
O oleiro e o vaso polêmico: 💥🤔 Lição 4: O vaso do Oleiro: A descrição espiritual da nação
Este material didático explora a lição 4, “O Vaso do Oleiro: A descrição espiritual da nação”. O texto de Jeremias 18 é a base para entendermos como Deus lida com seu povo, mas certas interpretações podem levantar questões importantes sobre a soberania de Deus, o livre-arbítrio e o processo de restauração.
🏺 Entendendo a cena: a casa do oleiro
Antes de entrarmos nas polêmicas, vamos relembrar o contexto:
- Deus manda o profeta Jeremias descer à casa do oleiro para observar seu trabalho.
- Lá, Jeremias vê o oleiro trabalhando na roda.
- Quando o vaso se estraga em suas mãos, o oleiro não o joga fora, mas o refaz em um novo vaso, como lhe parece melhor.
- Deus usa essa imagem para dizer que, assim como o barro está em suas mãos, o povo de Israel está nas mãos Dele, e Ele pode moldar ou refazer a nação.

Saiba mais, Clique Aqui
🤔 Os pontos polêmicos da lição
- A soberania de Deus vs. o livre-arbítrio humano ⚖️
- A polêmica: A passagem pode ser interpretada de duas formas opostas.
- Visão calvinista (predestinação): A analogia sugere que Deus, como oleiro soberano, tem controle total sobre o destino do vaso (a nação ou o indivíduo). Assim como o oleiro refaz o vaso à sua vontade, Deus decide o destino das pessoas, e a responsabilidade humana seria secundária. Romanos 9, por exemplo, é frequentemente citado para apoiar essa visão de que Deus tem o direito de criar vasos para honra e para desonra.
- Visão arminiana (responsabilidade humana): Outros teólogos enfatizam que a decisão de Deus de refazer o vaso é condicionada à resposta do barro. O texto de Jeremias 18:7-10 mostra que Deus pode mudar de ideia sobre a benção ou a destruição de uma nação, dependendo da sua atitude. A nação de Israel (o barro) se estragou por sua própria desobediência, e o oleiro (Deus) oferece a chance de ser refeito, mas exige o arrependimento.
- Resposta bíblica e teológica: A Bíblia apresenta ambas as verdades sem tentar resolvê-las totalmente, mostrando que Deus é soberano e que o ser humano é responsável por suas escolhas. A passagem em Jeremias enfatiza a capacidade de Deus de recomeçar (misericórdia), mas também a necessidade de o povo se arrepender (responsabilidade). O oleiro oferece a chance, mas o barro precisa ser maleável.
- Teólogo sobre o assunto: Augustus Nicodemus, em suas reflexões sobre soberania e livre-arbítrio, explica que a Bíblia não anula a responsabilidade humana, mas mostra como as duas verdades coexistem, embora não possamos compreender totalmente.
- A polêmica: A passagem pode ser interpretada de duas formas opostas.
- O vaso se estragou: de quem é a culpa? 💥
- A polêmica: O versículo 4 diz que o vaso se estragou “na mão do oleiro”. Isso pode gerar a falsa impressão de que Deus falhou ou errou.
- Resposta bíblica e teológica: O texto não sugere uma falha do oleiro, mas uma imperfeição no barro. O pecado e a desobediência do povo de Israel são a causa de o vaso ter se estragado. Deus, como o perfeito oleiro, usa a situação para ensinar uma lição de misericórdia. Ele não descarta o vaso, mas o submete a um novo processo.
- Teólogo sobre o assunto: O pastor Luciano Subirá explica que o erro não está em Deus, mas no barro. Ele ressalta que Deus não impõe sua vontade de forma determinista, mas permite que a escolha e o arrependimento do homem influenciem o processo.
- O juízo de Deus e o processo de refazer 🔥
- A polêmica: A lição pode focar apenas na parte de restauração, ignorando a seriedade do juízo. O processo de ser quebrado para ser refeito pode ser doloroso e, para alguns, a mensagem de que Deus “quebra para refazer” é difícil.
- Resposta bíblica e teológica: A parábola do oleiro mostra a profundidade da misericórdia de Deus, que não desiste de Seu povo mesmo quando ele peca. Contudo, isso não anula o juízo. Antes que a restauração aconteça, há um processo de quebra, que simboliza a necessidade de arrependimento e de se desapegar da forma imperfeita. O “refazer” depende da humildade e da submissão do barro.
- Teólogo sobre o assunto: O pastor Amilton Deolindo destaca que, apesar de o mundo descartar o quebrado, o Reino de Deus restaura. Ele reforça que a parte boa é que, mesmo quebrado, o vaso ainda está nas mãos do oleiro.
❓ FAQ: Perguntas Frequentes
1. O que significa “vaso de honra” e “vaso de desonra”?
- Em Romanos 9, o apóstolo Paulo retoma a analogia do oleiro para falar sobre a soberania de Deus.
- Vaso de honra: Representa aqueles que se submetem à vontade de Deus, permitindo que Ele os molde para Seus propósitos gloriosos.
- Vaso de desonra: Representa aqueles que, por sua própria escolha de rejeitar a Deus, se tornam inaptos para Seus propósitos. Paulo usa isso para explicar a justiça de Deus na eleição, sem tirar a responsabilidade humana.
2. A passagem do oleiro anula o livre-arbítrio?
- Não. Embora Deus seja soberano, Jeremias 18 mostra que a nação de Israel não estava sem escolha.
- O versículo 8, por exemplo, diz: “Se a nação contra a qual Eu falar se converter da sua maldade, também Eu me arrependerei do mal que intentava fazer-lhe.” Isso mostra que a decisão do oleiro está diretamente relacionada à atitude do barro.
3. Como o processo de ser refeito por Deus se aplica a nós hoje?
- Hoje, a lição continua relevante para nossas vidas individuais e para a Igreja.
- Assim como Israel, podemos nos tornar “vasos quebrados” pelo pecado, pela desobediência ou por experiências de vida.
- A boa notícia é que, ao nos humilharmos e nos arrependermos, Deus nos refaz. Ele não nos descarta. Isso exige que sejamos maleáveis (humildes) nas mãos do oleiro, dispostos a passar por um processo, muitas vezes doloroso, para nos tornarmos vasos para a Sua glória.
Relacionado

É autor, professor e palestrante, formado em pedagogia e teologia, escritor e Editor do Portal EBD Interativa.





















ESTE ARTIGO FOI ÚTIL? SIM