Subsídio da Lição 8: Missionários fazedores de tendas
Objetivos da Lição: I) Relacionar a vida profissional de Paulo com a ministerial; II) Explicar a expressão “Missionários fazedores de tendas”; III) Discutir Vocação, Profissão e Missões.
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TEXTO ÁUREO
“Vós mesmos sabeis que, para o que me era necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mãos me serviram.” (At 20.34).
VERDADE PRÁTICA
É possível servir a Deus e aos outros por meio de sua profissão aonde quer que você vá.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — At 20.34; 2Co 11.9-12; 1Ts 2.9
Paulo trabalhou em seu ofício para ganhar o pão de cada dia
Terça — 1Co 9.16-18
Os motivos de evangelização de Paulo eram sem interesse financeiro
Quarta — 2Co 5.18,19
Missões — Um movimento global para reconciliar o mundo com Deus
Quinta — 2Tm 3.17
É necessária uma boa instrução aos “fazedores de tendas”
Sexta — 2Co 4.11-14
Cada cristão deve experimentar a Jesus e anunciá-lo com todo comprometimento
Sábado — Rm 16.25-27
Vocacionados para servir a Cristo com o que somos e com o que temos
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 18.1-5; 1 Tessalonicenses 4.11,12.
Atos 18
1 — Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto.
2 — E, achando um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), se ajuntou com eles,
3 — e, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas.
4 — E todos os sábados disputava na sinagoga e convencia a judeus e gregos.
5 — Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado pela palavra, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo.
1 Tessalonicenses 4
11 — e procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado;
12 — para que andeis honestamente para com os que estão de fora e não necessiteis de coisa alguma.
HINOS SUGERIDOS
103, 217 e 417 da Harpa Cristã.
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Deus tem levantado muitos missionários por meio de suas vocações profissionais. Isso significa que as profissões desses missionários acabam se tornando um meio para abrir portas da pregação em países em que o modelo tradicional de envio seria inviabilizado. À luz do exemplo do apóstolo Paulo, Priscila e Áquila, veremos que é perfeitamente possível conciliar o chamado missionário com a profissão. Que o Espírito Santo toque os corações de modo que os contextos profissionais se tornem contextos missionários.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Relacionar a vida profissional de Paulo com a ministerial; II) Explicar a expressão “Missionários fazedores de tendas”; III) Discutir Vocação, Profissão e Missões.
B) Motivação: Já imaginou que Deus pode usar um missionário no campo de atuação profissional que ele esteja plantado? Há países que um missionário nos moldes tradicionais jamais entraria, mas por meio de uma profissão as portas se abrem. Por isso, fazer Missões por meio do contexto profissional em que a pessoa atua pode ser uma grande vocação que trará resultados gloriosos para o Reino de Deus.
C) Sugestão de Método: Na lição anterior estudamos a respeito do cuidado integral no envio do missionário e sua família, nesta estudaremos a relação do chamado missionário com o campo profissional da pessoa chamada. Por isso, para iniciar a lição desta semana, pergunte o seguinte: Você acha que é possível conciliar chamado missionário com profissão? É possível ser missionário e um profissional bem-sucedido ao mesmo tempo? Ouça as respostas dos alunos com atenção. Em seguida, inicie a exposição do conteúdo, mostrando o quanto é possível Missão e Profissão estarem na mesma visão de Reino.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Encerre a aula com uma oração. Apresente diante de Deus, juntamente com a classe, as profissões de seus alunos e, também, a oportunidade de, por meio da profissão deles, o Senhor abrir uma porta de pregação do Evangelho.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 95, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “O ofício”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito da profissão do apóstolo Paulo; 2) O texto “A importância do trabalho na perspectiva cristã”, ao final do terceiro tópico, amplia a reflexão a respeito do trabalho na perspectiva do Reino de Deus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
É preciso abandonar a vocação profissional para exercer o chamado missionário? Só existe apenas um modelo de chamado missionário? Chamado missionário e vida profissional são irreconciliáveis? A lição desta semana traz uma reflexão à luz da vida do apóstolo Paulo como alguém que, ao mesmo tempo, exerce uma profissão e anuncia o Evangelho de Cristo. De acordo com esse exemplo bíblico, vamos meditar a respeito dos “fazedores de tendas”. O que essa expressão quer dizer e até que ponto a vida profissional e o chamado missionário podem e devem se encontrar para a glória de Deus.
Palavra-Chave:
PROFISSÃO
I. A VIDA PROFISSIONAL DE PAULO E SUA VOCAÇÃO MINISTERIAL
1. A profissão do apóstolo Paulo. O texto de nossa Leitura Bíblica em Classe (At 18.1-5), a respeito do exemplo do apóstolo Paulo, traz um termo missiológico de “fazedor de tendas”. A expressão é traduzida com mais precisão por “trabalhadores em couro”, pois as tendas eram feitas com pelos ou couro de cabra. No Novo Testamento há um casal que tinha a mesma profissão do apóstolo Paulo: Priscila e Áquila. Devido um edito do imperado romano, Cláudio (49 d.C.), Priscila e Áquila saíram de Roma e foram morar em Corinto. Assim, o apóstolo Paulo se encontrou com esse casal, passou a morar e a trabalhar com eles, dividindo o tempo entre fabricar tendas e anunciar as Boas-Novas de salvação ao outros (At 18.18,19,24-26; Rm 16.3-5).
2. Como o apóstolo Paulo conjugava vida profissional e ministerial? A tradição judaica exigia que os mestres religiosos oferecessem gratuitamente os seus serviços espirituais e cada rabino tinha que aprender uma profissão para se sustentar. Não por acaso, o apóstolo Paulo era fariseu e fora criado aos pés de Gamaliel, mas não esqueceu a arte de fazer tendas, provavelmente uma profissão que aprendera na juventude. Embora tivesse direito de ser sustentado pelas igrejas que plantara, o apóstolo trabalhou em seu ofício para ganhar o pão de cada dia (At 20.34; 1Co 9.12; 2Co 11.9-12; 1Ts 2.9; 2Ts 3.7-9). Em um de seus muitos comentários bíblicos, o teólogo pentecostal Myer Pearlman diz que o apóstolo Paulo adotava a firme resolução de não aceitar ofertas das pessoas que ele procurava ganhar para Cristo, pois seu objetivo era merecer a confiança do povo e comprovar que seus motivos de evangelização eram sem interesse financeiro (1Co 9.16-18). Outrossim, Priscila e Áquila constituem um caso interessante. Eles mostram que um profissional, mesmo não sentindo o chamado de Deus para dedicar a vida toda à obra missionária, pode fazê-lo valiosamente por determinado período, em momentos específicos. Assim, eles podiam pregar nas sinagogas ou em qualquer lugar onde alguém pudesse escutar sua mensagem. Dessa forma, por meio de suas habilidades profissionais, podiam se aproximar das pessoas de diferentes segmentos e serem seus próprios mantenedores.
3. A ética financeira na atividade missionária de Paulo. O apóstolo Paulo considerava o costume judaico, incorporado ao Cristianismo, de os ministros receberem ajuda econômica da parte daqueles para quem ministravam como uma norma legítima e correta aos olhos de Deus, e até mesmo recomendada nas Escrituras, desde os tempos do Antigo Testamento (1Co 9.12ss). Inclusive, mais tarde, o apóstolo reconheceu que não havia ensinado adequadamente os novos convertidos a sustentar a obra (2Co 12.13; Gl 6.6), privando-os do fruto que devia abundar à conta de quem dá voluntariamente (Fp 4.17; 2Co 11.7-12). No entanto, Paulo geralmente não aceitava ofertas em dinheiro enviadas pelas igrejas cristãs, e muito menos ainda as exigia, ainda que algumas ofertas voluntárias lhe tivessem sido enviadas pelos crentes de Filipos (Fp 4.10-12).
SINOPSE I
O apóstolo Paulo relacionou a vida ministerial com a profissional.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
O OFÍCIO
“Todo menino judeu aprendia um ofício e tentava ganhar a vida com ele. Paulo e Áquila haviam sido treinados para fabricar tendas, cortando e costurando os tecidos de lã de cabra, usados na confecção delas. As tendas eram usadas para alojar os soldados. Sendo assim, podem ter sido vendidas para o exército romano. Como um profissional liberal, Paulo poderia ir aonde Deus o levasse, pois teria seu sustento garantido. A expressão ‘fabricante de tendas’ também costumava ser utilizada para quem trabalhava com couro. […] Paulo disse aos judeus que havia feito tudo o que podia por eles” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1526).
II. MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS
1. Fazedores de tendas. Fazer tendas não é uma ideia nova. É tão antiga quanto às Escrituras, conforme estudamos em Atos 18. Assim, no contexto de Missões, a expressão “fazedores de tendas” tem a ver com discípulos de Jesus, chamados e comissionados pela sua Igreja, para usarem dons, talentos e habilidades profissionais no campo missionário. São profissionais de negócios em missão que operam em regiões de grande antagonismo à mensagem cristã. Segundo os missiólogos, por muitos anos, o entendimento e a forma de fazer missões consistiam na prática de abandonar a vida secular (trabalhos profissionais, estudos etc.) para se dedicar integralmente à obra missionária. Hoje, o entendimento tornou-se mais amplo, ou seja, é perfeitamente possível ser um profissional, ou empreendedor, e realizar a obra missionária sem a necessidade de abandonar a carreira profissional.
2. A força missionária no mundo. Missões se tornaram um movimento global que começou com a ação de Deus, pela sua graça, para reconciliar o mundo consigo mesmo (2Co 5.18,19) e Ele conta conosco para continuar com essa missão. Nesse sentido, a maior força missionária cristã do mundo é formada por profissionais, empreendedores e estudantes que se movem entre culturas para servir a Cristo através de suas vidas e trabalho. Vimos esse princípio bíblico em 1 Coríntios 9.20-22, quando o apóstolo Paulo alcançou diferentes segmentos da sociedade, identificando-se com eles, a fim de contextualizar o Evangelho. Assim, a maioria dos grupos de povos não-alcançados ou menos alcançados vive em nações que são fechadas aos missionários tradicionais. Já profissionais e empreendedores cristãos são aceitos nesses mesmos países. Cristãos com diferentes habilidades, ofícios, negócios e profissões têm acesso a lugares onde os tradicionais missionários plantadores de igreja e evangelistas não têm.
3. O preparo dos fazedores de tendas. Como os outros missionários, os fazedores de tendas devem se preparar plenamente para se tornarem os ministros transculturais mais eficientes que puderem. Aqui, é muito oportuna a orientação do apóstolo Paulo ao jovem Timóteo, em que a boa instrução é necessária a todo bom obreiro da causa do Mestre (2Tm 3.17). Nesse aspecto, há um crescimento significativo de profissionais missionários, ou fazedores de tendas, chamados para Missões. São homens e mulheres treinados por instituições missionárias com experiência reconhecida, para que eles usem suas profissões no exterior a fim de testemunhar de Cristo, principalmente, em países fechados para o trabalho missionário tradicional.
SINOPSE II
Fazedores de Tendas é uma expressão missiológica que se refere aos profissionais que fazem Missões.
III. VOCAÇÃO, PROFISSÃO E MISSÕES
1. Deus é quem chama. Muitas são as oportunidades para nos envolvermos com os trabalhos em nossas igrejas locais, grupos evangelísticos de grande impacto, organizações missionárias relevantes no contexto nacional e até em outros países. Todavia, é Deus quem coloca em nosso coração a disposição ou a aptidão para executar um determinado ofício. Nesse caso, é Deus quem capacita, comissiona e habilita cada crente para uma determinada missão no mundo. É Ele quem gera em nós o envolvimento com causas específicas que nos levarão a trabalhar em atividades que fazem sentido, inclusive, na realização pessoal (1Co 9.16-19).
2. Exercendo a vocação. Quando respondemos de forma prática a esse chamado, exercendo a nossa vocação, é que encontramos nosso propósito de vida. A vocação é a missão única para a qual cada um de nós foi preparado a fim de prestarmos serviço ao nosso Criador; é a razão pela qual cada um de nós fomos efetivamente criados por Deus. Ele mesmo quem nos dá condições para realizarmos tais tarefas por meio de nossos dons e virtudes, tornando-nos parte integrante de seus planos para sua honra e glória. Não por acaso, o apóstolo Paulo foi um grande homem de fé, obediente e comprometido com o chamado que teve para a salvação e para anunciar a boa notícia a outros povos. Ele compreendeu que a mensagem e a vida de Jesus eram para ser experimentadas por cada cristão e, igualmente, anunciadas aos outros com todo o comprometimento (2Co 4.11-14). Assim, o apóstolo Paulo exercia sua vocação anunciando sobre Jesus e testemunhando do Evangelho por onde Deus o enviava.
3. Minha profissão, meu campo missionário. Somos todos vocacionados para servir a Cristo com o que somos e com o que temos, sendo o objetivo principal da vida glorificar o nome de Deus Pai dentro e fora da igreja (Rm 16.25-27). Tudo o que temos vem de Deus e deve ser usado para a sua glória! Por isso, podemos exercer uma atividade missionária em nossa área profissional. A verdade é que a sua profissão pode ser uma grande porta aberta para a causa do Evangelho, seja por meio de um negócio próprio ou seja servindo em outras corporações. Portanto, no campo missionário há lugar para todos, quer os missionários tradicionais, que vivem integralmente para plantar igrejas, quer os profissionais que conjugam suas habilidades com a obra missionária (1Co 9.23).
SINOPSE III
Deus chama profissionais para fazerem de suas profissões um campo missionário.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO NA PERSPECTIVA CRISTÃ
Há mais coisas em um viver cristão do que simplesmente amar os outros. Devemos ser responsáveis em todas as áreas da vida. Alguns dos cristãos tessalonicenses haviam adotado uma vida ociosa, dependente da doação dos outros. Alguns gregos tratavam o trabalho manual com desprezo. Por esta razão Paulo admoestou os tessalonicenses a trabalharem arduamente e a viverem tranquilamente. Você não pode ser eficiente ao compartilhar a sua fé com outros se estes não lhe respeitarem. Seja qual for a sua atividade profissional, desempenhe-a fielmente e seja uma força positiva na sociedade. […] Algumas pessoas na igreja de Tessalônica estavam propagando um falso ensino de que, como Cristo retornaria a qualquer momento, as pessoas deveriam deixar as suas responsabilidades, abandonar o trabalho […]. Mas Paulo disse que deveriam ser responsáveis e retornar imediatamente ao trabalho” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1690).
CONCLUSÃO
Deus está chamando cada vez mais profissionais para que levem a mensagem de salvação até aos confins da Terra, especialmente aos povos não alcançados. Entretanto, é preciso um alerta: Nem todos os que se sentem atraídos a “fazer tendas” estão qualificados para a tarefa. É necessário examinar os motivos e avaliar a disposição espiritual. Daí, a importância do trabalho da igreja local na descoberta de vocações, pois é onde o crescimento espiritual ocorre mais plenamente no contexto de uma igreja saudável, acompanhado de um programa pessoal, com o objetivo de levar a pessoa a desenvolver o conhecimento de Deus e das Escrituras. Uma vez que a base está firmada, podemos aprender habilidades ministeriais, especialmente, como levar outros a Cristo e discipulá-los.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como podemos traduzir com mais precisão a expressão “fazedor de tendas”?
A expressão é traduzida com mais precisão por “trabalhadores em couro”, pois as tendas eram feitas com pelos ou couro de cabra.
2. Com o que a expressão “fazedores de tendas” tem a ver no contexto de Missões?
A expressão “fazedores de tendas” tem a ver com discípulos de Jesus, chamados e comissionados pela sua Igreja, para usarem dons, talentos e habilidades profissionais no campo missionário. São profissionais de negócios em missão que operam em regiões de grande antagonismo à mensagem cristã.
3. A maior força cristã missionária do mundo é formada por quem?
A maior força missionária cristã do mundo é formada por profissionais, empreendedores e estudantes que se movem entre culturas para servir a Cristo através de suas vidas e trabalho.
4. Segundo a lição, quando encontramos o nosso propósito de vida?
Quando respondemos de forma prática a esse chamado, exercendo a nossa vocação, é que encontramos nosso propósito de vida.
5. O que a nossa profissão pode ser?
A nossa profissão pode ser uma grande porta aberta para a causa do Evangelho, seja por meio de um negócio próprio, ou seja, servindo em outras corporações.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS
Amigo(a) professor(a), a paz do Senhor. Há muitas formas de servir a Deus e aos outros, inclusive por meio da nossa profissão. Muitos pensam que para exercer o chamado missionário é preciso abandonar completamente a profissão. Todavia, não é bem assim que acontece. Quando se trata de missões transculturais, em que os irmãos são enviados para exercer a obra missionária em outros países, muitas vezes o único recurso é aquele fornecido pela igreja. Mas esse modelo compõe uma pequena parcela de missionários. A maioria cumpre seu chamado em seu próprio país fazendo uso da profissão para obter recursos e autossustento. Nesse sentido, a igreja deve atentar para o fato de que todos são chamados a exercer o papel de missionários locais. O fato de não ter o título oficial de missionário não nos isenta de cumprir o dever da evangelização. Jesus declarou: “Vós sois o sal da terra; […]. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte” (Mt 5.13,14). Independentemente de onde estivermos e da nossa profissão, temos o compromisso de levar a mensagem da Salvação.
A atividade laboral realizada pelos crentes neste mundo não contraria a mensagem do retorno iminente de nosso Senhor Jesus Cristo. Na igreja de Tessalônica, por exemplo, havia aqueles que não viam mais a necessidade de trabalhar por conta da Volta de Cristo que já estava às portas (2Ts 3.10-12). Esse mal-entendido trouxe graves problemas para os irmãos daquela igreja, haja vista que aqueles que não trabalhavam tornavam-se pesados para os demais. De modo semelhante, a igreja atual deve compreender que, enquanto o grande Dia do Senhor não chega, devemos trabalhar honestamente para o nosso próprio sustento a fim de não sermos penosos a nossos irmãos e também com o propósito de ajudar os necessitados.
De acordo com Lawrence Richards, “os cristãos devem aceitar a responsabilidade de ganhar seu próprio sustento, e devem ganhar dinheiro para compartilhar com aqueles que são verdadeiramente necessitados. Em um sentido especial, o Novo Testamento vê o trabalho não como um fim em si mesmo, mas antes como uma oportunidade que os cristãos têm para dar um exemplo do comportamento correto, servir diretamente de modo que o nosso trabalho beneficie outros e como uma oportunidade de servir indiretamente compartilhando recursos extras com aqueles que estão necessitados” (Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.466).
O trabalho do crente deve glorificar a Deus. A maior pregação que um missionário pode levar ao ambiente de trabalho é o testemunho da coerência entre o que prega e o que vive.
Fonte: Estudantes da Bíblia[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]