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Lição 03: As Abominações do Templo

4° Trimestre De 2022 | Adultos

TEXTO ÁUREO

”E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? Mas verás ainda maiores abominações.” (Ez 8.6)

VERDADE PRÁTICA

O lugar mais sagrado da Terra Santa se tornou o centro das abominações e isso serve como prenúncio da apostasia generalizada do fim dos tempos.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ez 23.37-39 A chocante descrição das práticas abomináveis no Templo
Terça – Sl 106.19,20 O culto do bezerro fazia parte desse pacote de abominações

Quarta – Jz 8.33 A prostituição era parte do culto aos deuses

Quinta – Jr 3.8 O culto pagão é o mesmo que prostituição espiritual
Sexta – Hc 1.2-4 A corrupção nos vários segmentos da sociedade era parte das abominações
Sábado – Ap 17.4,5 A Grande Babilônia é a mãe das prostituições e abominações da terra

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ezequiel 8.5,6,9-12,14,16

5 – E disse-me: Filho do homem, levanta, agora, os teus olhos para o caminho do norte. E levantei os meus olhos para o caminho do norte, e eis que da banda
do norte, à porta do altar, estava esta imagem de ciúmes, à entrada.

6 – E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? Mas verás ainda maiores abominações.
9 – Então, me disse: entra e vê as malignas abominações que eles fazem aqui.
10 – E entrei e olhei, e eis que toda forma de répteis, e de animais abomináveis, e de todos os ídolos da casa de Israel estavam pintados na parede em todo o redor.
11 – E setenta homens dos anciãos da casa de Israel, com Jazanias,filho de Safã, que se achava no meio deles, estavam em pé diante das pinturas, e cada um tinha na mão o seu incensário; e subia uma espessa nuvem de incenso.
12 – Então, me disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas de imagens? E eles dizem: O SENHOR não nos vê, o SENHOR abandonou a terra.

14 – E levou-me à entrada da porta da Casa do Senhor, que está da banda do norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando por Tamuz.

16 – E levou-me para o átrio interior da Casa do SENHOR, e eis que estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR e com o rosto para o oriente; e eles adoravam o sol, virados para o oriente.

Hinos Sugeridos: 10, 124, 422 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
A idolatria leva o ser humano, e até mesmo uma nação, à ruína moral e espiritual. Por isso, a presente lição traz um alerta a respeito desse perigo. O que Deus revelou ao profeta Ezequiel, a respeito das abominações do Templo, forma uma imagem impressionante: abominações chocantes no lugar santo. À luz dessa imagem, a lição tem o propósito de levar os crentes em Jesus a examinar a respeito da ruína moral e espiritual da idolatria. Não estamos isentos desse perigo.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Expor a visão do capítulo 8 do livro;
II) Destacar as imagens de ciúmes, o culto aos animais e répteis e os 70 anciãos;
III) Tratar a respeito do ritual de Tamuz e dos adoradores do sol.

B) Motivação: Ao longo das Escrituras, percebemos uma grande quantidade de povos que praticavam idolatrias variadas. Deuses em forma de animais, deuses com aspectos humanos, enfim, é a prova de um processo de corrupção da imagem divina que o ser humano sofreu desde a queda dos nossos primeiros pais. É preciso prudência para não cair nas astutas ciladas de Satanás que, na modernidade, traz uma idolatria com novas formas e estilos.

C) Sugestão de Método: Preza­do professor, estimada professora, planejar a sua aula é fundamental. Por isso, sugerimos uma lista de verificação para saber se a sua aula foi bem elaborada:
1) Ore e medite sobre a passagem bíblica em estudo;
2) Use mais de um ou dois Comentários Bíblicos;
3) Faça um esboço de sua aula;
4) Certifique-se da clareza do tema principal e dos subtemas;
5) Pense em ilustrações e exemplos para trazer vida a sua aula;
6) pratique a sua aula em voz alta na frente do espelho;
7) Garanta que a pergunta de aplicação (O que faço com isso?) seja satisfatoriamente respondida.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Aborde a respeito de diversos tipos de idolatrias que podem estar presente em nós e entre nós:
1) aspiração excessiva por títulos;
2) tendência ao fanatismo por artista gospel;
3) apego a ensinos que satisfazem certos comportamentos
contrários à Bíblia;
4) auto-exibição/autolatria.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “Dentro do próprio Templo” amplia as implicações teológicas que a idolatria trazia para a vida espiritual da nação;

2) O texto “Religiosidade Pagã” aprofunda o terceiro tópico a respeito de Tamuz e a adoração ao deus sol.

INTRODUÇÃO

A literatura apocalíptica se caracteriza pela presença de símbolos, sonhos e visões. O Livro de Apocalipse é um exemplo clássico desse modelo literário. Ezequiel inaugurou esse estilo no Antigo Testamento, quando começa e termina o seu livro com oráculos divinos apocalípticos, capítulos 1 e 40-48, além de 8-11. O capítulo 8 inicia uma nova seção nessa modalidade, meio pelo qual Deus revelou ao profeta as abominações do Templo de Jerusalém. O objetivo da presente lição é levar os crentes em Jesus a uma reflexão mais profunda sobre a ruína moral e espiritual da idolatria por meio da análise dessas abominações chocantes.

Palavra-Chave: IDOLATRIA

I – SOBRE A VISÃO

1- A segunda visão. As visões dos capítulos 1-11 são partes de uma única unidade literária. O profeta recebeu essa visão 14 meses depois da primeira, a visão da carruagem da glória de Deus ”no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim” (Ez 1.2), e o capítulo 8 introduz uma nova visão no ”sexto ano, no mês sexto” (Ez 8.1). Mas essa visão não foi da glória de Deus, o que Ezequiel viu foram as abominações praticadas no Templo, o que justifica a razão da ira divina sobre os moradores de Jerusalém (Ez 8.18). Essa data é importante porque mostra que a cidade e o Templo ainda não haviam sido destruídos. Essa visão é preterista porque se relaciona com os acontecimentos contemporâneos de Ezequiel, mas isso não exclui o futurismo, pois anuncia eventos que estavam para acontecer (Ez 8.18).

2- As visões das abominações do Templo. A visão no capítulo 8 destoa das demais visões do próprio Ezequiel e demais profetas do Antigo Testamento. Ele foi levantado pelo Espírito Santo entre o céu e a terra e levado a Jerusalém numa visão (8.1-3). As visões de Deus mostram fatos que estão acontecendo no ato da revelação e que ainda vão acontecer, a curto, médio ou longo prazo e até mesmo no contexto escatológico. Daniel teve visões de coisas futuras (Dn 7.1,15-28; 8.1,15-27), e da mesma forma o apóstolo João, cujas visões são de fatos passados, presentes e futuros: ”Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” (Ap 1.19).

3- Como entender as visões de Deus? Ezequiel foi transportado em espírito da Babilônia para o Templo de Jerusalém, mas há quem afirme ter sido em corpo, incorpore. Era uma visão em tempo real (11.1), mas não foi física, e isso fica claro porque o profeta diz “me trouxe a Jerusalém em visões de Deus” (8.3), e depois ele retorna à Caldeia (11.24). Essa é a mesma experiência do apóstolo João em Apocalipse (Ap 1.10). Deus introduz o profeta no interior do Templo e lhe mostra quatro dos oficiais da Casa de Deus e algumas mulheres praticando o mais baixo grau de idolatria, razão pela qual a sua destruição se torna inevitável.

SINOPSE I

A visão das abominações do Templo destoa das demais visões do profeta Ezequiel e de outros profetas do Antigo Testamento.

II – SOBRE AS ABOMINAÇÕES (PARTE 1)

1- A imagem de ciúmes (v.5). O termo ciúme, do hebraico qi’nah’ significa “zelo, ciúme ardente, ira”. Essa imagem é semel, em hebraico, “imagem, ídolo”, que muitos expositores do Antigo Testamento identificam como Aserá, deusa também conhecida como “bosque, poste-ídolo”. O rei Manassés pôs, no Templo de Jerusalém, a imagem de madeira de Aserá (2 Rs 21.3,7), mas que foi destruída pelo rei Josias (2 Rs 23.3). Muitos acreditam que, nos dias de Ezequiel, ela tenha sido colocada de volta no Templo. O uso da expressão “imagem de ciúme” se explica porque a idolatria provoca ciúme de Deus pelo seu povo (Ez 5.13; 16.38, 42; 36.6; 38.19).

2- O culto aos animais e aos répteis (v.10). Esse culto pagão mostra o seu aspecto secreto e clandestino. Nessa visão, o profeta precisou cavar um buraco na parede para ver o que se passava nas câmaras do Templo (vv 7,8). Ezequiel viu pintado, na parede no interior da Casa de Deus, toda sorte de animais abomináveis e répteis, além dos ídolos do povo (v.10). A zoolatria significa adoração aos animais. Ela é típica dos egípcios, que viam neles mais que símbolos ou emblemas· eles os consideravam receptáculos das formas do poder divino.

3- Os setenta anciãos (v.11). O an­cião em hebraico, zaqen, literalmente, e ”Idoso” ; e em grego, presbyteros, ”o mais velho”. Ambas se referem tanto a pessoas velhas como também a líderes comunitários (Ez 7.26; Êx 19.7; Is 24.23; Jr 19.1). O termo é usado ainda para príncipes (Is 3.14) e líderes nas comunidades cristãs (At 14.23; 20.17). Não se tem informação detalhada sobre os ”setenta homens, dos anciãos da casa de Israel”, e nada há nas Escrituras que indique ser uma referência ao Sinédrio. Quanto a ”Jazanias, filho de Safã”, há pelo menos quatro personagens com esse nome no Antigo Testamento (Ez 11.1; Jr 35.3; o.8). Parece que Safã, nessa passagem, é o mesmo escrivão do rei Josias (2 Rs 22.8-11). Alguns estudiosos não veem motivos suficientes para distinguir esse Safã do escrivão. Se isso puder ser confirmado, Jazanias seria uma ovelha desgarrada como acontece ainda hoje em boas famílias de igreja, de um filho ou filha que se apostatou da fé.

SINOPSE II

As abominações estão ligadas aos ídolos. A afronta maior a Deus é o fato de elas serem praticadas na Casa de Deus.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

DENTRO DO PRÓPRIO TEMPLO
”Dentro do próprio templo, Ezequiel viu uma multidão de imagens representando toda forma de criatura (Ez 8.7-13). Essa presença era violação direta do mandamento que proibia a representação de qualquer criatura em forma tangível (Êx 20.4-6). Ezequiel também viu, no lado norte do templo, mulheres chorando por Tamuz (Ez 8.14,15), o deus sumério­-babilônico da fertilidade. O fato de estar sendo feito junto às portas da casa do Senhor dá a entender não só idolatria aberta e descarada, mas também a atribuição de Tamuz às bênçãos da fertilidade que só o Senhor dá. Neste sentido, era violação do mandamento que proíbe o uso do nome do Senhor de maneira vazia pois o que deveria ter sido designado a ele era designado a Tamuz” (ZUCK, Roy. (Ed). Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.401)

III – SOBRE AS ABOMINAÇÕES (PARTE 2)

1- O ritual de Tamuz (v.14). Tamuz era uma divindade babilônica de ori­gem suméria, deus da vegetação e dos rebanhos. A crença pagã era que ele ficava seis meses morto no submundo no período da seca; e seis meses vivo no período das chuvas. Assim, era realizado, anualmente, um ritual de lamento pelas carpideiras, em favor de Tamuz no segundo dia do quarto mês para que ele ressuscitasse e fizesse chover. As carpideiras eram as pranteadoras profissionais, cuja função era lamentar nos velórios e enterros, para fazer com que os outros também chorem (Jr 9.17; Os 9.4; Mt 9.23; Me 5.38; Lc 8.52). Parece que essas mulheres estavam envolvidas num culto sincrético, visto que a visão é do “sexto mês” (8.1); era uma adoração a Javé e ao mesmo tempo a Tamuz. Os hebreus, depois do cativeiro babilônico, deram ao quarto mês do calendário religioso o nome de Tamuz, junho/julho

2- Os adoradores do sol (v.16). Ezequiel viu cerca de 25 homens de costas para o Templo e virados para o Oriente adorando o sol. Era uma afronta a Deus. Moisés havia alertado o povo a respeito dessa idolatria (Dt 4.19). Havia, no Egito, o templo do sol, beth shemesh, em hebraico, “casa do sol” (Jr 43.13), é termo traduzido por “Heliópolis ” na Septuaginta, vindo do grego, heliou póleõs, “cidade do sol”. Não confundir com a cidade de Bete-Semes, em Judá (2 Rs 14.11). Aqui se trata da antiga cidade egípcia de Om, seu nome hebraico, ou Heliópolis, em grego (Gn 41.45,50 – Septuaginta). A cidade era dedicada ao deus-sol, conhecido também como Rá. Todo esse ritual às falsas divindades revela a apostasia generalizada, todo o sistema estava corrompido, não havia outro remédio a não ser a destruição do Templo e da Cidade (2 Cr 36.16).

3- Os anciãos na casa do profeta. Retornando à abertura da profecia (Ez 8.1), parece que esses anciãos exerciam autoridade espiritual sobre os exilados, visto que não havia, no momento, uma liderança espiritual centralizada. O rei Joaquim estava na Babilônia, mas na condição de prisioneiro. Só após a morte de Nabucodonosor, mais de vinte anos depois, Evil-Merodaque, que o sucedeu no trono, mandou libertar Joaquim da prisão e mudar sua roupa de presidiário (2 Rs 25.27-30; Jr 52.31-34). Os anciãos vinham em busca da palavra com certa frequência à casa de Ezequiel (Ez 14.1- 3; 20.1). No entanto, há quem afirme que não faziam parte da ala dos fiéis, mas que procuravam Ezequiel para se manterem informados. Isso parece ser pouco provável (Ez 14.4,5). Além disso, os falsos profetas atrapalharam a vida espiritual dos exilados assim como em Jerusalém (Jr 29.20-22).

SINOPSE III

Tamuz era de Osíris pelos egípcios; o sol era cultuado na Babilônia e no Egito.

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

RELIGIOSIDADE PAGÃ
Prezado professor, estimada professora, é muito importante conhecer um pouco da perspectiva religiosa de Tamuz e a adoração ao sol. Na religião babilônica, Marduque, deus principal dos caldeus, teria se casado com Semíramis, e desse casamento teria nascido Tamuz, também chamado Adônis pelos gregos. Osíris pelos egípcios. Nessa estrutura, ele é irmão da deusa Isthar, a mesma Astarte ou Astarote (1 Rs 11.5,33). O sol era cultuado tanto na Babilônia como no Egito. Outro conhecimento importante é a respeito da geografia religiosa. Por exemplo, a localização geográfica de Babilônia é na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, no atual Iraque, a cerca de 1.500 quilômetros de Jerusalém. A cidade veio a ser o centro irradiador da idolatria para outros povos. Os babilônios adoravam a diversos deuses, que eram personificações da natureza, como Sin, o deus-sol de Ur e Harã e Isthar era a deusa do amor e da guerra, Enlil, deus do vento e da terra. Bel, era o nome de outra divindade, do acádico belo, ”senhor”, equivalente a Baal, deus dos cananeus. Com o tempo Bel veio a ser identificado como Marduque ou Merodaque, o patrono da cidade de Babilônia, que se tornou o deus principal no panteão babilônico (Is 46.1; Jr 51.44) (por Esequias Soares).

CONCLUSÃO

Aprendemos, com as quatro cenas do pecado cúltico, que um Deus santo não tolera o pecado. Deus exige fidelidade de seu povo. O que aconteceu com Israel nos ensina sobre a responsabilidade na santidade com a adoração e o estilo de vida também para os dias atuais pelos crentes em Jesus.

 

 

Fonte: Escola Biblica Dominical

 

 

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