PASSO A PASSO NA EXEGESE – Exegese Bíblica
• Escolha do Texto: Por uma questão obvia, esse deve ser o primeiro passo, pois, a feitura exegética pressupõe a existência de um texto bíblico. É possível se fazer exegese de qualquer texto, mas, a exegese pressupõe que o texto deva apresentar alguma dificuldade. Às vezes, esta dificuldade não é aparente na versão, mas, no texto original sim.
• Delimitação da Pericope: A delimitação da pericope mediante o
estabelecimento do contexto próximo anterior e próximo posterior, isolando-se assim a pericope completa a ser estudada. Deve-se observar o conteúdo do texto, verificando-se: o início e fim do assunto tratado na pericope.
• Contexto Vital: Ou como nomeamos o levantamento da situação textual, seu pano de fundo histórico, político, social e religioso.
• Autoria: É preciso apresentar o autor e todas as nuances possíveis que envolvam a sua personagem. Aspectos, idade, situação cível, moral, religiosa, formação cultural, etc.
• Datação: Diz respeito à época, não basta dizer o ano, mas todas as circunstâncias que envolviam o profeta no seu contexto.
• Destinatários: É importante estabelecer os destinatários do escrito alvo. Não basta apenas dizer a quem, mas, descrever o indivíduo ou indivíduos ou povo
a quem se dirige.
• Razão ou motivo: É preciso levantar o motivo ou motivos que levaram o autor a escrever. Tais motivos podem possuir várias nuances, como: do ponto de vista do destinatário, do ponto de vista da situação circundante, do ponto de vista do próprio autor.
• Métrica do texto: Em caso de textos poéticos, onde o texto em língua original não apresenta uma métrica, é interessante se fazer a metrifica do texto em análise. Isso, além de melhorar a visão do exegeta sobre o texto, dá elegância e estilo ao trabalho.
• Análise morfológica do texto: A analise gramatical é muito importante, é preciso observar a força de cada palavra do texto, aí entram os conhecimentos gramaticais das línguas hebraica e grega para uma boa análise do texto.
• Tradução do texto: O exegeta deve traduzir o texto diretamente do texto em língua original, para evitar os erros das versões – TRADUTORE TRAITORE (O tradutor é traído – Lutero).
• Análise lexicográfica do texto: É preciso observar os diversos usos dos
termos (polissemia) bem como a sua semiologia (estudo dos radicais ou
símbolos de uma palavra). Nesse momento busca-se a melhor tradução dos termos em seu contexto.
• Análise da estrutura literária do texto: Essa é a análise que nos permite conhecer toda a estrutur
a do texto, seja, lingüística, histórica, estilística, social, política, teológica e analógica. É também uma maneira de separar, estruturalmente o texto, destacando os aspectos particulares do texto. Nessa análise, é possível: determinar a estrutura do texto, observando, seu estilo literário, e conhecer, por exemplo: seus paralelismos: históricos, sínteses, antíteses, sinonímias, figuras de linguagem, etc.
• Esboço do texto: É no esboço que o exegeta vai traçar as lições do texto,
derivando do texto o seu ensino central e periférico. Seria levantar os
pensamentos latentes no texto. Esse deve ser o tom sermônico tocando a exegese, visto e fim da exegese é o kérigma.
• Comentário do texto: O comentário já é a exegese em sua forma final, ou seja, a exegese propriamente dita. O exegeta deve tecer os seguintes comentários sobre texto:
o Filológico – Dá o sentido de cada palavra do texto para isso é necessário o estudo da sintaxe.
o Hermenêutico: Procura interpretar o texto dentro do seu contexto político, social, histórico, literário, etc. A hermenêutica busca o verdadeiro sentido do texto.
o Teológico – Dá interpretação ou sentido teológico-doutrinário do texto.
o Prático – Dá as lições de ordem prática do texto. Seria a contextualização da mensagem. A exegese é no aspecto prático: “Trazer o lá e o então para o aqui e agora”.
Fonte: Nascidodenovo