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Lição 4: A realidade bíblica da Salvação (Jovens)

TEXTO PRINCIPAL

A saber: Se, com tua boca, confessares ao Senhor Jesus Cristo e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.” (Rm 10.9).

RESUMO DA LIÇÃO

A salvação é oferecida por Deus por intermédio do sacrifício de Jesus Cristo, seu Filho Unigênito.

LEITURA DA SEMANA

SEGUNDA — Sl 68.20

Deus é o Deus da salvação

TERÇA — Rm 3.20

Pelas obras da Lei ninguém será justificado

QUARTA — Ef 2.8

A Graça de Deus na Salvação

QUINTA — Tt 2.11

A graça é para todos os homens

SEXTA — At 17.30

Deus quer que todos se arrependam

SÁBADO — Mt 1.21

Jesus salva dos pecados

OBJETIVOS

  • ENFATIZAR a necessidade da salvação;
  • CONSCIENTIZAR dos efeitos da salvação;
  • COMPREENDER que a salvação é para todos que desejam recebê-la.

INTERAÇÃO

Professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da realidade da salvação oferecida por Deus a todos os seres humanos. A Bíblia nos mostra a má notícia sobre a nossa condição, a de que somos pecadores e estamos afastados de Deus, entretanto ela também nos mostra uma boa notícia: Deus proveu, em Jesus Cristo, a salvação de que necessitamos para ser reconciliados com Ele. O apóstolo Paulo na sua Carta aos Romanos, revela que todos nós, independente de raça, cor, gênero ou classe social estamos na mesma condição: a de pecadores. Logo, necessitamos da mesma solução para a nossa justificação diante de Deus. Essa solução foi oferecida na cruz do Calvário mediante o sacrifício perfeito de Jesus Cristo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), sugerimos que você converse com seus alunos explicando que “a obra salvífica de Cristo é a coluna central no templo da redenção divina. É o sustentáculo que carrega a maior parte do peso, sem o qual a estrutura jamais poderia ter sido completada. Podemos compará-la também ao eixo em tomo do qual gira toda a atividade de Deus na revelação. É a obra que fornece uma cabeça ao corpo, um antítipo ao tipo, uma substância às sombras e purificações. Tais afirmações em nada diminuem a importância do que Deus fez em favor do seu povo, segundo a aliança do Antigo testamento, e às nações em redor. Para os estudiosos das Escrituras, permanece sua incalculável relevância, refletindo o pensamento de Hebreus 1.1. Deus falou de modo infalível e relevante no passado, mas não pela última vez. Sua derradeira palavra só chegou com a vinda de seu Filho, e o registro dessa vinda aparece de forma infalível e definitiva nos 27 livros do cânon do Novo Testamento” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 19 Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.335).

TEXTO BÍBLICO

Romanos 3.21-31.

21 — Mas, agora, se manifestou, sem a Lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas,

22 — Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença.

23 — Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus,

24 — Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,

25 — Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;

26 — Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.

27 — Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela Lei da fé.

28 — Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da Lei.

28 — É, porventura, Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente.

30 — Se Deus é um só, que justifica, pela fé, a circuncisão e, por meio da fé, a incircuncisão.

31 — Anulamos, pois, a Lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a Lei.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a respeito da realidade da salvação oferecida por Deus e a sua operação contra o pecado. Se por um lado, a Bíblia nos mostra uma má notícia sobre a nossa condição, a de que somos pecadores e estamos afastados de Deus, por outro lado, ela nos mostra uma boa notícia nos Evangelhos, que Deus proveu, em Jesus Cristo, a salvação de que necessitamos para sermos reconciliados com Ele.

I. A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO

1. O que é a salvação. Ao longo das Escrituras, Deus se manifestou trazendo livramentos para o seu povo quando esse se encontrava em situação de perigo. Deus os livrou da escravidão egípcia, deu-lhes uma terra e diversas vezes operou livramentos de forma milagrosa para os hebreus. O salmista, agradecido e respeitoso diante das diversas batalhas pelas quais havia passado e recebido livramentos, comenta: “O nosso Deus é o Deus da Salvação […]” (Sl 68.20). No Antigo Testamento, duas palavras se destacam para mostrar a ideia de salvação: natsal, que significa livrar ou libertar, e yasha, que traz a ideia de conceder vitória ou ajudar. A palavra “salvação” designa o ato de trazer livramento, de colocar numa posição protegida, de livrar da morte. No Antigo Testamento, Deus é visto como trazendo salvação ao seu povo, entretanto, o seu objetivo sempre foi demonstrar o seu poder para salvação dos pecados e reconciliar consigo a humanidade. É Ele que começa o plano dessa salvação, anunciando aos profetas o nascimento do Messias, e quando chega o momento, Ele inicia o plano da Salvação com o nascimento de Jesus Cristo (Mt 1.21).

2. A Origem da salvação. A salvação tem sua origem no próprio Deus. Foi Ele que planejou todo o cenário pelo qual ela aconteceria, e uma das coisas que precisamos entender é que o homem não pode salvar a si mesmo. A “moeda de troca” proposta pela humanidade para tentar se chegar a Deus são as obras, mas estas são insuficientes (Rm 3.20).

O pecado é uma realidade da qual a humanidade não pode se desvencilhar, e pelo fato de o pecado ofender a Deus, Ele estabeleceu os critérios pelos quais a humanidade pode ser reconciliada com Ele, ainda que pertença a uma sociedade altamente desenvolvida. Em sua sabedoria e justiça, o Senhor nos deu a sua graça, que iguala a todos os homens (Rm 11.32). É desconcertante para o ser humano orgulhoso deparar-se com o fato de que não pode salvar a si mesmo, mas isso não muda a realidade da mecânica da salvação.

3. O meio pelo qual provém a salvação. Como vimos, a salvação de que o homem necessita por causa de seus pecados não pode ser conseguida pelas obras. Essas estão contaminadas. E que meio Deus escolheu para trazer essa salvação? A graça divina (Ef 2.8,9). A graça é o caminho apresentado para todos, e isso contradiz a insuficiência das obras. Essas são tão falhas que o apóstolo nos aponta um perigo acerca do orgulho e as obras: ambos andam juntos. É natural que estejamos satisfeitos com nossas boas ações, e nisso não há nenhuma condenação. Quando somos aprovados em uma avaliação, quando tomamos decisões acertadas ou quando realizamos algo que traz orgulho e alegria para a família ou o ambiente que nos cerca, o sentimento natural é que sintamos orgulho pelo que fizemos. Ocorre que podemos nos tomar orgulhosos de nossas vitórias, a ponto de imaginar que nos bastamos para todas as coisas. As obras, portanto, não têm a capacidade de nos salvar. Somente a fé em Cristo pode fazer isso.

SUBSÍDIO I

Professor(a), inicie o primeiro tópico da lição ressaltando a necessidade de salvação da humanidade. Explique que a salvação não pode ser alcançada pelas obras. Em seguida, faça a seguinte pergunta: “Qual o meio que Deus escolheu para trazer essa salvação?”. Incentive a participação de todos os alunos e ouça as respostas com atenção. O objetivo é levar os alunos a reflexão. Em seguida, diga que o meio é a graça divina (Ef 2.8,9). Ninguém pode obter a salvação mediante as obras. Enfatize que a graça é para todos. As obras, não tem a capacidade de nos salvar. Somente a fé em Cristo pode fazer isso. O texto de Romanos é bem enfático quando afirma: “Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia” (Rm 11.32).

II. OS EFEITOS DA SALVAÇÃO

1. Regeneração. Ser regenerado é nascer novamente (Jo 3.3). Essa ação é realizada pelo Espírito Santo quando a pessoa se arrepende e confessa a Jesus como seu Salvador e Senhor, crendo em seu sacrifício. É algo que está além da imaginação humana, pois o homem não pode mudar a si mesmo. Seu estado pecaminoso não o impede de ouvir o Evangelho e de entendê-lo, mas o intelecto sem o arrependimento é insuficiente para fazer do homem uma nova criatura. Ele precisa crer em Jesus (Jo 1.12,13).

2. Justificação e adoção. A justificação é o ato vindo de Deus, em que há o reconhecimento de que fomos absolvidos de nossos pecados, e, portanto, não há pendências nossas junto a Deus. Tal fato se dá porque o sacrifício que a nós estava atribuído por causa dos nossos pecados, o Senhor Jesus Cristo já o fez. E, sendo esse sacrifício perfeito, estamos livres das acusações que nos eram contrárias (Rm 5.1). Ser considerado justo implica também ter paz com Deus.

3. Santificação. A santificação não é a adoção de uma vida isolada da coletividade, como se o afastamento para com outras pessoas nos tornasse santos. Ser santo é afastar-se do pecado para uma dedicação exclusiva para Deus. É certo que a santificação exige de nós ações que estejam compatíveis com a nossa nova posição. Ao novo homem, nascido de novo, foi dada uma chance se ser diferente, e essa diferença começa com a santificação.

SUBSÍDIO II

Professor(a), o segundo tópico da lição vai tratar dos efeitos da salvação: regeneração, justificação e santificação. Sugerimos que você inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta: “O que é a regeneração?”. Explique que “a regeneração é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior. O substantivo grego (palingenesia) traduzido por ‘regeneração’ aparece apenas duas vezes no Novo Testamento. Mateus 19.28 emprega-o com referência aos tempos do fim. Somente em Tito 3.5 se refere à renovação espiritual do indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que aconteceu.

O Novo Testamento apresenta a figura do ser criado de novo (2Co 5.17) e a devoção (Tt 3.5), porém a mais comum é a de ‘nascer’ (Jo 3.3). Pedro declara que Deus, em sua grande misericórdia, ‘nos gerou de novo para uma viva esperança’ (1Pe 1.3). É uma obra que somente Deus realiza. Nascer de novo diz respeito a uma transformação radical. A regeneração é o início do nosso crescimento no conhecimento de Deus, na nossa experiência de Cristo e do Espírito no nosso caráter moral.” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.371).

PROFESSOR(A), “a decisão de abandonar o pecado e querer a salvação em Cristo importa em aceitar a Cristo não somente como Salvador da penalidade do pecado, mas também como Senhor da nossa vida. Por conseguinte, o arrependimento envolve uma troca de senhores; do senhorio de Satanás (Ef 2.2) para o senhorio de Cristo e da sua Palavra (At 26.18). A pregação do arrependimento sempre deve acompanhara mensagem do Evangelho (Lc 24.47).” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, pp.959).

III. A SALVAÇÃO PARA TODOS

1. Uma tão grande salvação. A Palavra de Deus nos mostra que “a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Quando Deus planejou a salvação, Ele objetivou salvar a todos (At 17.30). A Palavra de Deus, portanto, deixa claro que a salvação é oferecida para todos, mesmo que nem todos aceitem o Evangelho. A expressão “todos” não é reducionista nem restritiva. Portanto, a morte de Cristo tem o poder de salvar a todos os homens, desde que se arrependam de seus pecados nesta vida e recebam a salvação pela fé em Jesus.

2. A presciência de Deus e a salvação. Um dos atributos de Deus é a presciência, ou seja, a capacidade divina de saber o que há de acontecer no futuro. Por meio de sua presciência, Deus sabe quem há de responder à mensagem do Evangelho, mas isso não significa que foi Deus que escolheu quem será salvo e quem não será. Deus não restringe a sua salvação a um grupo isolado de pessoas escolhidas por um critério misterioso, deixando de fora da salvação outras pessoas simplesmente porque Ele assim o quis. Aliás, Ele deixou bem claro que os critérios da salvação são o arrependimento e a fé no sacrifício do seu Filho, Jesus (Mc 1.15). Presciência é uma característica do intelecto divino e não traz consigo uma ação que inclui ou exclui pessoas.

3. A resposta humana à salvação. Se, por um lado, a salvação é para todos, por outro lado, é preciso que o ser humano corresponda ao chamado de Deus. Os atos de confessar e crer são impulsionados pelo Espírito, mas são ações meramente humanas.

Somos chamados a tratar a nossa salvação com zelo, pois ela custou o sangue do Senhor Jesus Cristo. Não podemos viver uma vida de pecados, resistindo ao Espírito Santo e nos afastando, como consequência, da fé que uma vez nos foi dada.

SUBSÍDIO III

Professor(a), sugerimos que você inicie o tópico com uma pergunta: “O que é graça?”. Trabalhe para que seus alunos possam interagir mais nas aulas. A interação se dá por meio de perguntas, tornando sua aula mais dinâmica. Explique que graça significa “favor imerecido concedido por Deus à raça humana. Através da graça, o homem é capacitado a compreender, e aceitar e a usufruir, imediatamente, dos benefícios do Plano de Salvação (Ef 2.8.9).

O objetivo da graça é duplo: 1) Salva o homem do pecado: e 2) Restringe a ação deste, levando o homem a viver nas regiões celestiais em Cristo Jesus. A graça, segundo ensina o apóstolo Paulo, é operada mediante a fé.” (Adaptado de Dicionário Teológico, 13ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.203).

CONCLUSÃO

A salvação é ofertada por Deus a todos os homens, de forma indistinta, ainda que nem todos a queiram. Ela nos foi dada por Deus por um ato da sua graça, pois as obras não têm o poder de nos salvar de nossos pecados. E a salvação faz de nós pessoas nascidas novamente, justificadas e santas para a glória de Deus.

ESTANTE DO PROFESSOR

FEE, Gordon. Cristologia Paulina: Um Estudo Exegético-Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

HORA DA REVISÃO

1. Quais são as duas palavras do Antigo Testamento que mostram a ideia de salvação?

No Antigo Testamento, duas palavras se destacam para mostrar a ideia de salvação: natsal, que significa livrar ou libertar, eyasha, que traz a ideia de conceder vitória ou ajudar.

2. Qual o significado da palavra “salvação”?

A palavra “salvação” designa o ato de trazer livramento, de colocar numa posição protegida, de livrar da morte.

3. Qual a origem da salvação?

A salvação tem sua origem no próprio Deus.

4. Cite, conforme a lição, os efeitos da salvação.

Regeneração, justificação e santificação.

5. O que é a presciência divina?

É a capacidade divina de saber o que há de acontecer no futuro. Por meio de sua presciência, Deus sabe quem há de responder à mensagem do Evangelho, mas isso não significa que foi Deus que escolheu quem será salvo e quem não será.

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