
📖 Ungir Ofertantes: Tradição, Superstição ou Mandamento Bíblico?
A prática de ungir individualmente os fiéis com azeite durante a coleta de ofertas é um fenômeno relativamente novo no cenário cristão. Enquanto a unção com óleo possui raízes bíblicas profundas, o seu uso específico neste momento da liturgia levanta diversas questões teológicas e históricas. Este artigo, com um formato didático e subsídio bíblico, busca esclarecer as origens e implicações dessa prática.

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🔎 Raio X da Prática
| Característica | Detalhe |
|---|---|
| Prática Comum em: | Igrejas Neopentecostais e algumas Pentecostais modernas. |
| Origem Documentada: | Inexistente na história da Igreja Primitiva ou períodos anteriores. |
| Surgimento Estimado: | Final do Século XX, início do Século XXI. |
| Fundamento Teológico: | Frequentemente associado à Teologia da Prosperidade. |
| Base Bíblica Direta: | Inexistente. |
| Críticas Principais: | Risco de superstição, foco em bens materiais, falta de base escritural. |
📜 O Uso do Azeite na Bíblia: Um Comentário Exegético
Para entender a discussão, é fundamental separar o uso bíblico do azeite da prática moderna. O termo hebraico para “ungir” é mashach (de onde vem “Messias” ou “Ungido”), e o grego é chrio.
O azeite (óleo) era usado com propósitos específicos nas Escrituras:
- Consagração e Separação: Reis (como Davi), sacerdotes (como Arão) e objetos do Tabernáculo eram ungidos para serem separados para o serviço de Deus (Êxodo 30:26-30; 1 Samuel 16:13). Era um sinal visível de uma autoridade ou propósito divinamente concedido.
- Cura e Cuidado: O óleo era usado medicinalmente no mundo antigo (Lucas 10:34) e simbolicamente na oração pelos enfermos. A referência chave está em Tiago 5:14-15: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente”.
- Símbolo do Espírito Santo: O óleo é frequentemente uma metáfora ou tipo do Espírito Santo, que capacita e guia os crentes (1 João 2:20, 27).
Comentário Exegético sobre as Ofertas: A coleta de ofertas no Antigo e Novo Testamento (dízimos, sacrifícios, ofertas voluntárias) era um ato de adoração, gratidão e sustento da obra de Deus. A Bíblia foca na atitude do coração do ofertante (2 Coríntios 9:7, Malaquias 3:10), não em um ritual físico aplicado à oferta ou ao ofertante.
🤔 Recurso Pedagógico: Separando o Joio do Trigo
O principal ponto de confusão é a transposição de uma prática bíblica (unção para cura ou consagração) para um contexto não-bíblico (unção para prosperidade financeira via oferta).
| Prática Bíblica (Trigo) | Prática Moderna de Ungir Ofertantes (Joio?) |
|---|---|
| Uso para cura de enfermos (Tiago 5:14). | Uso para “curar” problemas financeiros. |
| Ato de consagração a Deus (reis/sacerdotes). | Ato de “consagrar” o dinheiro ou o ato de dar. |
| Simboliza o Espírito Santo. | Frequentemente usado como um “amuleto” ou “garantia” de retorno financeiro. |
| Foco na soberania de Deus. | Foco na ação humana para “ativar” a bênção. |
❓ Perguntas Frequentes (FAQ)
| Pergunta | Resposta |
|---|---|
| A unção do ofertante é um mandamento? | Não. Não há nenhum mandamento bíblico para essa prática. |
| O azeite tem poder em si mesmo? | Não. O poder está em Deus e na oração feita com fé, não no óleo físico. O azeite é um símbolo. |
| Quando essa prática começou? | Não há registro histórico de seu início antes do final do século XX em igrejas modernas. |
| É pecado ungir a oferta? | A Bíblia não proíbe, mas a prática pode se tornar supersticiosa se o fiel acreditar que o ritual garante bênçãos automaticamente. |
📝 Conclusão: Fé, e não Fórmula
A prática de ungir os ofertantes com azeite parece ser uma tradição humana recente, que pode facilmente descambar para a superstição se não for ensinada com o devido cuidado teológico.
A Bíblia nos chama a ofertar com alegria, generosidade e um coração grato, confiando que Deus cuida de nossas necessidades. A verdadeira “unção” em nossas vidas é a presença do Espírito Santo, que nos capacita a viver de forma que agrada a Deus em todas as áreas, inclusive nas finanças (2 Coríntios 9:6-8).
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É autor, professor e palestrante, formado em pedagogia e teologia, escritor e Editor do Portal EBD Interativa.




















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