também as aulas transmitidas pelo Canal do Produtor TV, conteúdo disponível tanto na programação diária do canal quanto na internet no portal www.canaldoprodutor.tv.br .
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Fonte: cnabrasil