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Subsidio Lição 9: Resistindo à Tentação no Caminho

INTRODUÇÃO: A tentação é uma realidade universal que acompanha a humanidade desde o Jardim do Éden. Para os cristãos, ela assume um significado ainda mais profundo, pois representa um ataque direto à nossa fé e compromisso com Deus. Em Mateus 4:1-11, encontramos o relato das tentações que Jesus enfrentou no deserto, logo após seu batismo. Neste comentário aprofundaremos a análise exegética, versículo por versículo.

TENTAÇÃO (etimologicamente:)
A palavra portuguesa “tentação” deriva do latim “tentatio“, que significa “prova“, “teste” ou “exame“.
No grego koiné, o Novo Testamento utiliza dois termos principais para tentação:
πειρασμός (peirasmos): Enfatiza a ideia de provação ou teste, com o objetivo de revelar o caráter ou a fé de alguém (Mt 4:1, 3, 5, 7; Lc 22:28; 1 Co 10:13; Tg 1:2, 12; 1 Pe 4:12).
πρόσκομμα (proskomma): Refere-se a um obstáculo ou tropeço que pode nos desviar do caminho certo (Rm 9:33; 1 Co 8:9; 1 Pe 2:8).

TENTAÇÃO (teologicamente):
A tentação é uma situação que nos confronta com a possibilidade de transgredir a lei de Deus e ceder aos nossos desejos egocêntricos.
Ela pode se manifestar de diversas formas, como desejos físicos, ambição por poder ou reconhecimento, ou questionamentos sobre a fé.
Apesar de ser um desafio, a tentação também pode ser uma oportunidade para fortalecer nossa fé e nossa dependência de Deus.


COMENTÁRIO EXEGÉTICO – LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (Mateus 4:1-11)

Mateus 4:1 – “Então, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.” (ARA)

Palavras-chave em grego:

  • ἦν (ēn) = foi
  • ἀναχθῆναι (anachthēnai) = levado
  • ἐν τῷ πνεύματι (en tō pneumati) = pelo Espírito
  • εἰς τὴν ἔρημον (eis tēn erēmon) = ao deserto
  • ἵνα πειρασθῇ (hina peirasthē) = para ser tentado
  • ὑπὸ τοῦ διαβόλου (hypò tou diabolou) = pelo diabo

Mateus 4:1 marca o início do ministério público de Jesus. Depois de ser batizado por João Batista e receber a aprovação do Pai (Mateus 3:16-17), Jesus é conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo.

Pontos chave:

  • A ação do Espírito Santo: A frase “Jesus foi levado pelo Espírito” indica que o batismo de Jesus o ungiu com o poder do Espírito Santo, que o guiou ao deserto para enfrentar as tentações do diabo. O Espírito Santo não apenas capacita Jesus para resistir às tentações, mas também o prepara para sua missão de redenção.
  • O propósito do deserto: O deserto era um lugar simbólico de solidão, provação e tentação. Jesus se retirou ao deserto para se preparar espiritualmente para os desafios que enfrentaria em sua missão. As tentações no deserto serviram como um teste de sua fidelidade a Deus e da força do Espírito Santo que estava sobre ele.
  • A identidade do tentador: A frase “para ser tentado pelo diabo” identifica o tentador como Satanás, o principal adversário de Deus e da humanidade. As tentações que Satanás apresenta a Jesus são uma tentativa de desviá-lo do seu propósito e de levá-lo a pecar contra Deus.
  • A importância das tentações: As tentações de Jesus no deserto são importantes por várias razões. Primeiramente, elas demonstram a natureza do conflito entre o bem e o mal, e a constante luta que a humanidade enfrenta contra as tentações do pecado. Em segundo lugar, elas revelam a impecabilidade de Jesus, que resiste às tentações do diabo com perfeita obediência a Deus. Finalmente, as vitórias de Jesus sobre as tentações servem como modelo para os crentes, que também enfrentam tentações em suas vidas.

Referências bíblicas:

  • Gênesis 3:1-5: A tentação de Adão e Eva no Jardim do Éden, que resultou na queda da humanidade.
  • Deuteronômio 8:1-3: O teste de Israel no deserto, onde Deus os provou para saber se obedeceriam aos seus mandamentos.
  • Lucas 22:28: Jesus prevê que seus discípulos serão tentados como ele foi tentado.

Mateus 4:2 – “E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.” (ARA)

Palavras-chave em grego:

  • νηστεύσας (nēsteúsas) = jejuar
  • ἡμέρας (hēméras) = dias
  • καὶ νύκτας (kai nýktas) = e noites
  • πείνασεν (peinasen) = teve fome

Mateus 4:2 descreve o jejum de Jesus no deserto antes de ser tentado pelo diabo. Este jejum de quarenta dias e quarenta noites é um eco do jejum de Moisés no Monte Sinai (Êxodo 34:28) e do jejum de Elias no deserto (1 Reis 19:8).

Pontos chave:

  • O significado do jejum: O jejum era uma prática comum no judaísmo antigo, geralmente como forma de expressar arrependimento, buscar a Deus ou se preparar para um evento importante. No caso de Jesus, o jejum pode ter servido para se preparar espiritualmente para sua missão e para fortalecer sua dependência de Deus.
  • A duração do jejum: O número quarenta era significativo no Antigo Testamento, muitas vezes simbolizando um período de provação, preparação ou julgamento. O jejum de quarenta dias e quarenta noites de Jesus pode indicar a intensidade da sua preparação espiritual e a magnitude da missão que ele estava prestes a empreender.
  • A fome de Jesus: A frase “teve fome” indica que Jesus, apesar de ser divino, também era humano e sujeito às mesmas necessidades físicas que qualquer outra pessoa. A fome que ele experimenta no final do jejum demonstra a realidade de sua encarnação e sua conexão com a humanidade.
  • A relação com as tentações: O jejum de Jesus pode ter intensificado sua vulnerabilidade às tentações, tornando-o mais suscetível às ofertas do diabo. No entanto, Jesus resiste às tentações com base em sua perfeita obediência à vontade de Deus, demonstrando que a verdadeira força não reside na recusa da comida, mas na fidelidade a Deus.

Referências bíblicas:

  • Êxodo 34:28: “E Moisés ficou ali no monte quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão nem beber água. E escreveu nas tábuas as palavras da aliança.”
  • 1 Reis 19:8: “E ele se levantou, comeu e bebeu, e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites, até chegar à caverna de Horebe.”

Mateus 4:3 – “E, aproximando-se dele o tentador, disse: Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.” (ARA)

Palavras-chave em grego:

  • προσελθὼν (proselthōn) = aproximando-se
  • ὁ πειράζων (ho peirazōn) = o tentador
  • εἶπεν (eipen) = disse
  • εἰ υἱὸς εἶ τοῦ θεοῦ (ei huios ei tou theou) = se és o Filho de Deus
  • πρόσταγε (próstage) = manda
  • λίθους τούτους (lithous toutous) = estas pedras
  • ἄρτους γενέσθαι (artous genesthai) = se transformem em pães

Mateus 4:3 apresenta a primeira das três tentações que Jesus enfrenta no deserto, após jejuar por quarenta dias e quarenta noites. O tentador, identificado como Satanás, se aproxima de Jesus e o desafia a transformar pedras em pães, usando seu poder divino para aliviar a fome que ele sente.

Pontos chave:

  • A identidade do tentador: A frase “o tentador” indica que a fonte da tentação é Satanás, o principal adversário de Deus e da humanidade. Satanás busca explorar a fome e a vulnerabilidade de Jesus para desviá-lo do seu propósito e levá-lo a duvidar de sua identidade como Filho de Deus.
  • A natureza da tentação: A tentação de transformar pedras em pães apela à necessidade básica humana de alimento. Satanás tenta Jesus a usar seu poder divino para satisfazer seus próprios desejos, em vez de seguir a vontade de Deus. Essa tentação também pode ser vista como um teste da fé de Jesus em Deus e em sua capacidade de prover para suas necessidades.
  • A resposta de Jesus: Jesus responde à tentação citando Deuteronômio 8:3: “O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” (ARA). Ao invés de ceder à tentação e usar seu poder divino para satisfazer sua fome física, Jesus demonstra sua prioridade em seguir a vontade de Deus e obedecer à sua palavra.
  • O significado da resposta de Jesus: A resposta de Jesus revela sua submissão à vontade de Deus e sua confiança em sua provisão. Ele afirma que a verdadeira satisfação da fome humana não vem apenas do alimento físico, mas da nutrição espiritual que vem da palavra de Deus.

Referências bíblicas:

  • Deuteronômio 8:3: “E ele te humilhou, e te fez ter fome, e te alimentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais jamais o tinham provado, para te fazer saber que o homem não vive somente de pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.”
  • Lucas 4:4: “E Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem.”

Mateus 4:4 – “E, respondendo Jesus, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” (ARA)

Palavras-chave em grego:

  • ἀποκριθεὶς (apokritheis) = respondendo
  • εἶπεν (eipen) = disse
  • γέγραπται (gegraptai) = está escrito
  • οὐκ ἐπὶ ἄρτῳ μόνῳ ζήσεται ἄνθρωπος (ouk epi artō monō zēsetai anthrōpos) = nem só de pão viverá o homem
  • ἀλλ᾽ ἐπὶ παντὶ ῥήματι ἐκπορευομένῳ διὰ τοῦ στόματος τοῦ θεοῦ (all’ epi panti rhēmati ekporeuomenōi dià tou stómatos tou theou) = mas de toda palavra que procede da boca de Deus

Mateus 4:4 mostra a resposta de Jesus à primeira das três tentações que ele enfrenta no deserto. Satanás o tenta a transformar pedras em pães para aliviar sua fome, mas Jesus responde citando Deuteronômio 8:3, afirmando que o homem não vive apenas de pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.

Pontos chave:

  • A fonte da citação: A frase “está escrito” indica que Jesus está baseando sua resposta na Torá, especificamente em Deuteronômio 8:3. Essa passagem fala sobre a experiência de Israel no deserto, onde Deus os proveu com maná, um alimento milagroso, para ensiná-los que a verdadeira vida vem da obediência à sua palavra.
  • O significado da resposta: A resposta de Jesus revela que sua prioridade não é a satisfação de suas necessidades físicas, mas a obediência à vontade de Deus. Ele reconhece que Deus é a fonte de toda vida e provisão, e que a verdadeira nutrição espiritual vem da palavra de Deus.
  • A importância da palavra de Deus: A frase “de toda palavra que procede da boca de Deus” enfatiza a importância da palavra de Deus como guia para a vida e fonte de força espiritual. Jesus ensina que a palavra de Deus é tão essencial para a vida quanto o alimento físico.
  • O contraste com a tentação: A resposta de Jesus contrasta com a tentação de Satanás, que apela à necessidade imediata de alimento físico. Jesus demonstra que a verdadeira satisfação vem da fidelidade à palavra de Deus, mesmo em momentos de dificuldade e tentação.

Mateus 4:5 – “Então, o diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.” (ARA)

Palavras-chave em grego:

  • καὶ παραλαβὼν αὐτὸν ὁ διάβολος (kai paralabon auton ho diabolos) = Então, o diabo o levou
  • ἤγαγεν αὐτὸν εἰς τὴν ἁγίαν πόλιν (ēgagen auton eis tēn hagian polin) = à cidade santa
  • καὶ ἔστησεν αὐτὸν ἐπὶ τὸ πτερύγιον τοῦ ἱεροῦ (kai estēsen auton epi to pterugion tou hierou) = e o colocou sobre o pináculo do templo
  • καὶ λέγει αὐτῷ (kai legei autōi) = e lhe disse
  • εἰ υἱὸς εἶ τοῦ θεοῦ (ei huios ei tou theou) = se és o Filho de Deus
  • βάλε σεαυτὸν κάτω (bale seauton katō) = lança-te daqui abaixo
  • γέγραπται γάρ (gegraptai gar) = porque está escrito
  • ὅτι τοῖς ἀγγέλοις αὐτοῦ ἐντελεῖται περὶ σοῦ (hoti tois angelois autou enteletāi peri sou) = aos seus anjos ordenará a teu respeito
  • καὶ ἐν χερσὶν ἀρῶσιν σε (kai en cheirsin arōsin se) = e eles te susterão nas suas mãos
  • ἵνα μὴ προσκόψῃς τὸν πόδα σου πρὸς λίθον (hina mē proskopsēs ton poda sou pros lithos) = para não tropeçares nalguma pedra

Mateus 4:5 exibe a segunda das três tentações que Jesus enfrenta no deserto. Satanás o leva à cidade santa, Jerusalém, e o coloca sobre o pináculo do templo, o ponto mais alto do edifício. Ele então o desafia a se lançar dali abaixo, citando um salmo (Salmo 91:11-12) que fala da proteção divina aos justos.

Pontos chave:

  • O local da tentação: O pináculo do templo era um lugar simbólico, representando a autoridade religiosa e a glória terrena. Ao levar Jesus a esse local, Satanás tenta induzi-lo a buscar glória e poder através de um ato espetacular, em vez de seguir o caminho humilde da obediência à vontade de Deus.
  • A natureza da tentação: A tentação de se lançar do pináculo do templo apela ao orgulho de Jesus e à sua busca por reconhecimento. Satanás o instiga a provar sua identidade como Filho de Deus através de um ato milagroso, desconsiderando a importância da humildade e da obediência.
  • A citação do salmo: Satanás cita o Salmo 91:11-12, que fala da proteção divina aos justos. No entanto, ele distorce o significado do salmo, usando-o para apoiar sua tentação. Satanás ignora o contexto do salmo, que enfatiza a proteção de Deus no caminho da obediência, e o usa para promover um ato imprudente e arrogante.
  • A resposta de Jesus: Jesus responde à tentação citando Deuteronômio 6:16: “Não tentarás o Senhor, teu Deus.” (ARA). Ao invés de ceder à tentação e provar sua divindade através de um ato espetacular, Jesus demonstra sua confiança em Deus e sua recusa em usar seus poderes divinos para fins egoístas.

Referências bíblicas:

  • Salmo 91:11-12: “Porque aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.”
  • Deuteronômio 6:16: “Não tentarás o Senhor, teu Deus, como o tentaste em Massá.”

Mateus 4:6 – “E disse-lhe: Se és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e com as mãos te susterão, para que não tropeces em alguma pedra.” (ARA)

Palavras-chave em grego:

  • πειράζων (peirazōn) = tentador
  • εἰ υἱὸς εἶ τοῦ θεοῦ (ei huios ei tou theou) = se és o Filho de Deus
  • βάλε σεαυτὸν κάτω (bale seauton katō) = lança-te daqui abaixo

Mateus 4:6 expõe a culminação da segunda das três tentações que Jesus enfrenta no deserto. Satanás, tendo falhado em suas tentativas anteriores de induzir Jesus a pecar pela fome e pelo orgulho, agora tenta enganá-lo a usar seu poder divino para provar sua divindade.

1. A Identidade do Tentador:
A palavra grega “πειράζων” (peirazōn) identifica claramente o tentador como Satanás. Este termo, geralmente traduzido como “tentar” ou “provar“, carrega a conotação de buscar levar alguém ao erro através da decepção ou do engano. Satanás, como principal adversário de Deus e da humanidade, busca desviar Jesus do seu propósito e levá-lo a duvidar de sua identidade como Filho de Deus.

2. A Natureza da Tentação:
A tentação de se lançar do pináculo do templo é astuta por diversos motivos. Primeiro, ela apela à vaidade de Jesus, sugerindo que ele pode provar sua divindade ao realizar um ato milagroso e espetacular. Segundo, ela distorce a promessa de proteção divina encontrada no Salmo 91:11-12, transformando-a em uma prova de ousadia e desobediência. Terceiro, ela tenta Jesus a usar seus poderes divinos para fins egoístas, em vez de seguir a vontade de Deus.

3. A Resposta de Jesus:
A resposta de Jesus é simples e direta: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.” (Mateus 4:7, ARA). Citando Deuteronômio 6:16, Jesus recusa-se a ceder à tentação e demonstra sua profunda obediência à vontade de Deus. Ele reconhece que Deus é o único digno de ser testado e que a verdadeira fé se manifesta na submissão à sua palavra.

4. A Importância da Obediência:
A resposta de Jesus revela a importância fundamental da obediência à vontade de Deus. Jesus, mesmo sendo o Filho de Deus, não se considera acima da lei divina. Ele demonstra que a verdadeira fé e piedade se manifestam na submissão à palavra de Deus, mesmo em momentos de tentação e provação.

Referência bíblica:

  • Lucas 4:12: “Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e a ele só servirás.”

Mateus 4:7 – “Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.” (ARA)

Palavras-chave em grego:

  • πάλιν (palin) = novamente
  • γέγραπται (gegraptai) = está escrito
  • οὐκ ἐκπειράσεις κύριον τὸν θεόν σου (ouk ekpeirasēs kyrion ton theon sou) = não tentarás o Senhor, teu Deus

Mateus 4:7 passa a resposta de Jesus à segunda das três tentações que ele enfrenta no deserto. Satanás o tenta a se lançar do pináculo do templo, citando um salmo que fala da proteção divina aos justos. Jesus responde citando Deuteronômio 6:16, afirmando que não devemos tentar a Deus.

Pontos chave:

  • A repetição da frase “está escrito”: Jesus usa a frase “está escrito” pela segunda vez nesta seção (Mateus 4:4), enfatizando a importância da Escritura como base para suas decisões e ações. Ele demonstra que sua fé e obediência à vontade de Deus estão fundamentadas na palavra revelada.
  • A citação de Deuteronômio 6:16: Essa passagem do Deuteronômio adverte contra a tentação de colocar Deus à prova. Jesus a utiliza para refutar a sugestão de Satanás de que ele prove sua divindade através de um ato milagroso e imprudente.
  • A natureza da tentação: A tentação de tentar a Deus é sutil, pois pode se manifestar como um desejo de buscar confirmação ou prova de fé. No entanto, Jesus reconhece que essa atitude é perigosa e pode levar à desobediência e à incredulidade.
  • A importância da fé: A resposta de Jesus revela que a verdadeira fé não se baseia em sinais ou provas miraculosas, mas na submissão à palavra de Deus e na obediência à sua vontade. Jesus demonstra que a fé autêntica se manifesta na confiança em Deus, mesmo em momentos de incerteza e tentação.

Referências bíblicas:

  • Deuteronômio 6:16: “Não tentarás o Senhor, teu Deus, como o tentaste em Massá.”
  • Salmo 91:11-12: “Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e com as mãos te susterão, para que não tropeces em alguma pedra.”
  • Lucas 4:12: “Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e a ele só servirás.”

Mateus 4:8 – “Novamente, o diabo o levou a um monte muito alto e lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória.” (ARA)

Palavras-chave em grego:

  • πάλιν (palin) = novamente
  • ὄρος ὑψηλὸν λίαν (oros hupsēlon lian) = monte muito alto
  • ἐδείκνυεν αὐτῷ (edeiknuen autōi) = lhe mostrou
  • πάσας τὰς βασιλείας τοῦ κόσμου (pasas tas basileias tou kosmou) = todos os reinos do mundo
  • καὶ τὴν δόξαν αὐτῶν (kai tēn doxan autōn) = e a sua glória

Mateus 4:8 apresenta a terceira e última das tentações que Jesus enfrenta no deserto. O diabo o leva a um monte alto e lhe mostra todos os reinos do mundo e a sua glória, oferecendo-os a ele em troca de adoração.

Pontos chave:

  • A repetição da palavra “novamente”: A palavra “πάλιν” (palin) é usada pela terceira vez nesta seção (Mateus 4:3, 8), enfatizando a persistência de Satanás em tentar Jesus. Ele tenta Jesus de diferentes maneiras, buscando explorar suas fraquezas e desvia-lo do seu propósito.
  • O local da tentação: O “monte muito alto” pode ter significado simbólico, representando poder, autoridade e ambição mundana. Ao levar Jesus a este local, Satanás tenta induzi-lo a buscar glória e poder terreno, em vez de seguir o caminho humilde da obediência à vontade de Deus.
  • A oferta do diabo: Satanás oferece a Jesus “todos os reinos do mundo e a sua glória“, representando as tentações de riqueza, poder e status social. Ele tenta Jesus a abandonar sua missão divina e abraçar os valores do mundo, buscando satisfação pessoal em vez da vontade de Deus.
  • A natureza da tentação: A tentação de Mateus 4:8 é sutil e enganosa. Ela apela ao desejo humano natural de poder, reconhecimento e sucesso. Satanás tenta convencer Jesus de que ele pode alcançar a verdadeira glória e felicidade através dos meios mundanos, desviando-o do caminho da verdadeira redenção e salvação.

Referências bíblicas:

  • Lucas 4:5-6: “E, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei todo este poder e a sua glória; porque me foi entregue, e a quem eu quiser o dou.”
  • Tiago 4:4: “A amizade com o mundo é inimizade contra Deus. Portanto, quem quiser ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus.”
  • 1 João 2:15-17: “Não ameis o mundo, nem as coisas que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas sim do mundo. E o mundo passa, e com ele a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”

Mateus 4:9 – “E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.” (ARA)

Palavras-chave em grego:

  • καὶ εἶπεν αὐτῷ (kai eipen autōi) = e disse-lhe
  • πάντα ταῦτα σοι δώσω (panta tauta soi dōsō) = tudo isto te darei
  • ἐὰν πεσὼν προσκυνήσῃς μοι (ean pesōn proskynēsēis moi) = se, prostrado, me adorares

Mateus 4:9 mostra a oferta final de Satanás a Jesus na terceira e última tentação no deserto. O diabo promete a Jesus todos os reinos do mundo e a sua glória em troca de adoração.

Pontos chave:

  • A natureza da oferta: Satanás torna sua oferta explícita: “tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.” Ele deixa claro que a única condição para Jesus obter os reinos do mundo e a sua glória é adorá-lo. Essa oferta representa a tentação final de se desviar do caminho da verdadeira fé e obediência a Deus, cedendo à idolatria e à busca por poder mundano.
  • A exigência de adoração: A exigência central de Satanás é a adoração. Ele deseja que Jesus se prostre diante dele, reconhecendo-o como seu senhor e mestre. Essa exigência revela a natureza fundamental do conflito entre Deus e Satanás: uma batalha pela adoração e pela lealdade das criaturas.
  • A resposta de Jesus: A resposta de Jesus a essa tentação será crucial para determinar o curso de sua missão e o destino da humanidade. Ele resistirá à tentação de Satanás e permanecerá fiel à vontade de Deus, demonstrando sua obediência e amor ao Pai.

Referências bíblicas:

  • Êxodo 20:5: “Não te prostrarás diante delas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso que visito a iniquidade dos pais sobre os filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.”
  • Deuteronômio 6:13: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e somente a ele servirás.”
  • Mateus 6:24: “Ninguém pode servir a dois senhores; pois ou há de odiar a um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao Mamom.”

Mateus 4:10 – “Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele servirás.” (ARA)

Palavras-chave em grego:

  • καὶ εἶπεν αὐτῷ (kai eipen autōi) = e disse-lhe
  • ὕπαγε ὀπίσω μου σατανᾶ (hupage opisō mou satana) = retira-te, Satanás
  • γέγραπται γάρ (gegraptai gar) = porque está escrito
  • κύριον τὸν θεόν σου προσκυνήσεις καὶ αὐτῷ μόνῳ λατρεύσεις (kyrion ton theon sou proskunēsēis kai autōi monō latreusēis) = ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele servirás

Mateus 4:10 exibe a resposta definitiva de Jesus à última tentação no deserto. Ele confronta Satanás diretamente, ordenando-lhe que se retire e citando Deuteronômio 6:13 para fundamentar sua recusa em adorá-lo.

Pontos chave:

  • A resposta direta de Jesus: Jesus não hesita em responder à tentação de Satanás. Ele o confronta diretamente, ordenando-lhe que se retire: “ὕπαγε ὀπίσω μου σατανᾶ” (hupage opisō mou satana). Essa resposta demonstra a autoridade e o poder de Jesus sobre Satanás, revelando sua natureza divina como Filho de Deus.
  • A citação de Deuteronômio 6:13: Jesus fundamenta sua recusa em adorar Satanás na lei de Deus, citando Deuteronômio 6:13. Essa passagem do Antigo Testamento deixa claro que a adoração e o serviço são devidos exclusivamente a Deus, e que qualquer outra forma de adoração é considerada idolatria.
  • A vitória de Jesus: A resposta firme de Jesus marca o fim das tentações no deserto e a vitória de Jesus sobre Satanás. Ele demonstra sua obediência perfeita à vontade de Deus e sua fidelidade inabalável, mesmo diante das tentações mais intensas.

Referências bíblicas:

  • Deuteronômio 6:13: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele servirás.”
  • Tiago 4:7: “Portanto, sujeitai-vos a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”
  • 1 João 2:15-17: “Não ameis o mundo, nem as coisas que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas sim do mundo. E o mundo passa, e com ele a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”

Mateus 4:11 – “Então o diabo o deixou, e eis que anjos vieram e o serviram.” (ARA)

Palavras-chave em grego:

  • καὶ ἀπέλειπεν αὐτὸν ὁ πειράζων (kai apeleipon auton ho peirazōn) = e o tentador o deixou
  • καὶ ἰδού ἄγγελοι ἦλθον καὶ διηκόνουν αὐτῷ (kai idou angeloi ēlthon kai diēkonoun autōi) = e eis que anjos vieram e o serviram

Mateus 4:11 finaliza com o desfecho das tentações de Jesus no deserto. Após resistir com firmeza às tentações de Satanás, Jesus é recompensado com a ministração de anjos.

Pontos chave:

  • A partida de Satanás: O verso inicia com a afirmação de que “o tentador o deixou” (kai apeleipon auton ho peirazōn). Essa frase indica a derrota de Satanás e o fim das tentações que ele infligiu a Jesus. A partida de Satanás marca a vitória de Jesus sobre o pecado e a tentação, demonstrando sua fidelidade inabalável à vontade de Deus.
  • A chegada dos anjos: Em contraste com a presença de Satanás, o verso relata a chegada de anjos: “e eis que anjos vieram e o serviram” (kai idou angeloi ēlthon kai diēkonoun autōi). A presença dos anjos representa o cuidado e a proteção de Deus para com Jesus. Os anjos servem a Jesus, demonstrando a sua posição exaltada como Filho de Deus e a recompensa por sua obediência e fidelidade.
  • O significado do serviço angelical: O verbo grego “διηκόνουν” (diēkonoun) significa “servir“. A ação de servir realizada pelos anjos pode ter diversas interpretações. Alguns estudiosos sugerem que os anjos proveram alimento e descanso para Jesus após as tentações. Outros sugerem que os anjos ofereceram adoração e louvor a Jesus, reconhecendo sua vitória sobre Satanás.
  • A importância da recompensa: A cena da ministração angelical serve como um lembrete de que a obediência e a fidelidade à vontade de Deus são recompensadas. Jesus, por ter resistido às tentações de Satanás, recebe o cuidado, a proteção e a adoração dos anjos. Essa cena também prefigura a glória e a honra que Jesus receberá após sua ressurreição e ascensão ao céu.

Referências bíblicas:

  • Salmo 91:11-12: “Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e com as mãos te susterão, para que não tropeces em alguma pedra.
  • Hebreus 1:6: “E, novamente, quando introduz o Primogênito no mundo, diz: Adorem-no todos os anjos de Deus.
  • Apocalipse 5:11-14: “E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos seres viventes, e dos anciãos; e o número deles era de milhões de milhões, que diziam com grande voz: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e a riqueza, e a sabedoria, e a força, e a honra, e a glória, e a bênção. E todas as criaturas que há no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e todas as coisas que neles há, ouvi dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja honra, e glória, e ação de graças, e poder pelos séculos dos séculos. E os quatro seres viventes diziam: Amém. E os anciãos se prostraram e adoraram.

CONCLUSÃO. O relato das tentações de Jesus no deserto, apresentado em Mateus 4:1-11, é um momento crucial na narrativa do Evangelho. Através das três tentações, Satanás tenta desviar Jesus do seu propósito divino, oferecendo-lhe poder, glória e posses mundanas. No entanto, Jesus resiste com firmeza a cada tentação, demonstrando sua obediência perfeita à vontade de Deus e sua fidelidade inabalável.

Verdades Fundamentais:

  • Tentação: As tentações representam os desafios e obstáculos que todos nós enfrentamos em nossa vida de fé. Satanás busca explorar nossas fraquezas e nos desviar do caminho de Deus.
  • Obediência: A obediência de Jesus à vontade de Deus é o tema central deste relato. Ele demonstra que a verdadeira fé se manifesta na submissão à palavra de Deus, mesmo em momentos de dificuldade e tentação.
  • Fidelidade: A fidelidade de Jesus ao Pai é inabalável. Ele resiste às tentações de Satanás e permanece fiel ao seu propósito de redenção e salvação da humanidade.
  • Natureza divina: As tentações revelam a natureza divina de Jesus. Ele possui poder sobre o pecado e a tentação, demonstrando sua autoridade como Filho de Deus.
  • Recompensa: A ministração angelical ao final das tentações serve como recompensa pela obediência e fidelidade de Jesus. Ele é reconhecido e honrado como o Filho de Deus.

Significado do relato para os cristãos: O relato das tentações de Jesus no deserto oferece diversas lições valiosas para os cristãos:

  • Enfrentando as tentações: Todos nós enfrentamos tentações em nossa vida de fé. É importante reconhecer as tentações e combatê-las com base na palavra de Deus e na oração.
  • Obediência à vontade de Deus: A verdadeira fé se manifesta na obediência à vontade de Deus. Devemos buscar sempre seguir os ensinamentos de Jesus e viver de acordo com seus princípios.
  • Fidelidade a Deus: A fidelidade a Deus é essencial para uma vida cristã autêntica. Devemos permanecer firmes em nossa fé, mesmo em momentos de dificuldade e provação.
  • Confiança na natureza divina de Jesus: Podemos ter plena confiança em Jesus, pois ele é o Filho de Deus que venceu o pecado e a morte.
  • Gratidão pela recompensa de Deus: Deus recompensa a obediência e a fidelidade dos seus filhos. Devemos ser gratos por sua proteção, cuidado e amor.

Portanto, o texto de Mateus 4:1-11 é um lembrete de que, através da fé, da obediência e da fidelidade a Deus, podemos vencer as tentações e viver uma vida vitoriosa em Cristo Jesus.

Saiba mais em Gospel Trends
Autor: Costa, Silvio

 

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