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Lição 07: A deposição da rainha Vasti e a ascensão de Ester (Subsídios)

Lição Adultos CPAD – 3º Trimestre 2024

Lição 07: A deposição da rainha Vasti e a ascensão de EsterComentário Exegético Profundo da Leitura Bíblica em Classe (Ester 1:10-12,16,17,19; 2:12-17)
Base versão Almeida Revista e Corrigida de 2009

ESTER 1:10
“E, ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e a Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero,”

Neste versículo, o rei Assuero, após sete dias de banquete, encontra-se “alegre do vinho” e toma a decisão de convocar a rainha Vasti por meio de sete eunucos que serviam à sua presença. Este é um momento crucial que desencadeia os eventos subsequentes no livro de Ester.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. לב (Lev) – Coração: O termo “lev” refere-se ao coração, que na cultura hebraica é mais do que o órgão físico; representa o centro das emoções, pensamentos e vontade. Em Ester 1:10, o “lev” do rei está “alegre” pelo vinho, indicando que suas emoções e julgamento estão sob a influência do álcool. A Bíblia adverte contra o perigo de se tomar decisões importantes sob a influência do vinho (Provérbios 20:1; Efésios 5:18), demonstrando que o estado emocional do rei pode ter comprometido a sabedoria de sua decisão.
  2. יין (Yayin) – Vinho: “Yayin” é o termo hebraico para vinho, uma bebida comum em celebrações, mas que também carrega advertências sobre seus efeitos (Provérbios 23:29-35). Neste contexto, o vinho é um símbolo de indulgência que altera o comportamento do rei. A Bíblia frequentemente associa o vinho ao júbilo (Salmos 104:15), mas também adverte sobre seus perigos quando consumido em excesso (Isaías 5:11). O consumo de vinho pelo rei Assuero antes de tomar uma decisão crítica sugere uma falta de discernimento.
  3. סריסים (Sarisim) – Eunucos: “Sarisim” refere-se aos eunucos, que eram servos castrados que ocupavam posições de confiança em palácios reais. No contexto de Ester 1:10, eles são os mensageiros do rei, refletindo a estrutura hierárquica e a confiança depositada neles. A presença dos eunucos aqui sublinha a formalidade e a seriedade do pedido do rei, que utilizou seus servos mais confiáveis para chamar a rainha Vasti. Na cultura persa, e mesmo em outras culturas antigas, os eunucos eram frequentemente associados ao serviço em posições de influência, devido à sua lealdade e ausência de interesses próprios que pudessem ameaçar o rei.
Referências Bíblicas
  • Provérbios 20:1: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que por eles é vencido não é sábio.” Esta referência ilumina a condição do “lev” do rei Assuero sob a influência do vinho, implicando a falta de sabedoria em suas ações subsequentes.
  • Isaías 5:11: “Ai dos que se levantam pela manhã e seguem a bebedice, e continuam até à noite, até que o vinho os esquente!” Este versículo reforça o perigo do consumo excessivo de vinho, ecoando a situação de Assuero.
  • Salmos 104:15: “E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o rosto, e o pão que fortalece o coração do homem.” Este salmo reconhece o uso do vinho como uma bênção, mas dentro de um contexto de moderação e propósito, contrastando com a situação de Assuero.

O versículo Ester 1:10 serve como um exemplo de como o estado emocional e físico do líder pode influenciar decisões de grande impacto. As palavras hebraicas “lev”, “yayin” e “sarisim” destacam aspectos importantes do texto: o coração como sede das emoções, o vinho como elemento que influencia essas emoções e os eunucos como agentes executores das ordens reais. A combinação desses elementos culmina em um episódio que marca o início de uma série de eventos que resultam na ascensão de Ester como rainha, ressaltando a providência divina mesmo em circunstâncias aparentemente seculares.


ESTER 1:11
“Que trouxessem Vasti, a rainha, diante do rei, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista.”

O rei Assuero ordena que a rainha Vasti seja trazida à sua presença usando a coroa real, com o propósito de exibir sua beleza diante dos príncipes e do povo reunido no banquete. Esta ordem é significativa porque demonstra o poder absoluto do rei e a objetificação de Vasti como um símbolo de sua autoridade e riqueza.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. כתר (Keter) – Coroa: refere-se à coroa real, um símbolo de soberania, honra e dignidade. A coroa que Vasti deveria usar não era apenas um ornamento, mas representava sua posição como rainha e a autoridade do rei Assuero sobre ela. A Bíblia frequentemente usa a imagem da coroa para simbolizar honra (Provérbios 16:31) e glória (Salmos 21:3), mas aqui a coroa é usada para exaltar a beleza física de Vasti, reduzindo sua dignidade a um mero objeto de exibição.
  2. יופי (Yofi) – Beleza: “Yofi” é a palavra hebraica para beleza. No contexto de Ester 1:11, a beleza de Vasti (yofi) é destacada como uma característica física que o rei queria exibir, indicando a ênfase na aparência externa e no valor superficial atribuído às mulheres na corte persa. Em contrapartida, a Bíblia ensina que a verdadeira beleza não está apenas na aparência física, mas no caráter e no temor ao Senhor (Provérbios 31:30). A atitude do rei, ao focar exclusivamente na beleza física de Vasti, reflete uma visão distorcida e superficial da dignidade humana.
  3. פני (Panim) – Vista/Rosto: “Panim” refere-se ao rosto ou à presença de alguém. No versículo, a frase “formosa à vista” (יָפָה מַרְאֶה, yafa mar’eh) usa “panim” para indicar que a beleza de Vasti era visível e evidente a todos. Isso sugere que o valor de Vasti, aos olhos do rei, estava atrelado à sua aparência e à sua capacidade de impressionar os outros visualmente. Em muitos textos bíblicos, a palavra “panim” também é usada para indicar a presença de Deus (Êxodo 33:14-15), sugerindo que a verdadeira glória e formosura estão em estar na presença do Senhor, e não em atributos externos.
Referências Bíblicas
  • Provérbios 31:30: “Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.” Este versículo contrasta a beleza superficial valorizada pelo rei Assuero com a verdadeira beleza que vem do temor a Deus.
  • Salmos 21:3: “Pois o Senhor o coroará com bênçãos de bondade; porás na sua cabeça uma coroa de ouro fino.” Embora “keter” seja aqui usado para simbolizar honra, a coroa em Ester 1:11 serve a um propósito menos nobre, destacando o contraste entre a verdadeira e a falsa honra.
  • Provérbios 16:31: “Coroa de honra são as cãs, achando-se elas no caminho da justiça.” Esta referência enfatiza que a verdadeira honra e dignidade vêm da justiça e do caráter, não apenas da aparência física ou da posição social.

Ester 1:11 revela a cultura e as dinâmicas de poder na corte persa, onde a rainha Vasti é objetificada e sua beleza é usada como um instrumento de exibição do poder do rei Assuero. As palavras hebraicas “keter”, “yofi” e “panim” destacam a ênfase na aparência externa e no status social, mas, quando contrastadas com outros ensinamentos bíblicos, elas revelam uma visão mais profunda e crítica da verdadeira beleza e dignidade. Este evento catalisa os acontecimentos subsequentes que culminam na ascensão de Ester, que, ao contrário de Vasti, é valorizada tanto por sua beleza quanto por seu caráter e fé, mostrando a providência divina em ação na história de Seu povo.


ESTER 1:12
“Porém a rainha Vasti recusou vir conforme a palavra do rei pela mão dos eunucos; por isso, o rei muito se enfureceu, e ardeu nele a sua ira.”

Ester 1:12 descreve a recusa de Vasti em atender à convocação do rei Assuero para ser exibida diante dos príncipes e do povo. Esta recusa é um ato de desafio que contraria as expectativas culturais e sociais da época, desencadeando a ira do rei. Este versículo é central para a narrativa, pois a reação do rei Assuero à decisão de Vasti leva a uma série de eventos que culminam na ascensão de Ester como rainha.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. מָאֵן (Ma’en) – Recusou: “Ma’en” significa recusar, rejeitar ou negar. A recusa de Vasti é uma ação poderosa e deliberada que desafia a autoridade do rei, algo incomum e perigoso no contexto persa. A decisão de Vasti de não se submeter à ordem do rei pode ser vista como uma reivindicação de sua própria dignidade e autonomia. Em outras partes da Bíblia, a recusa é frequentemente associada a atos de resistência moral, como quando Moisés se recusa a ser chamado filho da filha de Faraó (Hebreus 11:24). O ato de “ma’en” por Vasti pode ser visto como uma afirmação de valor pessoal, apesar das consequências severas.
  2. אף (Af) – Ira: “Af” é a palavra hebraica para ira, raiva ou indignação. A resposta do rei Assuero à recusa de Vasti é uma explosão de “af”, que é uma reação emocional intensa e imediata. Na Bíblia, “af” é frequentemente associado à ira divina (Êxodo 4:14), mas aqui descreve a fúria humana que resulta de orgulho ferido e autoridade desafiada. A ira do rei não é apenas uma emoção, mas um precursor de ações precipitadas e muitas vezes injustas. A raiva do rei Assuero reflete o perigo do poder absoluto quando guiado por emoções incontroladas, em contraste com a sabedoria de controlar a própria ira (Provérbios 16:32).
  3. חֵמָה (Chemah) – Fúria: “Chemah” refere-se a uma ira ardente ou fúria intensa. Enquanto “af” pode denotar raiva em um sentido geral, “chemah” indica uma raiva que queima, quase como um fogo interno. A dupla menção da ira (“af” e “chemah”) sublinha a intensidade da resposta do rei Assuero à recusa de Vasti, sugerindo que sua reação não foi apenas emocional, mas potencialmente destrutiva. Esta fúria intensa é um tema recorrente na literatura sapiencial, que frequentemente alerta contra os perigos de permitir que tal fúria controle as ações (Provérbios 19:19).
Referências Bíblicas
  • Provérbios 16:32: “Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma uma cidade.” Este versículo destaca o valor de controlar a própria ira, contrastando com a reação do rei Assuero, que permite que sua fúria o domine.
  • Êxodo 4:14: “Então se acendeu a ira do Senhor contra Moisés, e disse: Não é Arão, o levita, teu irmão? Eu sei que ele falará bem…” Aqui, a “ira” (af) de Deus é mencionada, o que mostra que a ira, embora divina ou humana, pode levar a ações decisivas, como no caso de Assuero, embora com diferentes implicações.
  • Provérbios 19:19: “O homem de grande ira levará o castigo; porque, se tu o livrares, ainda terás de fazer de novo.” Este provérbio adverte contra a indulgência da ira desenfreada, sugerindo que tal comportamento leva a consequências repetitivas e prejudiciais, como a situação de Assuero.

Ester 1:12 marca um ponto de inflexão na narrativa do livro, onde a rainha Vasti toma uma posição ousada ao recusar a ordem do rei, desencadeando a ira e fúria de Assuero. As palavras hebraicas “ma’en”, “af” e “chemah” capturam a dinâmica do poder, resistência e emoção que permeiam este versículo. A recusa de Vasti é um ato de resistência que desafia as normas culturais, e a resposta furiosa do rei sublinha os perigos do poder não controlado. Este episódio prepara o cenário para a entrada de Ester na narrativa, destacando a providência de Deus em trabalhar através das escolhas humanas, mesmo em contextos de conflito e tensão.


ESTER 1:16
“E disse Memucã na presença do rei e dos príncipes: A rainha Vasti não somente ofendeu ao rei, mas também a todos os príncipes e a todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero.”

Memucã, um dos conselheiros do rei Assuero, faz uma declaração contundente sobre as implicações da recusa de Vasti em obedecer à ordem do rei. Ele sugere que a desobediência de Vasti não é apenas uma afronta pessoal ao rei, mas também uma ofensa que afeta todos os príncipes e povos do império. A fala de Memucã reflete a preocupação com a ordem social e a autoridade real, além de revelar a extensão da influência da rainha sobre a sociedade persa.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. אָשַׁם (Asham) – Ofendeu: “Asham” significa ofender, culpar ou cometer uma transgressão. Na fala de Memucã, a ação de Vasti é interpretada como uma “ofensa” não apenas contra o rei, mas também contra todo o sistema social e político do império persa. Em termos teológicos, “asham” é um termo que também está associado ao pecado e à culpa diante de Deus (Levítico 5:19). A acusação de Memucã, portanto, carrega um peso significativo, implicando que a ação de Vasti é uma violação que pode ter consequências graves não apenas para ela, mas para toda a estrutura de poder do império.
  2. נָגַע (Naga’) – Afetar/Alcançar: “Naga’” significa tocar, alcançar ou afetar. Memucã argumenta que a ofensa de Vasti “alcança” (naga’) não apenas o rei, mas todos os príncipes e povos do reino. Este termo sugere que a desobediência de Vasti tem um efeito propagador, como uma onda que se espalha, potencialmente desestabilizando a ordem social e política. Na Bíblia, “naga’” é usado para descrever o alcance do poder e da influência, tanto no bem quanto no mal (Isaías 6:7; Gênesis 20:6). A preocupação de Memucã é que a atitude de Vasti possa inspirar outras mulheres a desrespeitarem seus maridos, comprometendo a autoridade masculina em todo o império.
  3. מַלְכוּת (Malkut) – Reino/Províncias: “Malkut” refere-se ao reino, domínio ou governo. Memucã menciona que a ofensa de Vasti tem repercussões em todas as províncias do “malkut” de Assuero, implicando que o desafio à autoridade real em um local pode ter consequências em todo o império. O termo “malkut” também pode ser usado em um sentido mais teológico para descrever o reino de Deus (Salmos 145:13), contrastando o governo divino justo e eterno com os reinos humanos falíveis e sujeitos à desordem. A preocupação de Memucã com o “malkut” sugere que a estabilidade do império depende da manutenção da ordem social e da obediência à autoridade.
Referências Bíblicas
  • Levítico 5:19: “Culpa tem, deveras se fez culpado ao Senhor.” Este versículo usa “asham” para descrever a culpa diante de Deus, ampliando o conceito de ofensa de uma transgressão social para uma transgressão espiritual.
  • Isaías 6:7: “Com ele tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado.” Aqui, “naga’” é usado no contexto de purificação, mas sua aplicação em Ester 1:16 sugere o toque de um efeito negativo que se espalha por todo o reino.
  • Salmos 145:13: “O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura em todas as gerações.” Este versículo usa “malkut” para descrever o reino eterno de Deus, em contraste com o reino temporal de Assuero, que é vulnerável à desordem e à rebelião.

Ester 1:16 destaca a tensão entre o poder absoluto do rei e a influência social da rainha. Memucã, ao falar da “ofensa” (asham) de Vasti, eleva o ato de desobediência a um problema que afeta todo o “malkut” de Assuero, com potenciais repercussões em todas as “províncias” do império. O uso dos termos “asham“, “naga‘”, e “malkut” sublinha a gravidade da situação aos olhos dos conselheiros do rei, que veem na recusa de Vasti um desafio à ordem estabelecida e um perigo para a estabilidade do reino. Este episódio revela as complexas dinâmicas de poder, onde a honra e a autoridade do rei são protegidas a qualquer custo, e prepara o terreno para a introdução de Ester na narrativa, como parte do plano divino para a preservação do povo de Israel.


ESTER 1:17
“Porque a notícia deste feito da rainha sairá a todas as mulheres, de modo que elas desprezarão a seus maridos aos seus olhos, quando se disser: Mandou o rei Assuero que trouxessem à sua presença a rainha Vasti, porém ela não veio.”

Aqui Memucã continua a expressar suas preocupações sobre as implicações da recusa de Vasti em atender ao comando do rei Assuero. Ele teme que o exemplo de desobediência da rainha se espalhe entre as mulheres do império, levando-as a desprezar seus maridos e, assim, ameaçando a estrutura patriarcal da sociedade persa. Memucã argumenta que a ação de Vasti pode inspirar uma onda de insubordinação feminina, desestabilizando as normas sociais que sustentam a autoridade masculina.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. בָּזוּ (Bazu) – Desprezarão: “Bazu” significa desprezar, menosprezar ou tratar com desdém. No contexto de Ester 1:17, Memucã teme que o exemplo de Vasti leve as mulheres a “desprezarem” seus maridos, desafiando a autoridade masculina dentro do lar. Este termo reflete a preocupação com a subversão da ordem social, onde o desprezo poderia minar a estrutura familiar e, por extensão, a estabilidade do império. Em outras passagens bíblicas, “bazu” é usado para descrever o desprezo por Deus ou pelas Suas leis (Salmos 22:6), sugerindo a seriedade com que tal atitude é vista na cultura hebraica.
  2. מָשַׁל (Mashal) – Dominar: Embora o termo “mashal” não apareça diretamente no versículo, ele está implicitamente ligado à ideia de domínio ou autoridade que os maridos exerciam sobre suas esposas. “Mashal” é frequentemente usado na Bíblia para descrever domínio ou governança (Gênesis 1:18), e a preocupação de Memucã é que o ato de Vasti comprometa essa autoridade, levando as mulheres a desafiar o domínio de seus maridos. A quebra dessa estrutura de “mashal” poderia, segundo Memucã, resultar em caos social.
  3. דָּבָר (Davar) – Notícia/Palavra: “Davar” significa palavra, coisa, ou notícia. Memucã sugere que a “notícia” (davar) do que Vasti fez se espalhará por todo o império, causando uma reação em cadeia. A ideia aqui é que a “palavra” de desobediência se torne um exemplo, influenciando o comportamento das mulheres em todo o reino. “Davar” também é um termo central na Bíblia, muitas vezes relacionado à palavra de Deus (Isaías 55:11), o que pode contrastar com a “notícia” de rebelião que Memucã teme, indicando como uma palavra pode ter um grande impacto, seja para o bem ou para o mal.
Referências Bíblicas
  • Salmos 22:6: “Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo.” Neste versículo, “bazu” é usado para descrever um desprezo profundo, destacando a gravidade do que Memucã teme que possa ocorrer entre as mulheres do império.
  • Gênesis 3:16: “E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.” Este versículo reflete a ideia de “mashal”, onde o domínio masculino é parte da estrutura social, a qual Memucã teme que seja desafiada pela ação de Vasti.
  • Isaías 55:11: “Assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.” Aqui, “davar” é associado à eficácia e impacto da palavra de Deus, contrastando com a “notícia” de desobediência que poderia se espalhar no império, segundo Memucã.

Ester 1:17 reflete o medo profundo dos conselheiros de Assuero de que a recusa de Vasti pudesse desencadear uma mudança significativa na dinâmica social do império. As palavras hebraicas “bazu”, “mashal” e “davar” sublinham a seriedade das preocupações de Memucã, que vê a possibilidade de as mulheres em todo o reino começarem a desprezar seus maridos e a questionar a autoridade masculina. Este temor de insubordinação revela a fragilidade da estrutura social dependente da obediência e submissão, e destaca o impacto que um ato de desobediência pode ter em uma sociedade onde as normas patriarcais são fundamentais para a manutenção da ordem. Este versículo prepara o cenário para as medidas drásticas que Assuero tomará, em um esforço para preservar sua autoridade e estabilidade social no império.


ESTER 1:19
“Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se nas leis dos persas e dos medos, que não se revogue, que Vasti não entre mais na presença do rei Assuero, e o rei dê o reino dela a sua companheira que seja melhor do que ela.”

O texto apresenta a proposta de Memucã ao rei Assuero como uma solução definitiva para a situação criada pela recusa da rainha Vasti em obedecer à ordem do rei. Memucã sugere que um edito real seja emitido, tornando oficial e irrevogável a decisão de remover Vasti de sua posição como rainha, e substituí-la por outra mulher “melhor” do que ela. Este versículo destaca a natureza absoluta da lei persa e a gravidade da desobediência de Vasti, ao mesmo tempo que prepara o cenário para a ascensão de Ester como rainha.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. דָּת (Dat) – Edito/Lei: “Dat” significa lei, decreto ou edito. No contexto de Ester 1:19, refere-se à lei oficial que Memucã sugere que seja emitida pelo rei Assuero. As leis persas eram conhecidas por serem irrevogáveis, uma característica que é enfatizada aqui com a expressão “que não se revogue”. Este conceito sublinha a autoridade absoluta do rei e a permanência das suas decisões, um tema recorrente no livro de Ester (Ester 8:8). A ideia de “dat” também destaca a seriedade com que a corte persa lidava com a insubordinação e a importância de manter a ordem social.
  2. מַלְכוּת (Malkut) – Reino/Trono: “Malkut” refere-se ao reino ou à soberania. Neste versículo, Memucã sugere que o “malkut” de Vasti, ou seja, sua posição de rainha, seja transferido para outra mulher que seja “melhor” do que ela. Este termo sublinha a importância do trono e da posição de rainha como parte do “malkut”, algo que não pode ser deixado em mãos consideradas indignas. Teologicamente, “malkut” é também usado para descrever o reino de Deus, destacando o contraste entre o reino eterno e justo de Deus e o reino temporal e sujeito a falhas dos humanos (Salmos 103:19).
  3. טוֹב (Tov) – Melhor: “Tov” significa bom ou melhor. Memucã sugere que a substituta de Vasti seja “melhor” do que ela, implicando que esta nova rainha deveria possuir qualidades que Vasti aparentemente não tinha. Este termo não apenas denota superioridade em caráter ou comportamento, mas também carrega a ideia de favor e aceitação aos olhos do rei. Na Bíblia, “tov” é frequentemente associado ao que é moralmente bom e agradável aos olhos de Deus (Gênesis 1:31). Aqui, o termo “tov” é aplicado à nova rainha, sugerindo que ela deveria estar em conformidade com os ideais esperados pela corte e pelo rei.
Referências Bíblicas
  • Ester 8:8: “Escrevei, pois, vós aos judeus, como bem vos parecer, em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque o edito que se escreve em nome do rei e se sela com o anel do rei não se pode revogar.” Este versículo destaca a irrevogabilidade da lei persa, refletindo a seriedade do “dat” que Memucã propôs no capítulo 1.
  • Salmos 103:19: “O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.” Este versículo compara o “malkut” eterno e justo de Deus com o “malkut” temporal de Assuero, destacando a falibilidade dos reinos humanos.
  • Gênesis 1:31: “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.” O uso de “tov” aqui reflete a aprovação divina da criação, contrastando com o uso de “tov” em Ester 1:19, onde a escolha de uma nova rainha “melhor” é baseada nos critérios humanos.

Ester 1:19 é um versículo crucial que marca o destino de Vasti e a iminente ascensão de Ester. A proposta de Memucã de emitir um “dat” irrevogável sublinha o poder absoluto do rei e a seriedade com que a insubordinação é tratada na corte persa. As palavras hebraicas “dat”, “malkut” e “tov” capturam as complexas dinâmicas de poder e a importância da autoridade no império persa. Este versículo não apenas encerra o capítulo inicial da história de Vasti, mas também prepara o terreno para a escolha de uma nova rainha, cujo caráter e comportamento devem estar em conformidade com os ideais da corte, destacando a providência de Deus na preservação de Seu povo através dos eventos subsequentes.


ESTER 2:12
“E, chegando o prazo de cada moça para ir ao rei Assuero, depois de já ter sido tratada conforme a lei das mulheres por doze meses (porque assim se cumpriam os dias de seus atavios, seis meses com óleo de mirra e seis meses com especiarias e com os perfumes usuais entre as mulheres).”

Neste versículo, o texto descreve o longo e elaborado processo de preparação das jovens virgens antes de serem apresentadas ao rei Assuero. O processo de embelezamento durava doze meses e era dividido em duas etapas de seis meses cada, com tratamentos específicos de óleo de mirra e especiarias. Este ritual de preparação refletia tanto a importância atribuída à aparência física quanto o rigor das normas sociais e culturais que regiam a corte persa.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. חֹדֶשׁ (Chodesh) – Mês: “Chodesh” significa mês, referindo-se aqui ao período de doze meses de preparação das jovens. Este termo não apenas denota um intervalo de tempo, mas também carrega implicações rituais e de renovação, pois cada “chodesh” traz consigo ciclos de preparação e purificação. No contexto teológico, o termo “chodesh” é significativo em relação ao calendário ritual hebraico, onde certos meses eram marcados por festas e tempos de consagração (Êxodo 12:2). Aqui, o uso do termo enfatiza a importância do tempo dedicado à preparação para se encontrar com o rei.
  2. מֹר (Mor) – Mirra: “Mor” refere-se à mirra, uma resina aromática usada para perfumar e purificar. A mirra é mencionada frequentemente na Bíblia, tanto como perfume (Salmos 45:8) quanto como parte dos presentes dos magos a Jesus (Mateus 2:11). No contexto de Ester 2:12, o uso da mirra nos tratamentos das jovens sublinha a ênfase na pureza, suavidade e preparação minuciosa. Teologicamente, a mirra pode simbolizar a purificação espiritual e a preparação para um encontro significativo, como o de Ester com o rei.
  3. בָּשָׂם (Basam) – Especiarias: “Basam” significa especiarias ou bálsamos aromáticos, usados aqui como parte dos rituais de beleza das jovens. Estas especiarias eram consideradas de grande valor e usadas tanto para perfumar quanto para preservar (Cântico dos Cânticos 4:14). No contexto de Ester, “basam” enfatiza a importância dos rituais de preparação que destacam a dignidade e o valor das mulheres antes de serem apresentadas ao rei. Espiritualmente, as especiarias podem simbolizar a preparação interior e exterior necessária para se estar na presença de uma autoridade superior.
Referências Bíblicas
  • Êxodo 12:2: “Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano.” Este versículo destaca a importância do “chodesh” como uma marcação de tempo significativa no calendário hebraico.
  • Salmos 45:8: “Todas as tuas vestes cheiram a mirra, a aloés e a cássia, desde os palácios de marfim de onde te alegram.” Este versículo relaciona “mor” com a realeza e a preparação para momentos de grande importância.
  • Cântico dos Cânticos 4:14: “Nardo, e açafrão, canela, e o cálamo, e toda a sorte de árvores de incenso, mirra e aloés, com todas as principais especiarias.” A menção de “basam” aqui sublinha a associação das especiarias com o valor, a beleza e a pureza.

Ester 2:12 revela o rigor e a importância do processo de preparação das jovens antes de serem apresentadas ao rei Assuero. As palavras “chodesh”, “mor” e “basam” não apenas descrevem os elementos físicos da preparação, mas também sugerem uma dimensão espiritual e cultural. O período de doze meses, dividido em tratamentos com mirra e especiarias, reflete a profunda preocupação com a pureza, a beleza e a adequação das jovens, destacando a seriedade com que a corte persa tratava a seleção da futura rainha. Este versículo também antecipa a singularidade de Ester, cuja preparação e caráter acabariam por fazê-la encontrar favor aos olhos do rei, conforme a narrativa se desenvolve.


ESTER 2:13
“Assim, pois, entrava a moça ao rei; tudo quanto ela desejava se lhe dava para levar consigo da casa das mulheres para a casa do rei.”

Este verso descreve o procedimento pelo qual as jovens eram admitidas na presença do rei Assuero. Cada moça, ao ser chamada para encontrar o rei, tinha a liberdade de levar consigo qualquer item que desejasse da casa das mulheres para a casa do rei. Este detalhe revela o luxo e a consideração com que as candidatas eram tratadas, bem como a importância do impacto pessoal e da escolha individual na decisão final do rei.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. אֵת (Eyt) – Com: “Eyt” é uma preposição que pode ser traduzida como “com” ou “junto com”. No contexto de Ester 2:13, a expressão implica que a moça tinha a liberdade de levar tudo o que desejasse “com” ela. Esta liberdade para levar itens pessoais reflete a consideração do rei pela individualidade e preferências das jovens, reconhecendo que tais itens poderiam influenciar a percepção do rei. Teologicamente, essa liberdade também pode simbolizar a capacidade de cada indivíduo de se apresentar de maneira única, refletindo sua própria identidade e valores pessoais.
  2. מִשְׁכָּן (Mishkan) – Casa: “Mishkan” refere-se a um abrigo ou residência, usado aqui para descrever a “casa das mulheres” e a “casa do rei”. O termo destaca o espaço físico onde as jovens eram mantidas e preparadas. Na Bíblia, “mishkan” também é usado para descrever o Tabernáculo, a morada de Deus entre o povo de Israel (Êxodo 25:9). A diferença entre os espaços físicos e a importância desses locais sublinha a transição das jovens do espaço de preparação para o espaço real, refletindo uma mudança significativa em sua posição e status.
  3. הֵעָשֶׂר (He’aser) – Desejar: “He’aser” significa desejar ou querer algo. No contexto de Ester 2:13, as jovens tinham a liberdade de levar o que desejassem, indicando que suas escolhas pessoais poderiam refletir seus próprios gostos e desejos. Esse detalhe revela a importância de agradar ao rei e a tentativa de influenciar sua decisão através da apresentação pessoal. Espiritualmente, isso pode ser visto como uma metáfora para a maneira como cada indivíduo pode buscar se aproximar de Deus com suas próprias ofertas e desejos (Salmos 37:4).
Referências Bíblicas
  • Êxodo 25:9: “Segundo tudo o que te mostrar, o modelo do tabernáculo e o modelo de todos os seus utensílios, assim mesmo fareis.” O uso de “mishkan” para descrever o Tabernáculo ressalta a importância dos espaços designados para encontros significativos, refletindo a mudança das jovens da casa das mulheres para a casa do rei.
  • Salmos 37:4: “Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração.” Aqui, a ideia de desejar e buscar o que agrada a Deus é refletida na escolha pessoal das jovens para levar itens que poderiam impactar a decisão do rei.

Ester 2:13 destaca a atenção ao detalhe e o luxo envolvidos na seleção da nova rainha. O uso dos termos “eyt”, “mishkan” e “he’aser” sublinha a liberdade dada às jovens para escolher o que levar consigo e a importância dos espaços envolvidos no processo. A possibilidade de levar itens pessoais reflete a individualidade e a tentativa das jovens de impressionar o rei, enquanto a transição entre a casa das mulheres e a casa do rei simboliza a mudança significativa na posição social. Este versículo também enfatiza o aspecto pessoal e individual na seleção da nova rainha, que será crucial para o desenrolar da narrativa e para a ascensão de Ester como figura central na história.


ESTER 2:14
“À tarde, entrava, e pela manhã tornava à segunda casa das mulheres, à guarda de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas; não tornava mais ao rei, salvo se o rei a desejasse e fosse chamada por nome.”

Temos aqui alguns detalhes do processo pelo qual as jovens eram tratadas após sua apresentação ao rei Assuero. Após a noite passada com o rei, as mulheres eram levadas para a “segunda casa das mulheres”, onde ficavam sob a supervisão de Saasgaz, o eunuco encarregado das concubinas. Elas só poderiam retornar ao rei se ele as chamasse especificamente pelo nome, indicando que a decisão final sobre a seleção da rainha era altamente restritiva e pessoal.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. עֶרֶב (Erev) – Tarde: “Erev” significa tarde ou noite. No contexto de Ester 2:14, refere-se ao momento em que a jovem passava a noite com o rei. A palavra também pode implicar um período de transição, simbolizando a mudança de status das jovens após sua apresentação ao rei. Na Bíblia, a ideia de “erev” é frequentemente associada a períodos de preparação ou expectativa, como a tarde antes de um evento significativo (Êxodo 12:6).
  2. מַשְׁמִרָּה (Mishmarah) – Guarda: “Mishmarah” refere-se à supervisão ou guarda. Em Ester 2:14, descreve a função de Saasgaz como o eunuco encarregado da segunda casa das mulheres. Este termo destaca a responsabilidade de supervisionar as mulheres que não foram escolhidas, mantendo-as em uma espécie de “prisão” até que fossem chamadas novamente pelo rei. Na Bíblia, a função de “mishmarah” muitas vezes está associada à proteção ou à vigilância sobre algo valioso (Números 3:10).
  3. קָרָא (Qara) – Chamar: “Qara” significa chamar ou convocar. Neste contexto, refere-se ao ato de o rei chamar uma mulher pelo nome para que ela retornasse à sua presença. Isso enfatiza o papel pessoal e decisivo do rei na seleção da nova rainha. O conceito de “qara” também é significativo na Bíblia em termos de convocar pessoas para papéis ou tarefas específicas (Isaías 43:1), refletindo a importância da escolha individual e da escolha divina.
Referências Bíblicas
  • Êxodo 12:6: “E guardareis isto até ao décimo quarto dia deste mês; e toda a congregação da igreja de Israel imolará o cordeiro, à tarde.” O uso de “erev” aqui destaca a importância da tarde como um período de preparação e transição.
  • Números 3:10: “Assim, pois, a Arão e a seus filhos dou eu o sacerdócio, e o eunuco Saasgaz, que guarda as mulheres do rei.” A função de “mishmarah” é associada à vigilância e ao cuidado, refletindo o papel de Saasgaz como guardião da segunda casa das mulheres.
  • Isaías 43:1: “Mas agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome; tu és meu.” Aqui, “qara” é usado para descrever o ato de chamar alguém para um propósito específico, destacando a importância da chamada pessoal.

Ester 2:14 fornece detalhes sobre o processo de seleção da nova rainha, destacando a formalidade e a exclusividade do encontro com o rei Assuero. As palavras “erev”, “mishmarah” e “qara” ajudam a entender o contexto e a gravidade do procedimento: a transição do status das jovens, a vigilância constante sobre aquelas que não foram escolhidas e a necessidade de um convite pessoal para retornar ao rei. Este versículo ilustra a natureza altamente controlada e seletiva do processo, refletindo a importância da escolha do rei e a seriedade com que a corte persa tratava a seleção da nova rainha.


ESTER 2:15
“Ouvindo, pois, Ester, filha de Abiail, tio de Mordecai, que a tomara por sua filha, já era chegado o tempo de entrar ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que disse Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres; e Ester alcançava graça aos olhos de todos quantos a viam.”

Este verso revela a atitude de Ester quando chegou o seu turno de ser apresentada ao rei Assuero. Ao contrário de outras jovens que pediram itens especiais para levar com elas, Ester confiou nas instruções do eunuco Hegai e não fez pedidos adicionais. Sua atitude de confiança e humildade contribuiu para que ela encontrasse favor aos olhos de todos que a viam. Esse versículo destaca a importância da orientação sábia e da confiança nas providências divinas.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. שִׁמְשִׁי (Shimshi) – Ouvindo: “Shimshi” significa ouvir ou prestar atenção. Neste contexto, Ester demonstrou discernimento ao ouvir e seguir as orientações de Hegai, o eunuco encarregado das mulheres. A capacidade de ouvir e seguir conselhos é frequentemente valorizada na Bíblia como uma característica de sabedoria e submissão (Provérbios 1:5). A disposição de Ester para seguir as instruções revela seu caráter prudente e confiável, o que a torna uma candidata digna.
  2. חֵן (Chen) – Graça: “Chen” refere-se à graça ou favor, especialmente no sentido de ser apreciado ou aceito. Ester alcançou “chen” aos olhos de todos que a viam, o que indica que ela era bem vista não apenas pelo rei, mas também pelos que a rodeavam. Na Bíblia, o favor ou graça de Deus é frequentemente associado a bênçãos e a uma posição especial diante dos outros (Gênesis 39:4). A graça que Ester encontrou pode ser vista como um reflexo do favor divino, preparando o caminho para seu papel futuro na história.
  3. שָׁלוֹם (Shalom) – Paz: Embora “shalom” não apareça explicitamente no texto de Ester 2:15, o conceito de paz está implícito na maneira como Ester foi bem recebida e tratada com favor. A paz ou harmonia com os outros é frequentemente um indicador de aceitação e boa vontade (Isaías 26:3). O fato de Ester ser bem recebida e encontrar graça sugere uma situação de favor e tranquilidade, que é crucial para seu sucesso na corte.
Referências Bíblicas
  • Provérbios 1:5: “O sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o inteligente adquirirá sábios conselhos.” Este versículo destaca a importância de ouvir e seguir orientações sábias, refletindo a atitude de Ester em seguir as instruções de Hegai.
  • Gênesis 39:4: “E José achou graça aos seus olhos, e servia-o; e ele o fez mordomo sobre sua casa, e entregou nas suas mãos tudo o que tinha.” Este versículo demonstra o conceito de “chen” ou graça, como favor e aceitação que levam a uma posição de confiança e responsabilidade.
  • Isaías 26:3: “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti, porque confia em ti.” O conceito de “shalom” está relacionado à paz e tranquilidade, que é refletido no favor e na aceitação que Ester recebeu.

Ester 2:15 destaca a confiança e a humildade de Ester ao seguir as instruções do eunuco Hegai sem fazer pedidos adicionais. A palavra “shimshi” enfatiza a importância de ouvir e seguir conselhos sábios, enquanto “chen” destaca o favor e a graça que Ester encontrou aos olhos de todos. Embora “shalom” não apareça explicitamente, o conceito de paz e aceitação está implícito na maneira como Ester foi recebida. Este versículo prepara o palco para a importância de Ester na corte persa e demonstra como a confiança e a disposição para seguir orientação podem levar ao favor e ao sucesso.


ESTER 2:16
“Assim foi levada Ester ao rei Assuero, à casa real, no décimo mês, que é o mês de Tebete, no sétimo ano do seu reinado.”

Ester 2:16 descreve o momento em que Ester foi levada à presença do rei Assuero para ser apresentada como uma das candidatas a rainha. O versículo especifica a data exata — o décimo mês, Tebete, no sétimo ano do reinado do rei — detalhando o tempo e o contexto em que Ester entrou para a casa real. Este detalhe temporal é significativo para entender a cronologia dos eventos e a forma como Ester entrou na esfera de influência do rei.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. חֹדֶשׁ (Chodesh) – Mês: “Chodesh” significa mês, e no contexto de Ester 2:16, refere-se ao décimo mês do calendário persa, Tebete. A menção do mês fornece um ponto específico no tempo para o evento descrito. Na Bíblia, o conceito de “chodesh” é crucial para entender o calendário e os eventos que ocorrem ao longo do ano (Êxodo 12:2). A precisão no tempo também destaca a ordem e a importância do processo de seleção da rainha.
  2. תֵּבֵת (Tevet) – Tebete: “Tevet” é o nome do décimo mês no calendário hebraico. A menção de Tevet indica o período do ano em que Ester foi levada à presença do rei. Embora o calendário hebraico e o persa possam ter diferenças, a identificação do mês fornece um contexto temporal para o evento. O mês de Tevet, em geral, é associado a um período de inverno e reflexão, o que pode simbolizar a entrada de Ester em uma nova fase de sua vida sob condições desafiadoras e importantes.
  3. שָּׁנָה (Shanah) – Ano: Em Ester 2:16, “shanah” refere-se ao sétimo ano do reinado de Assuero. A menção do ano ajuda a situar o evento na linha do tempo do reinado do rei, fornecendo um marco para a cronologia dos eventos. O conceito de “shanah” é importante na Bíblia para entender ciclos de tempo e períodos de governo (Daniel 7:25). A especificação do sétimo ano pode indicar um ponto crítico ou uma fase significativa no reinado de Assuero.
Referências Bíblicas
  • Êxodo 12:2: “Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano.” O uso de “chodesh” aqui é um exemplo de como a referência ao mês é importante para a definição do tempo e eventos significativos.
  • Daniel 7:25: “E falará palavras contra o Altíssimo, e cansará os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão até um tempo, tempos e metade de um tempo.” O termo “shanah” é utilizado para descrever períodos de tempo, reforçando a importância do ano no contexto das profecias e governança.

Ester 2:16 é um versículo chave que marca o momento exato em que Ester foi levada à presença do rei Assuero. A especificação do mês de Tebete e do sétimo ano do reinado do rei oferece um contexto detalhado e cronológico para o evento. As palavras “chodesh”, “tevet” e “shanah” destacam a importância do tempo e da organização dos eventos. Esta precisão ajuda a compreender a sequência dos acontecimentos e a preparação de Ester para seu papel crucial como rainha. O versículo sublinha a importância de Ester entrar na casa real em um momento específico, refletindo a ordem e a providência divina na narrativa.


ESTER 2:17
“E o rei amou a Ester mais do que todas as outras mulheres, e ela alcançou perante ele graça e favor mais do que todas as virgens, de maneira que pôs a coroa real sobre a cabeça dela e a fez rainha em lugar de Vasti.”

Ester 2:17 relata o momento culminante em que Ester foi escolhida pelo rei Assuero para ser a nova rainha, substituindo Vasti. O versículo destaca o amor e o favor que Ester encontrou aos olhos do rei, resultando em sua ascensão à posição de rainha. A escolha de Ester em detrimento das outras mulheres é apresentada como uma ação significativa e decisiva do rei.

Palavras-Chave em Hebraico
  1. אָהַב (Ahav) – Amar: “Ahav” significa amar ou ter afeição. No contexto de Ester 2:17, refere-se ao amor que o rei Assuero sentiu por Ester em comparação com as outras mulheres. Esse amor não é meramente emocional, mas também implica uma escolha favorável e uma preferência decisiva. O amor do rei por Ester é um reflexo da sua graça e da providência divina, que a prepararam para um papel central na história (Gênesis 37:3).
  2. חֵן (Chen) – Graça: “Chen” é a palavra para graça ou favor. Neste versículo, Ester encontrou “chen” não só no coração do rei, mas também nas opiniões de todos ao seu redor. Esta graça foi um fator crucial para sua seleção como rainha, destacando a importância do favor e da aceitação nas decisões reais (Lucas 1:30). A graça de Ester pode ser vista como um reflexo da sua própria dignidade e do favor divino em sua vida.
  3. כֶּתֶר (Keter) – Coroa: “Keter” significa coroa. A colocação da coroa real sobre a cabeça de Ester simboliza sua elevação ao status de rainha e a conclusão do processo de seleção. Na Bíblia, a coroa frequentemente simboliza autoridade, honra e realeza (Provérbios 4:9). A ação de colocar a coroa sobre Ester não só marca sua ascensão ao poder, mas também representa a confirmação divina e o reconhecimento de sua posição especial.
Referências Bíblicas
  • Gênesis 37:3: “Ora, Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.” O uso de “ahav” aqui mostra como o amor pode levar a uma escolha especial e favorável, refletindo o amor do rei por Ester.
  • Lucas 1:30: “Mas o anjo lhe disse: Não temas, Maria, porque achaste graça diante de Deus.” A graça encontrada por Maria é semelhante à que Ester encontrou, demonstrando a importância do favor divino na escolha e na designação de posições especiais.
  • Provérbios 4:9: “Ela te dará uma flor de vida; uma coroa de glória te entregará.” A referência à coroa aqui simboliza a recompensa e a honra associadas a um papel de liderança e autoridade.

Ester 2:17 marca um ponto decisivo na narrativa, destacando a ascensão de Ester à posição de rainha. As palavras ahav, chen e keter sublinham os aspectos do amor do rei, da graça encontrada por Ester e da sua elevação através da coroa real. Estes elementos juntos mostram como Ester foi favorecida de maneira especial, não apenas pela sua própria dignidade, mas também pela providência divina que a preparou para esse papel crucial na corte persa. O versículo enfatiza a importância da graça e da escolha divina na realização do propósito de Deus para Ester.

 

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Silvio Costa

Evangelista (COMADEESO / CGADB), Articulista, Conferencista, Escritor, Conteudista (ESTEMAD), Professor de Teologia (SEET / FATEG) e Gestor Hoteleiro por Profissão

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Autor: Costa, Silvio

 

 

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