Pais devem conversar com os filhos sobre a nova onda de bebês reborn

Aproveite todas as oportunidades para conversar com seus filhos sobre emocoes e sentimentos
Aproveite todas as oportunidades para conversar com seus filhos sobre emoções e sentimentos – Foto: Freepik

Pais cristãos podem aproveitar as tendências para educar seus filhos com amor, verdade e firmeza, neste mundo de brinquedos e jogos hiper-realistas

Por Patrícia Esteves – Revista Comunhão

Bonecas sempre fizeram parte do universo infantil. De pano, de plástico, falantes ou silenciosas, elas acompanham brincadeiras, estimulam o cuidado e muitas vezes espelham o mundo interior das crianças. Mas nos últimos meses, principalmente, um tipo de brinquedo tem chamado atenção, são os bebês reborn, bonecas hiper-realistas que imitam com impressionante fidelidade um recém-nascido.

O fenômeno, que começou em coleções de adultos e ganhou espaço nas redes sociais, desperta encantamento, curiosidade e, para alguns, até vínculos emocionais profundos. Diante disso, muitos pais se perguntam como orientar os filhos em relação a essas tendências sem julgar, mas promovendo sabedoria, discernimento e identidade firmada em Cristo.

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Conversa que acolhe e (in)forma

Para a pastora Patrícia Cunha, da comunidade da Igreja Brasas Vivas de Xaxim/SC, que é terapeuta, mãe e conhece de perto os dilemas da dor, do luto e da formação emocional, o segredo está na forma como os pais se comunicam. “A melhor forma é sempre conversar, estar junto, explicar com carinho. A gente entende a curiosidade, mas também ensina que o afeto verdadeiro vem de um relacionamento real”, afirma.

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Ela propõe o caminho simples do acolhimento sem julgamento, mas ensinando com firmeza e amor. Para crianças, brincar de boneca pode ser saudável, especialmente num tempo em que o apelo digital e a adultização precoce roubam a leveza da infância. “Até os 10, 12 anos, brincar de boneca é algo saudável. É até um tipo de retrocesso positivo num mundo que está levando as crianças e adolescentes para uma sexualidade avançada demais para a idade deles”, pondera.

Entre o afeto e a fuga

O que preocupa, segundo a pastora, é quando adultos adotam esse tipo de brinquedo como substituto de vínculos reais. “Uma criança brincando de boneca é uma coisa. Agora, um adulto vivendo fora da realidade, aí já é algo que precisa ser olhado com mais atenção”, reflete.

O alerta não é contra o objeto em si, mas contra o uso emocional que revela dores não resolvidas. Pais podem e devem ajudar os filhos a entenderem que o amor verdadeiro não é perfeito, previsível ou controlável como um boneco. Ele nasce no atrito da vida real, na convivência com as diferenças, nos desafios do cuidado mútuo. Até aquela breve discussão sobre o uso de brinquedos nos parquinhos, podem levar as crianças a refletirem e aprenderem a resolver problemas da vida real.

Inversões perigosas

A pastora também aponta para um sintoma mais amplo da nossa cultura que é uma inversão de valores preocupante. “Estamos vendo adultos fugindo para mundos fantasiosos, enquanto crianças são empurradas para a sexualização precoce, para danças em redes sociais, para realidades que não são compatíveis com a infância”, declara. O chamado aqui é para pais que estejam presentes, conscientes e espiritualmente despertos.

A pastora Patrícia Fernandes da Cunha destaca a beleza de uma vida cristã autêntica e comprometida com os ensinamentos de Cristo
“Pais precisam mostrar que a identidade e o amor de verdade a gente encontra em Cristo, não em bonecos”, ensina a pastora e terapeuta Patrícia Cunha – Foto: Divulgação

Em meio a tantos estímulos e confusões emocionais, o papel da família e da fé é fundamental, destaca a pastora. A criança precisa saber que sua identidade é firmada em Deus, que o afeto verdadeiro é construído em relações reais e que nem toda tendência precisa ser seguida, mas toda curiosidade pode ser acolhida e orientada com amor.

Educar é formar com propósito

Educar dentro da vivência cristã não é isolar nem criticar tudo que é novo. É formar com intencionalidade. É abrir espaço para diálogo, ensinar o valor do que é eterno e mostrar, com a própria vida, que a alegria plena vem de vínculos reais, e não de substituições afetivas.

“Mostrar que a identidade e o amor de verdade a gente encontra em Cristo, não em bonecos”, resume a pastora. E nesse caminho, a presença dos pais, a escuta paciente e a verdade dita com ternura são o que realmente ajudam os filhos a crescerem com maturidade emocional e espiritual.

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